Especialista do Hospital CEMA
explica os males causados pelo cigarro no aparelho respiratório e mostra que a
nocividade do fumo é ainda maior do que as pessoas pensam
Ele mata mais de 5 milhões de
pessoas todo ano. Está relacionado a mais de 50 doenças e é uma das principais
causas de morte evitável, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O
cigarro já figura como vilão há algum tempo, no entanto, ainda é utilizado por
um terço da população mundial adulta. Além dos conhecidos problemas no pulmão,
as substâncias tóxicas presentes no cigarro - são mais de 4,7 mil - podem
afetar gravemente todo aparelho respiratório. E por muito tempo. "Mesmo
após 10 anos da parada do ato de fumar a frequência de doenças inflamatórias
pulmonares, nasais e faríngeas permanece alta, se compararmos com a população
mundial não fumante", destaca o otorrinolaringologista do Hospital CEMA,
Cícero Matsuyama.
O hábito de fumar queima toda
a via aérea do fumante, desde a boca até o pulmão. Todas as substâncias
nocivas, aliadas as altas temperaturas da fumaça vão entrar diretamente nas
vias respiratórias e provocar inúmeras doenças na região. "As substâncias
presentes no cigarro causam lesões no aparelho respiratório de forma aguda,
como a faringite, rinite e bronquite, e de forma crônica, como a sinusite,
bronquite crônica e câncer", explica o médico.
No caso dos fumantes
passivos, os males provocados pelo cigarro são em menor proporção e
intensidade, mas atingem principalmente o pulmão, segundo Matsuyama. Ele conta
ainda que em sua experiência clínica pode observar inúmeros casos de jovens
tabagistas vítimas de doenças respiratórias ocasionadas pelo fumo. Ao contrário
do que muitos pensam, os problemas decorrentes do tabagismo não aparecem
somente com o passar dos anos. A primeira tragada já é suficiente para alterar
toda saúde do aparelho respiratório.
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