Brasil
tem cerca de 30 mil casos/ano e é o 2º país no mundo em números de pacientes
Considerada
a doença mais antiga da humanidade, a Hanseníase tem cura, mas ainda é um grave
problema de saúde pública no Brasil, com 30 mil novos casos diagnosticados por
ano. Cerca de 6℅ dos casos de Hanseníase acometem crianças e adolescentes,
cerca de 2 mil pacientes. Desses, 7℅ (140, em média) são diagnosticadas com
alguma sequela relacionada à doença.
O
país está entre os piores no ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia.
A Hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo
Mycobacterium leprae, ou bacilo de hansen. Sua evolução depende de
características do sistema imunológico da pessoa infectada e apresenta
múltiplas manifestações clínicas, exteriorizadas, principalmente, por lesões
dos nervos periféricos e cutâneas com alteração de sensibilidade.
Para
aumentar a visibilidade nacional para a doença e de seus pacientes, foi
instituído por meio da Lei Federal 12.135 de 2009, o Dia Nacional de Combate e
Prevenção da Hanseníase. A data é celebrada sempre no último domingo de janeiro
e reforça o compromisso em controlar a doença, promover o diagnóstico e o
tratamento corretos, difundir informações e desfazer o preconceito. Durante
todo o mês de janeiro são promovidas ações educativas para a população por meio
do “Janeiro Roxo”.
A
Hanseníase pode provocar graves incapacidades físicas se o diagnóstico demorar
ou se o tratamento for inadequado. Os primeiros sinais da hanseníase são
manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, que ficam dormentes e sem
sensibilidade ao calor, frio ou toque. Podem aparecer placas, caroços e/ou
inchaços. Quando afeta os nervos, pode causar formigamento, sensação de choque,
dormência e queimaduras nas mãos e pés por falta de sensibilidade, além de
falta de força e problemas nos olhos.
Segundo
o Coordenador do Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de
Dermatologia, Dr. Egon Daxbacher, a transmissão do M. leprae se dá através de
contato próximoe contínuo com o paciente não tratado. “Apesar de ser uma doença
da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da
saliva do paciente. Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os
olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos.
Ao penetrar no
organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O
períodoem que a bactéria fica escondida ou adormecida no organismo é
prolongado, e pode variar de dois a sete anos”, explica o médico.
O
diagnóstico da Hanseníase é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação
clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de
nervos, avaliação da força motora etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma
mancha ou caroço no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou
pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. Uma dica
importante é convencer os familiares e pessoas próximas a um doente a
procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação, quando for diagnosticado
um caso de Hanseníase na família. Dessa forma, a doença não será transmitida
nem pela família nem pelos parentes próximos e amigos.
Ao
suspeitar dos sintomas, procure um dermatologista da Sociedade Brasileira de
Dermatologia.
O
tratamento é gratuito e disponibilizado em todo o território nacional.
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