Se
2016 foi muito movimentado no âmbito dos acontecimentos jurídicos e mudanças
tecnológicas, que começaram a abalar a estrutura de governança do tradicional
mercado jurídico brasileiro.
Estou
me referindo ao crescimento vertiginoso das tecnologias da chamada “Inteligência
Artificial”. Participo há 20 anos de uma associação voltada ao estudo e
desenvolvimento de tecnologia para escritórios de advocacia nos EUA e para se
ter uma ideia, entre 2015 e 2016 apareceram 35 empresas com produtos e serviços
voltados a esse mercado com utilização de tecnologias cognitivas.
Para
contextualizar melhor, o termo “Inteligência Artificial” na verdade, abrange
uma série de tecnologias e algoritmos matemáticos e estatísticos que permitem que
a máquina “aprenda” cognitivamente, além do binário sim ou não, e consiga tomar
decisões baseadas em experiências anteriores.
Todas
essas tecnologias estão permitindo:
1
– Identificação cognitiva de documentos e a extração dos temas abordados
internamente não apenas pelas palavras contidas, mas pelo seu significado
semântico.
2
– Classificação e distribuição automática desses documentos para os
profissionais que detêm o conhecimento coerente ao seu conteúdo.
3
– Pesquisa inteligente das informações necessárias à elaboração de um novo
documento tais como: jurisprudências, doutrinas, caso anteriores etc.
4
– A própria elaboração automática de documentos baseada em respostas a
perguntas temáticas. Exemplo: criação de contratos sobre temas específicos.
5
– Análise estatística de julgamentos prévios e previsão de “ganho ou perda” de
determinada tese em determinado Tribunal.
Tudo
isso está impondo ao mercado jurídico inteiro (escritórios, departamentos
jurídicos, até juízes e tribunais) uma mudança na forma de se olhar, entender,
se comportar e principalmente de como e gerenciar a profissão advocatícia.
O
profissional do Direito do futuro, que já se tornando presente, utilizará mais
o cérebro e menos as mãos!
José
Paulo Graciotti - engenheiro e consultor, membro da ILTA– International Legal
Technology Association e da ALA – Association of Legal Administrators.
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