Além de reduzir a
carga parasitária de geo-helmintos, a Campanha, que está na sua quinta edição,
busca identificar e tratar casos de hanseníase, tracoma e esquistossomose
Com o início do ano letivo, o
Ministério da Saúde promove, em 40 mil escolas públicas de do país, a V Campanha Nacional de Hanseníase,
Verminoses, Tracoma e Esquistossomoseslogan: “Hanseníase, Verminoses e Tracoma – em
casa ou na escola, sempre é hora de prevenir e tratar”, para
diagnóstico de doenças que possuem tratamento gratuito no Sistema Único de
Saúde (SUS).
A estratégia ocorrerá em 2,7 mil municípios brasileiros que
aderiram à ação e envolverá mais de oito milhões de alunos, de 5 a 14 anos de
idade. As atividades serão realizadas até o dia 30 de junho. Com ações
específicas para cada uma das doenças, a campanha envolve profissionais da
educação e os que atuam no SUS, em especial os profissionais da Estratégia de
Saúde da Família (ESF), das Unidades Básicas de Saúde e da Vigilância
Epidemiológica dos municípios.
Para intensificar a estratégia, será realizada a Semana de
Mobilização Nacional da V
Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses, Tracoma e Esquistossomose, que
ocorrerá de 5 a 9 de março. O lançamento será dia 06 de março na
Escola Estadual Professor Jercy Jacob em Várzea Grande, Mato Grosso com a
presença da coordenadora-geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do
Ministério da Saúde, Carmelita Filha.
A Coordenadora-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do
Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro Filha, explica que a ação no ambiente
escolar potencializa os resultados dessa intervenção. “Vamos ao encontro dos
alunos que estão num local que é familiar para eles, facilitando a abordagem
para realizar ações educativas e identificando precocemente essas doenças”,
observou a coordenadora.
Do total de municípios que aderiram à Campanha, 2.615 (95,4%) são
considerados prioritários, devido à vulnerabilidade social e ao risco de
adoecimento da população por essas doenças. Juntos, eles recebem do Ministério
da Saúde mais de R$ 16,5 milhões para a realização das ações propostas. Outros
127 municípios participarão voluntariamente da Campanha. Todos recebem do
Ministério da Saúde apoio técnico e os medicamentos necessários para a execução
da Campanha.
CAMPANHA ANTERIOR - A quarta edição da campanha,
que aconteceu em 2016 e 2017, contou com participação de 2.409 municípios. Ao
todo, seis milhões de escolares receberam a ficha de autoimagem, 157 tiveram
diagnósticos de hanseníase confirmados, além de 23 casos diagnosticados entre
os contatos. Cerca de 4,9 milhões de escolares receberam a profilaxia para
verminoses, 22.084 casos foram confirmados como positivos para tracoma e 381
para esquistossomose.
HANSENÍASE - Para detecção de casos de
hanseníase, a estratégia consiste na utilização da ficha de autoimagem que
contempla sinais e sintomas sugestivos da doença. A ficha é entregue a cada
aluno, a qual é preenchida pelos pais ou responsáveis e posteriormente
devolvida à escola. As fichas são triadas pelos profissionais de saúde e os
casos com lesões suspeitas de hanseníase, encaminhados para avaliação e início
do tratamento, caso confirmado o diagnóstico. Os contatos dos casos
diagnosticados também devem ser examinados.
Na última década, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no
número de casos novos, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para
25,2 mil em 2016. Tal redução corresponde à queda de 42,3% da taxa de detecção
geral do país (de 21,19/100 mil hab. em 2007 para 12,23/100 mil hab. em 2016).
Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em
menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente,
e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.
O diagnóstico e o tratamento da hanseníase são ofertados pelo SUS,
disponível em unidades públicas de saúde. Por isso, na última campanha
publicitária lançada no início do ano, o Ministério da Saúde alerta a população
sobre sinais e sintomas da doença com o objetivo de estimular a busca pelos
serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa por casos
novos.
VERMINOSES, TRACOMA E ESQUISTOSSOMOSE - No caso das
geo-helmintíases ou verminoses, os alunos recebem profilaxia com Albendazol
400mg em dose única. Esse medicamento é eficaz, não tóxico, e utilizado, há
vários anos, em milhões de pessoas de diversos países. Quanto ao tracoma, os
escolares são submetidos a exame ocular externo, realizado por profissionais
capacitados. Os casos positivos e seus contatos domiciliares são encaminhados
para tratamento.
Já os municípios que aderiram às ações para esquistossomose
realizarão exame de fezes na população escolar e tratamento individual ou
coletivo dos casos, com base nos percentuais de positividade encontrados.
Victor Maciel
Agência Saúde
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