Michel Temer afirma que uma intervenção total no Rio de Janeiro, com o
afastamento de Luiz Fernando Pezão, chegou a ser cogitada. O presidente recebeu
o jornalista José Luiz Datena, hoje, no Palácio da Alvorada, em Brasília, para
uma entrevista exclusiva, exibida no programa "90
Minutos", na Rádio Bandeirantes.
Temer revelou ainda que se opôs à
ideia e preferiu optar
apenas pela intervenção na segurança e no sistema penitenciário. Segundo ele, a
decisão acabou sendo conjunta porque o próprio governador queria a intervenção
como ela foi feita.
Temer já vê frutos da decisão, como o
pedido do interventor, o general Braga Neto, para que cerca de 3 mil policiais
do Rio retornem às funções originais. Na entrevista a José Luiz Datena, o
presidente classificou a intervenção como um ato de coragem e negou que a
medida seja uma jogada eleitoral. Os custos da operação serão bancados pelo
próprio Rio de Janeiro e só num segundo momento poderão ser empregados recursos
federais, segundo o presidente.
Michel Temer admitiu que as Forças
Armadas precisam de segurança
jurídica para dar apoio
à polícia, e não deixarão de partir para o confronto se for necessário.
O presidente diz que o governo trata a
crise no Rio como prioridade, porque ela é muito grave, e para evitar que a
situação se espalhe por outras regiões. Outra aposta para melhorar o combate ao
crime organizado é o Ministério
da Segurança, cuja criação
será oficializada na segunda-feira, adiantou Temer a José Luiz Datena.
De acordo com o presidente, o
Ministério da Segurança também vai cuidar da formação de uma Guarda Nacional
para ajudar em missões nos Estados. A pasta poderá ser criada por medida
provisória, pela urgência e relevância, e não haverá imposto novo para a área,
disse Michel Temer a José Luiz Datena.
Na entrevista na Rádio Bandeirantes,
afirmou também que, se a intervenção no Rio não der certo, a responsabilidade será do governo - não das Forças
Armadas.
O presidente defendeu que mandados de busca
e apreensão coletivos sejam usados em situações específicas na intervenção
federal no Rio de Janeiro.
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