Surto da doença tem preocupado e
aumentado a procura por vacina
O aparecimento de casos de febre amarela nos estados de
Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo no início deste ano tem alarmado a
população sobre um possível surto da doença em outras regiões do Brasil.
A disseminação do vírus preocupa uma vez que um de seus
vetores é o Aedes aegypti, principal vetor também para Dengue, Zika e
Chikungunya.
Até o momento o que se sabe é que os casos confirmados
nesses estados são de febre amarela silvestre, ou seja, transmitida por meio
dos mosquitos dos gêneros Haemagogus
e Sabethes, presentes em áreas
específicas de mata.
De acordo com o médico infectologista do Hospital
Infantil Sabará, Francisco Ivanildo de Oliveira, não se deve alarmar a
população, já que não há evidências de transmissão urbana. “Não é o caso de
sair vacinando todo mundo. Por enquanto a vacina só faz sentido para aqueles
que vivem em regiões de risco ou que vão viajar para estes locais. A vacina é
segura e os efeitos colaterais costumam ser leves, mas algumas pessoas podem
ter reações mais sérias, por isso é muito importante que ninguém seja vacinado
sem necessidade”, explica.
Dicas
O médico elenca 5 pontos que são necessários saber sobre
a doença neste momento. Confira:
ü A
vacina é, sim, a melhor forma de prevenção. Porém, verifique no site do
Ministério da Saúde se a sua cidade está na área de risco para transmissão da febre
amarela. Nestes locais a vacina é recomendada e oferecida pela rede pública;
ü Se
você pretende viajar pelo país, informe-se com antecedência se o seu destino é
uma área com risco de transmissão da doença, pois a vacina precisa ser aplicada
pelo menos 10 dias antes da viagem;
ü Em
áreas de risco ou mesmo em regiões não afetadas, o uso de repelentes é sempre
recomendado já que evita a picada de mosquitos, que podem transmitir outras
doenças;
ü Demais
barreiras físicas para impedir o mosquito também são bem-vindas, como uso de
telas nas janelas e sobre a cama;
ü Nas
crianças que vivem em áreas com recomendação de vacina, a idade recomendada
para a primeira dose é a partir dos 9 meses de idade.
ü Grávidas
e mulheres que estão amamentando não devem ser vacinadas.
Por fim é importante manter-se atento ao controle da
proliferação dos mosquitos. Mesmo sem haver
transmissão da febre amarela urbana, a redução de criadouros do Aedes é
fundamental para prevenir outras doenças, como Dengue, Zika e Chikungunya.
Sintomas
A febre amarela causa sintomas semelhantes em crianças e
adultos. “O aparecimento de febre alta sem explicação e repentina, além de
dores musculares, calafrios e náuseas, indicam a necessidade de procurar um
serviço de saúde”, completa o médico.
A maioria dos casos da doença se comporta de forma
benigna e o paciente se recupera rapidamente. Porém, assim como toda doença
infecciosa, a febre amarela pode evoluir para a forma grave causando icterícia
e complicações hepáticas e renais. “É importante que se faça o diagnóstico
correto o quanto antes. Portanto, pessoas não vacinadas que estiveram em áreas
de transmissão da febre amarela e que apresentam quadro febril até 15 dias após
a viagem devem procurar um médico e ele indicará tratamento e exames
necessários”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário