Para professor Magno Botelho, clamor
popular influenciou na elaboração do projeto de lei em São Paulo
A partir da última terça-feira de
junho, dia 25, canudos plásticos passam a ser proibidos na cidade de São Paulo,
por meio de um projeto de lei sancionado pelo prefeito Bruno Covas, do PSDB.
A medida prevê a proibição de
fornecimento do item em estabelecimentos comerciais. O descumprimento da lei,
estipulado no texto, pode gerar uma multa de até R$ 8.000.
O canudo é o centro de uma polêmica
sem precedentes no Brasil, algo que envolve economia e hábitos de consumo.
Segundo o especialista em meio ambiente da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, Magno Botelho, o projeto de lei mostra um caminho rumo à
conscientização.
“O efeito desse banimento possui um
valor simbólico maior que o prático, porque simboliza uma mudança de
conscientização em uma parcela da sociedade que acabou por se tornar lei. Esse
fenômeno não aconteceu quando as sacolinhas plásticas foram banidas, pois a lei
foi criada sem antes termos verificado uma conscientização da sociedade”, diz.
Para o professor, o tema também
passou a ganhar destaque no momento em que passou a ser amplamente discutido e
reivindicado. Para ele, o “banimento dos canudos em SP acabou sendo resultado
de um movimento bottom-up, ou seja, quando um clamor da sociedade acaba
virando lei”.
“Com as sacolinhas a coisa foi ao
contrário, top-down: um grupo de legisladores quis banir as sacolinhas, mas a
lei não pegou”, acrescenta.
Ainda que no sentido prático e
imediato os canudos não cheguem a representar nem 1% do total de lixo plástico
dos oceanos, o banimento significa “uma mudança”, segundo Botelho: “Desperta
uma conscientização da sociedade sobre a poluição dos oceanos em geral. E o
mais importante é que essas leis sejam aplicadas em cidades litorâneas, onde a
possibilidade de o material atingir o mar é muito maior”, encerra.
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