Início da operação da tancagem no
Porto de Qingdao, o sexto maior do mundo, contribuirá para solidificar a
presença da companhia no mercado chinês
Como parte do movimento para desenvolver novos mercados e adicionar valor à exportação do petróleo do pré-sal, a Petrobras inaugurou, nesta quarta-feira (26/6), uma tancagem de óleo cru no Porto de Qingdao, na província chinesa Shandong. A escolha do local é estratégica: a China é responsável por 75% do volume de óleo cru que a companhia exporta, dos quais 38% têm como destino refinadores independentes de Shandong e regiões adjacentes. A Petrobras busca, por meio dessa iniciativa, solidificar sua presença no promissor mercado chinês, em mais um passo na jornada para diversificação e capilarização de suas vendas de petróleo.
A
disponibilidade de tancagem no porto de destino das exportações torna o
produto da Petrobras mais competitivo em relação aos petróleos
regionais, permitindo a flexibilização dos volumes dos lotes, dos prazos
de negociação e das condições de pagamento. Ao lidar com volumes e
prazos reduzidos, é possível encurtar o período necessário para negociação
antecipada da carga e enfrentar menores exigências quanto ao período de
validade dos instrumentos de garantia de crédito. Assim a companhia aumenta o
leque de potenciais clientes. No Porto de Qingdao, a Petrobras tem quatro
tanques alugados, com capacidade total de dois milhões de barris de óleo cru.
“O desenvolvimento de novos mercados para o petróleo do pré-sal
é condição essencial para a Petrobras, frente a um cenário de aumento das
exportações que indica volumes acima de 800 mil barris por dia para os próximos
anos. O desafio é grande, sendo necessária uma permanente atuação comercial na
busca de novos mercados e clientes para os petróleos da Petrobras,
possibilitando adição de valor e uma efetiva monetização de nossas reservas”,
disse a diretora executiva de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise
Quintão Lara, na cerimônia de primeira carga nos tanques no Porto de Qingdao.
No primeiro semestre de 2019, a média de exportação de óleo cru da companhia
foi de 600 mil barris por dia.
Estiveram
presentes no evento o gerente executivo de Marketing e Comercialização, Cláudio
Rogério Linassi Mastella, autoridades do governo da Província de Shandong,
líderes do porto de Qingdao e representantes de 37 refinarias independentes.
Sobre o mercado chinês
Até o
final de 2014, somente as companhias estatais chinesas tinham autorização para
importar petróleo. Os refinadores independentes privados, que representam cerca
de 25% do parque de refino chinês e movimentam três milhões barris por dia,
estavam autorizados a processar apenas petróleo doméstico. Esse grupo de
refinadores independentes, composto por mais de 50 refinarias médias e
pequenas, está concentrado no nordeste da China, na província de Shandong.
O cenário mudou quando aconteceu um marco na indústria de óleo e
gás na China: o governo chinês deu início em 2015 a um programa para quebrar o
monopólio de importação de petróleo das estatais e aumentar a competição no
setor, concedendo gradualmente quotas de importação aos refinadores
independentes, possibilitando que essas refinarias também tivessem acesso a
óleos importados.
Essa abertura vem gerando inúmeras
oportunidades comerciais para produtores como a Petrobras: atualmente 41
refinarias independentes estão autorizadas a trabalhar com petróleo
estrangeiro, com uma quota total de importação de mais de 2,5 milhões de barris
por dia. No esforço para ampliar a atuação em território chinês, a Petrobras
consolida, desde a abertura do mercado, um portfólio de 19 refinadores independentes
para venda de correntes de óleos médios, provenientes dos campos do pré-sal.
Com maior competitividade neste mercado, a companhia pretende aumentar ainda
mais sua base de clientes e com isso capturar o melhor valor para seus
petróleos no mercado internacional.
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