Cirurgia da
Obesidade, bariátrica e redução do estômago – os três nomes referem-se ao mesmo
procedimento voltado ao tratamento da obesidade grave. O Hospital Daher Lago
Sul o realiza há anos e oferece estrutura adequada, equipamentos específicos e
equipe especializada no tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.
Trata-se de uma operação que, com o passar dos
anos, ganhou aperfeiçoamento e, atualmente, oferece resultados mais eficientes
e maior segurança ao paciente. A cirurgiã geral, especialista em cirurgia
videolaparoscópica, Dra. Helena Malnati, uma das especialistas que integram a
equipe médica do Hospital Daher, que atende os pacientes no consultório e
realiza cirurgias, esclarece alguns aspectos sobre a bariátrica no intuito de
tirar as dúvidas e acabar com os mitos a respeito do assunto.
1) Normas
Há normas específicas para os profissionais e
unidades de saúde quanto ao assunto. Isso porque os avanços obtidos nos últimos
anos e a tendência de facilidade ao acesso não podem banalizar a prática e
menosprezar as medidas de segurança definidas em nível mundial.
O Hospital Daher Lago Sul segue os protocolos que
exigem a participação de uma equipe multiprofissional em todas as etapas, a
partir do primeiro atendimento até a cirurgia plástica reparadora, quando
necessária. Desta forma, o paciente, em um momento inicial, é avaliado por
profissionais de diversas áreas.
Só de cirurgiões plásticos, o Hospital Daher conta
com 10 médicos devidamente capacitados. Além disso, há o cumprimento rigoroso
do modelo definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que consiste na
verificação de itens essenciais ao processo cirúrgico para garantir toda a
segurança necessária.
Entre as ações de rotina estão:
·
checagem de segurança;
·
check-list seguro ou time-out;
·
identificação correta do paciente e presença de
toda a equipe cirúrgica;
·
confirmação do procedimento a ser realizado e
planejamento de acesso respiratório e da necessidade de transfusão de sangue;
·
posicionamento correto do paciente na mesa
cirúrgica;
·
confirmação do lado a ser operado;
·
disponibilidade de equipamentos e materiais
necessários para a cirurgia;
·
encaminhamento de materiais para exames diagnósticos.
2) Indicação
Existe sempre a dúvida: quem pode fazer a
bariátrica? É válida em qualquer situação de excesso de peso? Não. Ela é
voltada apenas aos pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior do que
40, independentemente da existência de outras patologias, ou com IMC superior a
35 com doenças associadas. Para quem tem diabetes ou síndrome metabólica, o
índice deve estar acima de 30.
E como saber qual seu IMC? É fácil. Divida o seu
peso pela sua altura ao quadrado. Exemplo: Pessoa com 90kg e 1,50m
90/1,5 x 1,5 = 40 (IMC)
3) Qual médico está apto a
realizar o procedimento?
O profissional habilitado é o cirurgião bariátrico.
Um detalhe importante é que, em geral, aqueles profissionais que acompanham o
paciente, periodicamente, como o endocrinologista, o cardiologista e o
ginecologista reconhecem a necessidade e fazem o encaminhamento para o
tratamento cirúrgico.
4) Quais os principais passos?
O primeiro é marcar a consulta com um cirurgião
bariátrico. Ele verificará se há realmente indicação cirúrgica e solicitará
alguns exames para avaliar a presença de doenças que surgem, normalmente,
associadas ao excesso de peso. Os cuidados incluem também avaliação de
cardiologista, anestesista e pneumologista para avaliação do risco cirúrgico.
Comprovada a necessidade e com os resultados dos
exames em mãos, marca-se a data da operação. No dia, a internação deve ocorrer
uma hora antes do procedimento. Exige-se jejum.
A anestesia usada é a geral, que permite ao
paciente dormir durante toda a cirurgia, com duração média de 2horas. O período
de observação na recuperação anestésica é de mais ou menos 2 horas. Após esse
período, ele é liberado para o quarto, onde já poderá se levantar e fazer
pequenas caminhadas, conforme orientação médica.
A alta ocorre, em geral, 48 horas depois, mas isso
varia de acordo com a evolução de cada um. Vale ressaltar que os cuidados
pós-operatórios, como a dieta líquida, devem ser seguidos à risca.
E não para por aí. O paciente deverá ser
acompanhado pelo cirurgião bariátrico, endocrinologista, nutricionista e
psicólogo tanto antes quanto depois da operação. Após a perda e confirmada a
estabilização do peso, poderá ser necessária a avaliação do cirurgião plástico
para possíveis procedimentos reparadores.
