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sábado, 13 de julho de 2024

Peso da liberdade e a falta de vontade: uma geração que não gera


Por que é tão desafiador para a nova geração, seja qual for a sigla ou letra pela qual a denominamos, desejar, querer ou buscar algo? 

É importante explorar a intrigante questão da falta de vontade, que transcende a simples determinação do que se deseja. O que captura nossa atenção é a aparente relutância das pessoas em se questionar ou se importar com seus verdadeiros desejos ou aspirações. 

A questão da falta de vontade traz à tona três aspectos principais: a angústia existencial de Sartre, que mostra como o peso da liberdade e responsabilidade pode levar à inação; a sensação de vazio ou falta de significado, que pode causar apatia; e a má-fé, o autoengano sobre a própria liberdade, que impede as pessoas de reconhecerem e perseguirem seus verdadeiros desejos. Esses fatores contribuem para a falta de vontade em engajar-se profundamente com as próprias aspirações e escolhas de vida.

Sem filosofar muito, Aristóteles sugere que o desejo e a razão são interdependentes, trabalhando juntos para uma vida virtuosa. Em contraste, Sartre destaca a liberdade e a escolha individual, onde o desejo reflete um vazio existencial, e a vontade se traduz em assumir responsabilidades pelas próprias escolhas. 

A conexão entre as visões de Aristóteles e Sartre e a percebida falta de vontade nas pessoas hoje pode ser compreendida, ao menos para nós, à luz de suas respectivas filosofias sobre desejo, vontade, liberdade e responsabilidade. 

A abordagem de Aristóteles sobre a vontade e o desejo como partes de uma natureza racional e ética focada no florescimento e na virtude sugere que a falta de vontade pode resultar de um desalinhamento ou falta de desenvolvimento das virtudes que orientam as ações em direção a um bom viver.

Sob a ótica do existencialismo sartreano, a liberdade existencial e a responsabilidade individual implica que a falta de vontade pode ser vista como uma crise de sentido, onde a angústia, o absurdo e a má-fé desempenham papéis significativos. Em um mundo onde o significado não é dado, mas deve ser criado, as pessoas podem experimentar a falta de vontade como uma manifestação de sua luta com a liberdade e a responsabilidade inerentes à existência.


A falta de vontade e a busca por significado


Angústia existencial: Para Sartre, a angústia não é simplesmente um estado emocional, mas uma condição fundamental da existência humana que decorre do reconhecimento da liberdade e da responsabilidade. A falta de vontade pode surgir quando as pessoas se sentem sobrecarregadas pela angústia da escolha e pela carga da liberdade, levando-as a evitar decisões e compromissos significativos.

Falta de significado: A sensação de vazio ou falta de significado pode levar à apatia ou falta de vontade, pois as pessoas podem achar difícil encontrar motivação em um mundo percebido como absurdo ou desprovido de propósito inerente.

Má-fé: A má-fé, ou o ato de enganar-se sobre a própria liberdade e capacidade de escolha, pode ser uma forma de escapar da angústia existencial. Ao negar sua liberdade e responsabilidade, as pessoas podem se refugiar em rotinas confortáveis e evadir-se da necessidade de tomar decisões que conferem sentido e direção à vida, resultando em uma falta de vontade para se envolver plenamente na existência.


Encontrar-se no vazio do existir

A ideia de se encontrar no vazio do existir sugere uma necessidade de enfrentar e abraçar a falta inerente à condição humana. Isso implica reconhecer e aceitar a liberdade e a responsabilidade que vêm com a existência, e usar essa compreensão como uma base para a ação e o compromisso pessoal. A falta de vontade, vista dessa maneira, não é apenas um problema a ser resolvido, mas um sinal de que pode haver uma desconexão mais profunda com os aspectos fundamentais da existência.

Longe de um paralelo filosófico entre dois grandes filósofos, ressaltamos que tanto Aristóteles quanto Sartre oferecem insights valiosos sobre a natureza da vontade e do desejo, que podem ajudar a compreender a falta de vontade nas pessoas hoje. 

Enquanto Aristóteles enfatiza a importância da harmonização do desejo com a razão e a virtude para o florescimento humano, Sartre destaca a liberdade e a responsabilidade individuais na criação de significado e na definição da própria existência. Ambas as perspectivas sugerem que enfrentar e integrar os desafios associados à vontade e ao desejo é crucial para viver uma vida autêntica e significativa.


