A Imperatriz Leopoldinense anuncia que no Carnaval
dirá que o agronegócio é devastador, imerso em agrotóxico e agride os
indígenas. Mentira deslavada e total irresponsabilidade!
O Carnaval brasileiro é um momento de alegria e de
exuberância, mostra a criatividade e também a capacidade de organização da
nossa gente. Aparece na Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro, mas se realiza
também no cotidiano da vida das pessoas, nos milhares de blocos que circulam em
todas as cidades, nas mais diferentes formas de festejos, em diversas
manifestações culturais.
O nosso setor do agronegócio é parecido com isso.
Tem resultados exuberantes, é inovador, transforma a realidade econômica,
social e ambiental da vida das pessoas. Como o Carnaval, com suas fantasias e
alegorias, o agronegócio enche os olhos das pessoas quando se sentam à mesa
para comer e beber ou quando utilizam bioeletricidade, à noite, em suas casas.
Nosso agronegócio sabe contemplar e conviver com a
natureza, como demostram as iniciativas que harmonizam a produção de alimentos
e preservação, por exemplo o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de
Regularização Ambiental (PRA).
É uma atividade de milhões de brasileiros que
incorpora o avanço científico para criar as inovações tecnológicas que aumentam
a produtividade, ao mesmo tempo em que diminuem seu impacto ambiental. Tais
como o Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Ou o Plano ABC, que
está sendo implantado em todo o Brasil para mitigar as emissões de gases
causadores do efeito estufa e recuperar áreas degradadas.
O Brasil sabe que nossa atividade agrícola tem o
diferencial ambiental para se distinguir no mundo, agir com protagonismo neste
momento em que precisamos combater o efeito estufa, as mudanças climáticas e
quando a humanidade abre o ciclo da Economia Verde. Isto significa
biocombustíveis e bioenergia vindos da terra, produzidos pela agricultura.
Este setor representa nada menos do que 22% do
Produto Interno Bruto (PIB) nacional. É o responsável por garantir o superávit
da Balança Comercial nestes últimos difíceis anos. Somente com o milho, as
fazendas brasileiras faturaram R$ 45 bilhões em 2015. A exportação do grão
atingiu R$ 6 bilhões no mesmo ano, com investimentos na ordem de US$ 136
milhões para melhoramento de sementes e novas variedades.
Portanto esta inconveniente polêmica, criada pela
escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense, reflete uma visão
particularista e preconceituosa que denigre a imagem de muitos que tanto fazem
pelo País.
É claro que, como em qualquer atividade, existem
problemas a serem superados e a necessidade de aprimorar sempre. Mas também é
evidente que generalizar eventuais excessos localizados não revela a beleza, a
vitalidade e a importância do setor agropecuário. Não olha a realidade da
agricultura familiar, que tem no fornecimento de alimentos básicos para a nossa
população seu motivo de existência. Não mostra o dinamismo de um setor que, por
exemplo, incorporou tecnologia para aumentar em três vezes sua produção
ampliando em apenas 26% a área cultivada.
Nosso setor não merece ser “inimigo da
preservação”. Tem adotado sempre novas tecnologias de produção criadas pelos
institutos de pesquisa e difundidas por órgãos de extensão, em um dos maiores
exemplos de aplicação tecnológica da humanidade. Nosso setor ocupa apenas
aproximadamente 29% do território nacional para alimentar todo o Brasil e parte
do mundo com carboidratos vegetais e proteína animal. É o menor percentual de
ocupação de solo entre os países desenvolvidos, ainda assim, somos líderes
mundiais em exportação de produtos como suco de laranja (73,4% do total
mundial), açúcar (46,9%), soja (42,1%), carne de frango (38,6%), café (27,3%) e
carne bovina (20,1%). É isso que o Brasil pode apresentar sobre seu
agronegócio.
A comparação preconceituosa que fazem do índice
brasileiro de utilização de agroquímicos, usados para combater pragas e doenças
e preservar a produtividade da nossa lavoura, ignora duas condições
determinantes. A primeira delas é que aqui se faz três safras por ano – quando
no Hemisfério Norte são duas, no máximo, e ignoram nosso clima tropical. Isso
quer dizer que não temos o frio intenso e nevascas que ajudam a garantir a
sanidade ao solo, matando por congelamento as pragas e doenças. Sem falar na
característica riqueza da biodiversidade que temos no Brasil, estendida também
para as pragas que atingem nossas lavouras.
Pessoas e organizações de países que muito falam em
preservação têm um percentual mínimo da sua cobertura vegetal nativa
preservada. No Brasil, esse índice é de 65% de vegetação natural preservados
nos 850 milhões de hectares de seu território.
Nós temos hoje, por exemplo, 12% do nosso
território nacional como área de preservação para os indígenas. É claro que o
samba-enredo "Xingu - O clamor que vem da floresta" também não mostra
isso. Isso tudo acontece em uma escola de samba fundada, em 6 de março de 1959,
pelo farmacêutico Amaury Jório – um homem que vivia da correta utilização da
ciência, assim como faz hoje nosso produtor rural responsável.
Portanto, este samba-enredo fala a uma minoria da
elite, bem abastada e pretensamente intelectual, mas não comunica a realidade
do povo brasileiro. Não revela a alegria, a animação e o efeito transformador
que tem o nosso setor agropecuário.
É isso que deveríamos apresentar ao mundo, a melhor
agricultura tropical do planeta. Uma sugestão que fica para outros carnavais!
Arnaldo
Jardim - secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.brSite oficial: www.arnaldojardim.com.br
Twitter: @ArnaldoJardim
Facebook:
Deputado Arnaldo Jardim
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