A chegada de um bebê é sempre um momento feliz na vida de
qualquer pessoa. Porém, algumas mães enfrentam um problema que contrasta com
essa expectativa normal de alegria: a depressão no pós-parto. Até mesmo quando
o bebê nasce saudável, o pai fornece todo o suporte necessário e a família está
feliz, é normal que muitas mães sintam, na hora de voltar para casa, melancolia
e tristeza. Esses sentimentos podem ser passageiros e diminuir com o tempo.
Porém, eles também podem evoluir para um quadro mais grave de apatia e rejeição
ao bebê.
Para entender um pouco mais sobre a depressão pós-parto, o Dr.
Ivan Morão, psiquiatra do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Itaim,
tira algumas dúvidas:
1. Qual a diferença entre depressão e
depressão no pós-parto?
Em termos de entidade clínica, não existe diferença entre
depressão e depressão pós-parto. O que essas classificações determinam é uma
depressão dentro de uma época ou episódio.
2. Por que após o nascimento do bebê
algumas mães apresentam depressão pós-parto?
Além de ser marcado por uma alteração hormonal, o pós-parto é
também uma mudança no estilo de vida. Têm mães que entendem
a gravidez não como um ganho, mas como uma perda de beleza, espaço, convívio
social e relações no trabalho, entre outros motivos. Isso pode desenvolver um
quadro depressivo grave que vai fazer com que surja um sentimento de rejeição,
algo que está além do quadro hormonal e implica como ela vai lidar com esse
novo ser em sua vida.
3. Quais são os sintomas da depressão no
pós-parto?
São os mesmos da depressão. Entre eles estão variação de
humor para o polo negativo, tristeza, apatia, desinteresse, fraqueza,
diminuição do apetite, sono perturbado, irritação e baixa autoestima.
4. A depressão pós-parto causa riscos
para o bebê?
O risco de uma agressão é muito baixo. O maior risco para o
bebê é o próprio desinteresse e rejeição da mãe.
5. A depressão pós-parto tem início
quantos dias após o nascimento do bebê?
A pessoa pode apresentar sintomas até mesmo durante a
gravidez, ou a depressão pode surgir duas a três semanas após o parto.
6. Algumas mulheres têm mais
predisposição para a depressão pós-parto?
Se ela teve
um quadro depressivo anterior, a chance de ter novamente é maior. Além disso,
se a mulher teve depressão pós-parto em outra gravidez, ela tem 50% de chance
de ter novamente.
7. Quando é necessário procurar ajuda
médica?
Se o quadro
for muito grave, no qual já nos primeiros dias a pessoa fica incompatibilizada
com o bebê, então tem que buscar tratamento imediato. Mas quando o quadro é
mais leve, uma alteração sutil de humor que contrasta com uma expectativa de
felicidade, é possível aguardar duas semanas.
8. Como é feito o tratamento?
O tratamento tem que ter uma combinação de abordagens entre a
psicoterapia e psicofármaco. O medicamento pode mexer na questão da alteração
bioquímica, mas tem questões, como a relação entre a mãe e a criança, que o
medicamento não vai resolver.
9. Esses medicamentos podem ser tomados durante
a amamentação? Se não, o que deve ser feito?
Alguns antidepressivos estão há muito tempo no mercado e têm
uma certa segurança no seu uso em relação ao bebê. Na amamentação, esses
medicamentos têm metabolização mais rápida no corpo da mãe e, por isso, baixa
concentração no leite.
10. A família é importante neste momento?
Como pode ajudar a mãe?
A família é sempre fundamental para dar conforto para a mãe
em todos os momentos da vida. Além disso, é importante compreender a situação
sem julgamentos.
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