Uma das
queixas mais comuns entre os idosos é a insônia - 60% das mulheres com mais de
60 anos sofrem com o problema
Segundo
estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 13% da
população são de idosos. Isso significa 26,1 milhões de pessoas com mais de 60
anos de idade no país. Um dos transtornos de sono mais frequente nessa faixa
etária é a insônia. Sabe-se que esse distúrbio possui incidência 1,5 vezes
maior na terceira idade do que em jovens adultos.
De
acordo com a gerontóloga da Casa de Repouso Villa Bela Vista e membro da
Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), Nathália Gitti, ao longo do tempo,
a eficiência do sono diminui, cresce a quantidade de despertares após o início
do sono e há dificuldade para adormecer novamente. "Um estudo confirma
que há incidência de 30% de insônia crônica entre idosos, além de prevalência
de 60% de insônia entre mulheres com 60 anos ou mais. Os idosos tendem a
acordar e levantar mais cedo, ocorrendo, portanto, um aumento do uso de
medicações relaxantes e psicotrópicas".
A
especialista explica que essas complicações podem ser provenientes de
diferentes fatores, como alterações hormonais decorrentes do envelhecimento,
mudanças no estilo de vida, apneia, fibromialgia, uso de medicamentos que
possuem tais efeitos colaterais, hereditariedade, hábitos inadequados, entre
outros.
As
repetidas noites mal dormidas refletem na qualidade de vida do idoso. De um
modo geral, as consequências são: fadiga, irritação, cansaço fácil, ardência
nos olhos, ansiedade, fobias, incapacidade de concentrar-se, perda de memória,
mal-estar, sonolência e maior propensão de quedas. "Quando com
frequência, o problema se associa a pior saúde física, cognitiva e emocional e
pode implicar em dificuldade no exercício de funções sociais, diminuição do
senso de bem-estar, depressão e aumento do potencial para
morbimortalidades".
Em casos crônicos, é necessário buscar auxílio de uma equipe
multidisciplinar de saúde, que direcionará o tratamento mais adequado para o
paciente. "A prescrição de medicamentos que ajudam a dormir e não
provocam dependência química, associada a medidas comportamentais e cognitivas,
é a melhor forma de intervenção, junto aos cuidados com a alimentação e a
prática de exercícios físicos. Assim, não só a qualidade do sono será
aumentada, mas também a melhora das relações sociais, saúde física e emocional",
conclui Nathália.
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