5) Técnicas adotadas:
A técnica de Bypass Gástrico (gastroplastia com
desvio intestinal em “Y de Roux”) consiste em grampear parte do estômago para
reduzir o espaço para o alimento. Além disso, faz-se um desvio de 100 cm do
intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão a sensação de
saciedade, diminuem a fome e aumentam o metabolismo basal, aumentando o gasto
energético. A somatória desses fatores leva ao emagrecimento, além de controlar
o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial.
Uma curiosidade sobre o nome “Y de Roux”. A
denominação se dá pelo fato de a costura do intestino desviado ficar com
formato parecido com a letra Y. Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a
técnica.
Existe também a Gastrectomia Vertical. Nesse caso,
o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros.
Trata-se de um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos
anos 2000. Ele apresenta boa eficácia para a perda de peso e para o controle
das comorbidades.
6) História da Bariátrica:
Em 1960, houve os primeiros registros de
procedimentos com grandes desvios intestinais para tratar, cirurgicamente, a
obesidade. No entanto, as técnicas apresentaram complicações graves e foram,
gradativamente, sendo abandonadas.
Mais de 20 anos depois, mais especificamente, em
1982, nos Estados Unidos, o médico Edward Mason introduziu o conceito de
restrição gástrica, por meio da gastroplastia vertical com bandagem, uma
cirurgia restritiva, com bons resultados e baixos índices de complicação.
Na década de 90, veio à tona a técnica que
combinava a restrição alimentar a um pequeno desvio intestinal. Após pequenas
modificações realizadas por Fobi, criou-se a operação mais realizada até hoje,
a gastroplastia (ou By-Pass Gástrico) com reconstrução em Y-de-Roux, ou
Fobi-Capella.
No Brasil, a prática surgiu em 1970, com o
cirurgião Salomão Chaib da FMUSP. Acompanhando as tendências mundiais, após a
década de 90, com as novas técnicas e os resultados animadores, a cirurgia
bariátrica se estabeleceu e cresceu no país. Finalmente, após o ano 2000,
difundiu-se a videolaparoscopia também para a bariátrica, com melhora
expressiva na recuperação pós-operatória. Hoje, nosso país é o segundo em
número de cirurgias, por ano.
"A obesidade está associada ao aumento de
mortalidade e à redução da expectativa de vida dos obesos, em cerca de 5 a 20
anos. Observa-se, ainda, que, ao tomar o caminho inverso, a perda de peso
melhora os fatores de risco para doenças
cardiovasculares e diminui a mortalidade. Mas é importante
ressaltar que a cirurgia é um tratamento adotado apenas em casos extremos, nos
quais se comprova os limites de IMC fixados e quando as terapias
comportamentais (dietas e exercícios) e os medicamentos apresentam-se
ineficazes”, esclarece a cirurgiã bariátrica, Dra. Helena Malnati, integrante
do corpo clínico do Hospital Daher Lago Sul.
7) Estatísticas:
Em 2014, houve um aumento de 10% de cirurgias
bariátricas, no Brasil, em relação a 2013, conforme apontou a estimativa da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica Metabólica (SBCBM). Naquele ano
(2014) 7 milhões de pessoas aguardavam pelo procedimento. Já em 2015, 93,5 mil
pacientes fizeram a cirurgia, sendo que em 2014, o número foi de 88 mil, o que
representou uma elevação de 6,5% na comparação entre os dois anos.
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) do Ministério
da Saúde indicaram que, em 2013, 50,8% dos brasileiros estavam acima do peso e
17,5% eram obesos. Os percentuais ficaram 19% e 48% superiores aos registrados
em 2006, quando a proporção era 42,6% e 11,8%, respectivamente. A obesidade é
considerada fator de risco para doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e
para alguns tipos de câncer.
De acordo com outro levantamento da VIGITEL e do
Departamento de Informática do SUS (DATASUS), atualmente, 51% dos brasileiros
estão com sobrepeso e são obesos. Estima-se que 4.5 milhões de pessoas têm
indicação formal para a cirurgia bariátrica. O país realiza, aproximadamente,
entre 90 e 95 mil procedimentos anualmente. Ao considerar todos os números, o
levantamento estima que serão necessários 50 anos para operar todos
aqueles que apresentam a necessidade de passar pela cirurgia.
Dra Helena Malnati - Formada em
Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) em 2008, fez Residência Médica em
Cirurgia Geral no Hospital Universitário de Brasília (HUB), de 2008 a 2009, e
em Cirurgia Geral Avançada e Videolaparoscopia, também pelo HUB, no período de
2010 a 2011. A Dra. Helena, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (SBCBM), passou a integrar a equipe do Hospital Daher
Lago Sul em 2012, como cirurgiã geral.
Hospital Daher
SHIS QI 07 - F - Lago Sul - Brasília/DF
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