O conceito
de Internet das Coisas (IoT) tem ganhado cada vez mais destaque e está presente
na vida de muita gente. De acordo com o Gartner, até 2020, teremos mais de 20
bilhões de coisas conectadas. Se considerarmos os mais de sete bilhões de habitantes
no planeta, haverá quase três vezes mais coisas conectadas do que pessoas.
Quando
olhamos a evolução da tecnologia, percebemos que um houve um avanço acelerado
nos últimos anos, se comparado com décadas anteriores. Hoje, com a
popularização da mobilidade, quase todo mundo tem acesso a um dispositivo
móvel. O surgimento da nuvem facilitou o investimento de pessoas e empresas em
inovações, como inteligência artificial, social e etc. Em resumo, a tecnologia
está mais acessível.
Por trás de
tudo isso, e muitas vezes não visível aos nossos olhos, está a velocidade de
processamento dos dispositivos, que tem ficado cada vez mais acessível em
função da escala. A conexão com a internet melhorou e o custo baixou, isso no
mundo todo. Esses dois fatores, bom processamento e a possibilidade de conectar
as coisas com mais agilidade e um valor menor, criou um cenário propício para
explorar a internet nas coisas.
As tais
coisas conectadas já estão disponíveis no mercado, são relógios, equipamentos
fitness, geladeira, ar condicionado, uma série de objetos inteligentes com
acesso à web e às infinitas possibilidades que ela proporciona. Viveremos em um
planeta com bilhões desses objetos que, em um futuro próximo, terão uma
influência maior no nosso cotidiano - até mais do que as próprias pessoas.
No mundo
dos negócios não será diferente e a IoT terá um impacto significativo em todos
os segmentos. As coisas conectadas estão provendo uma série de informações que
antes não existiam ou demandavam um esforço enorme para se obter. No varejo,
por exemplo, os dispositivos inteligentes serão os responsáveis por identificar
o perfil de cada consumidor de uma loja - desde o sexo e faixa etária, até a
frequência de visitas ao local. Tudo isso, sem ter que ficar buscando dados em diferentes
sistemas ou aplicando pesquisas com os clientes. E esse tipo de informação
tornará possível um planejamento mais direcionado.
Vamos
imaginar um estabelecimento que comercializa cosméticos e usa sensores de IoT.
Por meio de uma câmera inteligente, o gerente saberá quem são as consumidoras
presentes no exato momento em que elas estão no estabelecimento. Monitorando
esse tráfego, ele poderá ver que às 15h, a maioria das mulheres que estão no
local tem acima de 40 anos. Não seria um bom momento para fazer uma promoção
relâmpago de cremes anti-idade? Ou ainda, enviar uma mensagem de texto
sugerindo um produto com desconto que a consumidora demostrou interesse no
e-commerce? Aqui, o objetivo, além de conquistar a fidelidade, é proporcionar
uma experiência multicanal –começou no online e terminou na loja física.
Viabilizar
esse tipo de inovação, seja em um estabelecimento comercial ou uma fábrica,
requer a adoção de sensores inteligentes, um gateway e uma plataforma para
gerenciar tudo. São estes 3 componentes que armazenam, trafegam e analisam os
dados. Porém, de nada adianta ter os dados, mas não os utilizar de uma maneira
que traga benefícios para o negócio. Nesse ponto, a figura da plataforma IoT é
essencial, pois é ela que vai analisar as informações e dar os insights necessários
para que se extraia valor dos dados.
Ou seja,
para usufruir dos benefícios de um mundo conectado nos negócios, não basta ter
uma câmera inteligente, é necessário que ela esteja conectada à um gateway e
ele à uma plataforma. Parece uma dinâmica complexa, mas na prática é muito mais
simples, desde que o seu parceiro tecnológico conheça os caminhos das pedras e
te entregue tudo pronto no modelo PaaS (sigla em inglês, para plataforma como
serviço). Já a plataforma, precisa contar com uma interface simples e intuitiva
para que soluções de negócios deslanchem.
Como
qualquer novidade, no começo, é difícil enxergar quais serão os benefícios que
a tecnologia trará – foi assim até com o celular. O mercado ainda tem
dificuldade para entender que esse investimento traz um retorno rápido, não só
em vendas, mas em experiência para o consumidor - cada dia mais digital e ávido
por um atendimento personalizado. E o resultado prático disso é: operar com
mais eficiência, ser mais lucrativo e, por que não, criar novas fontes de
receita?
Eros Jantsch - CEO da Bematech
e vice-presidente de Micro e Pequenos Negócios da TOTVS
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