Nutricionista dá dicas de como driblar o
desejo insaciável e além do necessário de comer
Hoje
(26/01) é o dia da gula, um dos mais conhecidos pecados capitais. Mas será que
a gulodice não pode se transformar em um transtorno? Passar da medida em uma
refeição um dia ou outro é normal, mas quando isso se torna recorrente e a
pessoa sente a necessidade de comer, mesmo quando não está com fome ou quando
já está satisfeita, cuidado! Isso é um sintoma de compulsão alimentar.
Mariana
Nacarato, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de
Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI),
explica que os principais fatores que levam a esse distúrbio são: depressão,
ansiedade, preocupação constante com o peso e cardápios restritivos.
“Na
maior parte dos casos de compulsão, a pessoa começa a comer com culpa e
arrependimento quando está fissurada em cumprir à risca alguma dieta
restritiva, daqueles falsos modismos que erroneamente cortam alimentos
fonte de energia e indispensáveis no cardápio, como pães, massas e doces,
que são vistos como ‘proibidos’. No primeiro contato com estes pseudos
‘vilões,’ a ansiedade gera perda de controle e falta de bom senso com a
quantidade a ser ingerida”, explica.
Além
das questões comportamentais, a gula também pode sinalizar algumas deficiências
nutricionais do corpo. O desejo aumentado por doces pode indicar falta de
magnésio (mineral que ajuda a produzir energia) ou cromo (mineral que auxilia
nas funções de insulina), por exemplo.
Para
driblar essa vontade exagerada de comer, é essencial começar pela mudança no
pensamento, compreendendo que excessos não fazem bem e que dentro de uma
alimentação saudável é possível ter uma variedade de produtos, incluindo os
mais ricos em energia (carboidratos) ou gordura. “É importante considerar que
cada alimento tem uma porção e frequência adequada, e até os conhecidos como
“guloseimas” podem fazer parte de uma rotina equilibrada, desde que consumidos
com moderação”, explica a nutricionista.
Alimentar-se
prestando atenção nos sinais de fome e saciedade do corpo também é uma dica
para contornar os momentos de gula. É claro que ela requer paciência e
autoconhecimento, mas é muito eficaz! “Quando abrir espaço para uma
indulgência, escolha um que goste bastante e aprecie com calma, pois desta
forma é mais fácil se saciar com uma quantidade menor. Caso exagere, evite
comportamentos de compensação como omitir refeições ou fazer jejuns, pois eles
apenas agravam a sensação de culpa”, diz Mariana.
Por
fim é válido lembrar que alimentação não é apenas o consumo de nutrientes, e
sim um ato social e um prazer que sempre acompanhou os seres humanos. Portanto,
aproveite este momento sabendo equilibrar frequência e quantidade, sem recorrer
à gula.
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