segunda-feira, 20 de julho de 2015

Sono muda na terceira idade




 Uma das queixas mais comuns entre os idosos é a insônia - 60% das mulheres com mais de 60 anos sofrem com o problema
Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 13% da população são de idosos. Isso significa 26,1 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade no país. Um dos transtornos de sono mais frequente nessa faixa etária é a insônia. Sabe-se que esse distúrbio possui incidência 1,5 vezes maior na terceira idade do que em jovens adultos.
De acordo com a gerontóloga da Casa de Repouso Villa Bela Vista e membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), Nathália Gitti, ao longo do tempo, a eficiência do sono diminui, cresce a quantidade de despertares após o início do sono e há dificuldade para adormecer novamente. "Um estudo confirma que há incidência de 30% de insônia crônica entre idosos, além de prevalência de 60% de insônia entre mulheres com 60 anos ou mais. Os idosos tendem a acordar e levantar mais cedo, ocorrendo, portanto, um aumento do uso de medicações relaxantes e psicotrópicas".
A especialista explica que essas complicações podem ser provenientes de diferentes fatores, como alterações hormonais decorrentes do envelhecimento, mudanças no estilo de vida, apneia, fibromialgia, uso de medicamentos que possuem tais efeitos colaterais, hereditariedade, hábitos inadequados, entre outros.
As repetidas noites mal dormidas refletem na qualidade de vida do idoso. De um modo geral, as consequências são: fadiga, irritação, cansaço fácil, ardência nos olhos, ansiedade, fobias, incapacidade de concentrar-se, perda de memória, mal-estar, sonolência e maior propensão de quedas. "Quando com frequência, o problema se associa a pior saúde física, cognitiva e emocional e pode implicar em dificuldade no exercício de funções sociais, diminuição do senso de bem-estar, depressão e aumento do potencial para morbimortalidades".
Em casos crônicos, é necessário buscar auxílio de uma equipe multidisciplinar de saúde, que direcionará o tratamento mais adequado para o paciente. "A prescrição de medicamentos que ajudam a dormir e não provocam dependência química, associada a medidas comportamentais e cognitivas, é a melhor forma de intervenção, junto aos cuidados com a alimentação e a prática de exercícios físicos. Assim, não só a qualidade do sono será aumentada, mas também a melhora das relações sociais, saúde física e emocional", conclui Nathália.


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