Apenas no último trimestre de 2016, três milhões de
brasileiros foram demitidos segundo o IBGE. Hoje, o desemprego no País já afeta
12 milhões de pessoas e, consequentemente, aflige também os funcionários que
permanecem nas empresas, pois as demissões em massa não reduzem a quantidade de
demandas das companhias e sobrecarregam os colaboradores remanescentes que se
tornam ‘funcionários-polvo’ por acumularem as tarefas dos ex-colegas.
O fenômeno influencia todo o organograma das
empresas, inclusive os líderes, que precisam encontrar o tom adequado para
lidarem com os subordinados em momentos de crise. De acordo com Paulo Aziz
Nader, consultor em desenvolvimento organizacional da Leverage Coaching (www.leveragecoaching.com.br),
os executivos devem ter a Inteligência Emocional desenvolvida para gerenciar
corretamente o seu comportamento e o das equipes durante a alta demanda, o que
reduz os riscos de decisões equivocadas e erros que podem prejudicar as
organizações.
“Lidar com várias atividades ao mesmo tempo pode
ser muito desgastante e esse desgaste pode não ser identificado, o que leva os
funcionários a errarem sem notar”, detalha. Além disso, segundo o especialista
a Inteligência Emocional possibilita também que o líder dose as demandas de
acordo com a capacidade de cada colaborador, gerenciando as expectativas da
equipe, criando assim, um ambiente de trabalho motivador mesmo durante a crise.
“Quanto mais desenvolvida for a Inteligência
Emocional de um líder, maiores serão as suas chances de tomar decisões
acertadas que contribuirão positivamente para os resultados da empresa. Afinal,
a função primária dos gestores de qualquer organização é tomar decisões”,
aponta o consultor. Diante de cenários desafiadores, essa função ganha ainda
mais importância e pode fazer toda a diferença a longo e a médio prazo.
Priorizar demandas impulsiona produtividade e as
relações durante a crise
Para Nader, é preciso ficar atento às tarefas
desnecessárias ou o aumento indevido de atividades. Nesses momentos, os
gestores também devem auxiliar as equipes a priorizar corretamente suas ações.
“Para isso, é muito importante saber identificar suas próprias emoções,
intenções e comportamentos. Além disso, é importante perceber e gerenciar as
emoções coletivas que emergem na equipe, ajudando assim a manter um
relacionamento eficiente e produtivo entre seus membros”, aconselha.
Mas, será que a relação amistosa entre
colaboradores e líderes pode ser mantida diante desse cenário? O consultor
afirma que tudo depende de uma comunicação ainda mais eficiente entre ambos os
lados. “É essencial que todos saibam ouvir, inclusive o que não está sendo
falado, pois isso é essencial para que as relações permaneçam sólidas. A
empatia eleva a confiança e o comprometimento do time e uma comunicação
assertiva e segura colabora para uma boa relação intra-organizacional”,
explica.
Ele afirma ainda que a produtividade não deve
ser deixada de lado durante o debate sobre os funcionários-polvo. “Aumentá-la
não significa simplesmente executar mais tarefas - o mais importante é refletir
como o processo pode ser otimizado. Trabalhar com mais assertividade é
essencial para que a produtividade seja mantida, evitando tarefas
desnecessárias. Porém, os momentos de descontração não devem ser esquecidos:
são eles que recarregam as nossas baterias para mantermos a produtividade em
alta”, finaliza.
Paulo
Aziz Nader - atua como consultor no setor de
desenvolvimento organizacional com a Leverage Coaching criando programas de
desenvolvimento executivo, de liderança e de gestão de talentos para empresas
de diversos portes e segmentos. É também Coach profissional, certificado pelo
Integral Coaching Canada™, pelo Behavioral Coaching Institute (BCI) e pela
International Coach Federation (ICF) da qual é membro afiliado. Bacharel em
Administração de Empresas e gestão internacional de negócios pela ESPM e
mestrando em desenvolvimento organizacional pelo INSEAD (Fontainebleau), tem em
seu currículo passagens por empresas de grande porte como Microsoft e Facebook.
Possui extensões em Leadership & Management pela Harvard University e em
Change Management pelo MIT Sloan; é membro afiliado do Institute Of Professional
Coaching (IOC), órgão afiliado à Harvard Medical School; e membro convidado da
International Society for the Psychoanalytic Study of Organizations (ISPSO).
Pode contribuir em pautas sobre liderança, governança, cultura organizacional,
gestão de pessoas, inteligência emocional, desenvolvimento de liderança, gestão
de mudança organizacional e planejamento de negócios familiares. www.leveragecoaching.com.br.

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