Não é de hoje que alguns especialistas e pesquisadores começaram a se preocupar com a qualidade do ar de interiores. Também não é difícil imaginar o porquê dessa preocupação. Seja por senso estético, necessidade de climatização ou controle de ruídos, temos passado a maior parte da nossa vida em ambientes confinados e selados.
A partir daí já fica fácil imaginar qual é o maior vilão da
poluição interna: a baixa taxa de troca de ar. Combine isso com um regime de
exposição prolongado e temos a causa de 2,7% dos casos de doença no mundo,
segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Vilões invisíveis dentro da sua casa
Cozinhar, limpar e diversas atividades domésticas estão
diretamente correlacionadas com o aumento de poluentes no ar em ambientes
confinados. Ao acender a chama do fogão você está liberando Monóxido de Carbono
e Dióxido de Nitrogênio. Ao encerar o assoalho da sua sala você está liberando
diversos compostos orgânicos voláteis, tais como formaldeído e tolueno. Ao
ligar o aspirador de pó, você está liberando material particulado através da
suspensão da poeira do solo.
Por fim, até mesmo ao manter bichinhos e plantinhas de estimação
na sua casa, diferentes agentes biológicos como fungos e bactérias são
liberados. O que isso tudo quer dizer é que tarefas simples do seu dia a dia,
como fazer uma torrada, ferver água ou esfregar o banheiro podem deixar o ar da
sua casa tão poluído quanto o de uma grande cidade.
E agora?
A solução para poluição interna é simples: manter os ambientes sempre muito bem ventilados enquanto cozinha
e limpa, para que o ar consiga estar em constante circulação e os poluentes
gasosos e particulados possam deixar a sua casa. Filtros de depurador e
ar-condicionado devem ser trocados regularmente. O uso de lareira, forno a
lenha, incensos e cigarros deve ser evitado. Essas boas práticas são fundamentais
para reduzir os impactos negativos à saúde.
Agora vem a parte difícil. Os produtos químicos que se originam
dentro de uma casa não ficam só lá. Os compostos orgânicos voláteis de shampoos, desodorantes e
soluções de limpeza também escapam para o exterior e contribuem para a formação
de ozônio e acúmulo de partículas finas na atmosfera.
Não existe ainda uma solução bem definida para esse último
problema. Cientistas e indústrias têm buscado desenvolver produtos com menor
impacto ambiental, livres de aerossóis e solventes voláteis.
Por enquanto, a melhor postura continua sendo manter os ambientes
bem ventilados, ficar atento e aberto a novos produtos, além de buscar conhecer
mais sobre os que já consome.
Gustavo
Campestrini - Acadêmico de Engenharia Química e colaborador do Freitag
Laboratórios
Freitag Laboratórios
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