No Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro),
especialistas alertam para os casos menos comuns, mas cuja incidência no país
também vem crescendo
O câncer é uma das doenças de maior incidência no
mundo – atualmente, mais 32 milhões de pessoas convivem com algum tipo de
câncer1 e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse
número só tende a crescer. Estimativas da Organização indicam que, apenas no
Brasil, entre 2016 e 2017 são esperados 600 mil novos casos de câncer, em que
os tumores de próstata (61 mil) em homens e mama (58 mil) em mulheres serão os
mais frequentes1, seguidos por intestino, pulmão, colo do útero e
estômago (além do câncer de pele não melanoma, responsável por aproximadamente
180 mil novos casos).
Apesar de muito se falar sobre câncer e de campanhas
sobre prevenção e diagnóstico precoce serem cada vez mais recorrentes, o foco
costuma ser nos tipos de maior incidência, como mama, próstata, pulmão. Os
tipos menos incidentes acabam passando despercebidos – apesar de, juntos, serem
responsáveis por uma parcela importante da incidência da doença: dos 600 mil
novos casos de câncer esperados para 2016-2017 no Brasil, cerca de 51 mil1
correspondem aos tipos raros ou de menor incidência.
Para os especialistas, ainda é difícil encontrar
informação confiável sobre esses cânceres por eles serem desconhecidos por
grande parte da população. Somado ao fato de que alguns tipos de câncer podem
ser assintomáticos ou apresentar sintomas parecidos com outras doenças, isso
contribui para o diagnóstico tardio e, consequentemente, para altos índices de
mortalidade decorrentes da doença. Projeções indicam que, caso não haja
esforços efetivos na prevenção e controle do câncer, a partir do ano de 2029
haverá mais brasileiros que morrerão com algum tipo de câncer do que de doenças
cardiovasculares.
Entre os tipos menos comuns de câncer, mas com
incidência considerável no Brasil, os especialistas destacam a leucemia
mieloide crônica (LMC) e o câncer de rim.
Leucemia Mieloide Crônica
A leucemia mieloide crônica (LMC) é um tipo
de câncer que se caracteriza pela multiplicação desordenada dos glóbulos
brancos ainda na medula óssea. Estimativas do INCA – Instituto Nacional do
Câncer apontavam para 10 mil2 novos casos de leucemia no Brasil
durante 2016, sendo a LMC responsável por cerca de 15% dos casos de leucemia em
geral. De causa genética, esse tipo de leucemia é mais comum em adultos a
partir dos 50 anos.
A LMC pode passar despercebida por muitos anos, ao
ser confundida com uma infecção corriqueira e tratada com antibióticos. Com o
passar do tempo, as células doentes vão substituindo as células saudáveis, e a
fase crônica dá lugar à fase aguda – quando sintomas como fadiga, sudorese
noturna, febre e peso abdominal (devido ao aumento do baço)3,4
começam a surgir, sinalizando ao paciente que algo pode não ir bem. De acordo
com a onco-hematologista Monika Conchon, “a maioria dos pacientes é
assintomática. Alguns apresentam cansaço anormal, mas geralmente não há nenhum
sintoma específico que chame muita atenção, como emagrecimento ou febre. Como
os sintomas não são específicos, o paciente é normalmente encaminhado ao
hematologista após um primeiro hemograma alterado, em geral com o número de
leucócitos bastante elevado”.
O diagnóstico é feito por meio de um hemograma
completo, além do exame físico – para avaliação do baço, por exemplo – e punção
na medula óssea, para confirmar a situação dos glóbulos brancos. Uma vez
diagnosticada, o médico irá avaliar o tratamento mais indicado para o paciente.
O tratamento da leucemia avançou muito nos últimos anos e, atualmente, o uso de
medicação oral é a primeira opção para o paciente. Os chamados inibidores da
tirosina quinase são considerados uma grande revolução da ciência, pois
combatem apenas as células doentes e proporcionam uma vida normal aos
pacientes, com poucos efeitos colaterais. A resposta a esse tipo de tratamento
da LMC é bastante positiva – cerca de 80% dos pacientes apresentam remissão
completa da doença5 – isto é, quando os exames já não indicam sinais
representativos das células cancerígenas.
