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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Michel Temer diz que intervenção total no RJ, com afastamento do governador, foi cogitada



Michel Temer afirma que uma intervenção total no Rio de Janeiro, com o afastamento de Luiz Fernando Pezão, chegou a ser cogitada. O presidente recebeu o jornalista José Luiz Datena, hoje, no Palácio da Alvorada, em Brasília, para uma entrevista exclusiva, exibida no programa "90 Minutos", na Rádio Bandeirantes.

Temer revelou ainda que se opôs à ideia e preferiu optar apenas pela intervenção na segurança e no sistema penitenciário. Segundo ele, a decisão acabou sendo conjunta porque o próprio governador queria a intervenção como ela foi feita. 

Temer já vê frutos da decisão, como o pedido do interventor, o general Braga Neto, para que cerca de 3 mil policiais do Rio retornem às funções originais. Na entrevista a José Luiz Datena, o presidente classificou a intervenção como um ato de coragem e negou que a medida seja uma jogada eleitoral. Os custos da operação serão bancados pelo próprio Rio de Janeiro e só num segundo momento poderão ser empregados recursos federais, segundo o presidente.

Michel Temer admitiu que as Forças Armadas precisam de segurança jurídica para dar apoio à polícia, e não deixarão de partir para o confronto se for necessário. 

O presidente diz que o governo trata a crise no Rio como prioridade, porque ela é muito grave, e para evitar que a situação se espalhe por outras regiões. Outra aposta para melhorar o combate ao crime organizado é o Ministério da Segurança, cuja criação será oficializada na segunda-feira, adiantou Temer a José Luiz Datena.

De acordo com o presidente, o Ministério da Segurança também vai cuidar da formação de uma Guarda Nacional para ajudar em missões nos Estados. A pasta poderá ser criada por medida provisória, pela urgência e relevância, e não haverá imposto novo para a área, disse Michel Temer a José Luiz Datena.

Na entrevista na Rádio Bandeirantes, afirmou também que, se a intervenção no Rio não der certo, a responsabilidade será do governo - não das Forças Armadas.

O presidente defendeu que mandados de busca e apreensão coletivos sejam usados em situações específicas na intervenção federal no Rio de Janeiro.





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