Muito se fala sobre a necessidade das pequenas e médias empresas
(PMEs) investirem em inovação para crescerem e se destacarem no mercado.
Contudo, antes de buscar o crescimento, as empresas de menor porte devem se
estruturar e ter uma boa organização fiscal e financeira - garantindo um futuro
promissor, saudável e sem sustos. Por isso, vale se atentar as exigências
tributárias de cada município e estado e as que são comuns a todos os
empresários do Brasil. Somente com um bom conhecimento das obrigações fiscais é
possível ter um negócio bem sucedido.
Um exemplo foi a adesão ao Cupom Fiscal Eletrônico (CF-e-SAT), que
passou a ser obrigatória para todo o comércio varejista do Estado de São Paulo
em 2017. Sua empresa já está de acordo com está exigência? Espero que sim.
Basicamente, o cupom fiscal documenta e comprova uma transação comercial
realizada entre um estabelecimento e o consumidor final, o que é importante
para que o fisco analise o pagamento de impostos e tributos de produtos. E a
única forma de um comércio emitir este documento dentro da lei é seguindo as
regras da Secretaria da Fazenda. Caso contrário, pode ser autuado ou receber
multas durante uma fiscalização.
Vale ressaltar ainda os esforços do governo para modernizar o
sistema tributário e cruzar as informações, diminuindo os erros e garantindo
que todos os empresários paguem corretamente os impostos. E essas iniciativas
do governo não acontecem à toa. Um levantamento realizado pela Receita Federal
e divulgado no início deste ano mostrou que nos últimos dez anos, o Brasil
perdoou R$ 176 bilhões em juros e multas de dívidas tributárias - valor que é
praticamente o mesmo do rombo nas contas da Previdência no ano passado.
Estas informações não têm a intenção de assustar os micro e
pequenos empresários, mas sim alertar para a importância de cuidar da saúde
financeira e fiscal do seu negócio com seriedade. Certamente, são muitas as
preocupações de um empresário e nem sempre é possível se dedicar ou ter um
funcionário que possa cuidar exclusivamente das questões legais. Por isso,
nesta hora vale contar com o apoio da tecnologia. Existem diversos sistemas de
gestão (ERP) disponíveis no mercado e - o mais importante! - para todos os
bolsos. Pesquise e encontre um que seja de fácil entendimento e atenda as
necessidades do seu negócio. A tecnologia vem a cada dia ajudando empresários
dos mais variados segmentos e com as empresas de menor porte não é diferente.
Com organização é possível planejar o crescimento. Uma pesquisa
realizada pela Desenvolve SP ao longo de 2017 com PMEs teve como objetivo
entender o perfil dos empreendedores do estado e mostrar as suas percepções
sobre inovação e as principais dificuldades de investimento. Neste quesito,
foram apontadas três principais dores: 24% dos entrevistados destacaram “obter
linhas de crédito ou outras fontes de financiamento”, a “carga tributária,
impostos, legislação e burocracia” veio logo na sequência com 23% das citações,
e por último, a “incerteza sobre o futuro do país”, com 14%.
Outra questão que vale ser mencionada são os fatores que
determinam o fechamento de uma empresa. O estudo sobre a “Sobrevivência das
empresas no Brasil”, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - Sebrae em 2016, mostrou que não há apenas um fator
determinante do fechamento das empresas e sim uma combinação de “fatores
contribuintes”. Os principais são o tipo de ocupação dos empresários antes da
abertura (se desempregado ou não); a experiência/o conhecimento anterior no
ramo; a motivação para a abertura do negócio; o planejamento adequado do
negócio antes da abertura; a qualidade da gestão do negócio; e também a
capacitação dos donos em gestão empresarial.
Daí a importância de uma gestão eficiente. Ambos os levantamentos
confirmam a importância da organização financeira e tributária de um negócio -
tanto para se manter no mercado como para crescer e inovar.
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