Câncer renal
O Carcinoma de Células Renais (CCR),
conhecido popularmente como câncer de rim, é decorrente da transformação
das células dos túbulos que formam os néfrons – estruturas microscópicas
responsáveis pela filtração e formação da urina dentro dos rins –, que passam a
se multiplicar de forma anormal, dando origem ao tumor. Apesar de não se ter
dados oficiais sobre a incidência desse tipo de câncer, estima-se que ele seja
responsável por cerca de 2% dentre todos os tipos de câncer no mundo, e está se
tornando cada vez mais frequente6, devido principalmente ao
envelhecimento da população.
Para Fábio Schutz, oncologista clínico, apesar de
não existir uma causa comprovada, fatores como idade
avançada, tabagismo, obesidade, histórico de doença renal (como cálculo ou
cisto) são considerados de risco. “O câncer de rim é uma doença sem um fator
causal dominante, como ocorre, por exemplo, com pacientes fumantes que
apresentam risco significativo para câncer de pulmão. Por isso é difícil
estabelecer estratégias para prevenção de câncer de rim. Normalmente, o que se
pode indicar para prevenção são as mesmas medidas comuns a diversos tipos de
doenças: ter alimentação saudável, não fumar, fazer atividades físicas e
avaliações médicas regulares”, reforça.
Assim como outras doenças renais, esse tipo de
câncer não costuma apresentar sintomas em suas fases iniciais. Por isso, é
necessário estar atento a qualquer sinal atípico, como presença de sangue na
urina, dor abdominal e lombar, fadiga constante, perda de peso repentina e
febre intermitente.7 Por se tratar de uma doença silenciosa, muitas
vezes os sintomas só se tornam aparentes quando a doença já está em estágio
avançado – o que contribui para o diagnóstico tardio, de acordo com Schutz. “Por ser assintomática, muitos pacientes descobrem o
câncer renal ao acaso -quando vão, por exemplo, fazer algum exame de imagem por
outros motivos e o médico acaba percebendo a presença do tumor no rim”. Com isso, grande parte dos diagnósticos é feito com
a doença em estágio avançado ou metastático, quando as chances de cura são
muito pequenas”, afirma o médico.
Com o diagnóstico confirmado, é necessário avaliar
o estágio da doença para definir o tratamento mais adequado. A cirurgia
costuma ser indicada para casos onde o tumor é diagnosticado precocemente. Já
nos casos avançados, com a presença de metástase em outros órgãos, o tratamento
costuma ser mais difícil. “Os tumores de rim não respondem bem aos
tratamentos oncológicos convencionais, como quimioterapia e radioterapia.
Assim, o mais importante é amenizar os sintomas e retardar as complicações.
Para isso, optamos por uma medicação oral que seja eficaz, mas que também tenha
boa tolerabilidade, prezando pela qualidade de vida do paciente”.
Para saber mais sobre câncer renal e LMC, acesse https://portal.novartis.com.br/o-que-e-leucemia-mieloide-cronica-lmc e https://portal.novartis.com.br/o-que-e-cancer-renal.
Novartis
Referências
1. GLOBOCAN 2012: Estimated Cancer Incidence, Mortality and
Prevalence Worldwide in 2012. Disponível em http://globocan.iarc.fr/Default.aspx. Último acesso em janeiro de 2017.
2. Instituto Nacional do Câncer: Tipos de Câncer – leucemia.
Disponível em www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/leucemia/definicao+. Último acesso em janeiro de 2017.
3. MedlinePlus. Chronic Myeloid Leukemia. Disponível
em: www.nlm.nih.gov/medlineplus/chronicmyeloidleukemia.html. Último acesso em junho de 2016.
4. National
Cancer Institute. Chronic Myelogenous Leukemia
Treatment (PDQ®) – Patient Version. Disponível em: www.cancer.gov/types/leukemia/patient/cml-treatment-pdq. Último acesso em junho de 2016.
5. ABRALE. Leucemia
Mielóide Crônica – LMC. Disponível em: http://abrale.org.br/lmc/o-que-e. Último acesso em junho de 2016.
6. Cho E1, Adami HO,
Lindblad P. Epidemiology of renal cell cancer. Hematol Oncol Clin North Am. 2011
Aug;25(4):651-65
7. UCLA. Symptoms of Kidney Cancer. Disponível em http://urology.ucla.edu/body.cfm?id=439. Último acesso em 28 de abril de 2016.
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