Voltando ao começo

Vamos dar uma olhada, mesmo que superficial, ao que nosso mestre Aristóteles diz a esse respeito. Assim, podemos apontar que Aristóteles, de fato, via o desejo como uma parte inerente da natureza humana, que possui a capacidade de ser influenciada pela razão, mas que também tem seus próprios impulsos. Ele reconheceu que o desejo não é totalmente governável pela razão, nem completamente fora de controle, mas sim que existe um equilíbrio dinâmico entre os dois. Particularmente, adoramos essa ideia de dinamicidade, uma vez que equilíbrio, em si, deve ser muito sem graça, não é?

Neste contexto, o desejo, para Aristóteles, não é intrinsecamente irracional ou antiético; em vez disso, é uma faculdade que pode ser moldada e harmonizada com a razão. A ética aristotélica busca, portanto, uma integração entre desejo e razão, onde a virtude é alcançada através do cultivo de bons hábitos que alinham o desejo com o bem racionalmente discernido.

Ao considerar o desejo como educável, Aristóteles destaca a importância da formação ética e do desenvolvimento do caráter, sugerindo que através da educação e da prática podemos aprender a desejar o que é verdadeiramente bom e benéfico para nós. Isso nos leva à concepção de que o desenvolvimento moral não é apenas uma questão de repressão dos desejos ou de sua submissão cega à razão, mas de cultivar uma relação harmoniosa entre eles, onde o desejo pode ser guiado para apoiar a realização do bem e a excelência humana.

Portanto, a perspectiva aristotélica oferece uma visão "equilibrada" e aponta para a dinamicidade da natureza humana, onde o desejo e a razão são vistos como interdependentes e capazes de trabalhar juntos para alcançar a vida virtuosa, a eudaimonia. Isso reflete uma abordagem ética que valoriza tanto a dimensão racional quanto a emotiva do ser humano, reconhecendo a complexidade e a plasticidade de nossa natureza.


Desejo e vontade

Nosso autor, Aristóteles, faz uma distinção entre desejo (orexis) e vontade (proairesis ou escolha deliberada). Para ele, estas são facetas diferentes da psique humana que desempenham papéis distintos no comportamento e na tomada de decisões.

Desejo (orexis): Segundo Aristóteles, o desejo é uma inclinação natural que pode ser direcionada para diferentes objetos, bons ou maus. Ele está presente em todos os seres vivos e motiva a ação em direção a algo que é percebido como bom. O desejo não é necessariamente racional e pode ser influenciado por impulsos e apetites físicos. Aristóteles identifica diferentes tipos de desejo, incluindo o desejo físico (epithumia), o desejo emocional (thumos), e o desejo racional (boulesis), cada um relacionado a diferentes partes da alma.

Vontade (proairesis): A vontade, ou escolha deliberada, é um conceito que Aristóteles introduz para explicar as ações humanas racionais e intencionais. Diferente do desejo, a vontade envolve raciocínio e deliberação; é a capacidade de escolher com base na reflexão sobre o que é bom e desejável a longo prazo. A vontade é característica dos seres racionais e é o resultado de uma deliberação sobre os meios para alcançar um fim considerado bom. Portanto, enquanto o desejo pode ser impulsionado por impulsos imediatos e pode ser irracional, a vontade é uma capacidade racional que visa a ação ética é considerada.

A distinção entre desejo e vontade é fundamental na ética aristotélica, pois reflete a dualidade da natureza humana: somos seres que sentem desejos, mas também somos capazes de raciocínio e deliberação. Aristóteles argumenta que uma vida virtuosa envolve a harmonização do desejo com a razão, onde a vontade desempenha um papel crucial na moderação dos impulsos e na orientação da ação em direção ao bem.

Essa abordagem oferece um quadro para entender a complexidade do comportamento humano, enfatizando a importância de desenvolver a virtude (arete) como um meio de alinhar o desejo com os princípios racionais e éticos, alcançando assim a eudaimonia, ou o florescimento humano.


Sartre

Jean-Paul Sartre, um filósofo existencialista francês, oferece uma perspectiva significativamente diferente da de Aristóteles sobre questões de desejo e vontade. Sartre coloca uma ênfase forte na liberdade e na escolha individual, argumentando que os seres humanos são radicalmente livres e responsáveis por suas próprias escolhas e ações.

Para Sartre, a vontade não é apenas uma deliberação racional sobre meios e fins, como em Aristóteles, mas uma expressão da liberdade existencial. Ele argumenta que os indivíduos são condenados a ser livres, no sentido de que não podem escapar da responsabilidade de escolher. Em seu marco teórico, não existe uma essência humana pré-determinada ou uma natureza intrínseca que guie o desejo e a vontade; em vez disso, a existência precede a essência, o que significa que as pessoas primeiro existem, encontram-se no mundo, e só então definem sua essência através de suas escolhas e ações.

Desejo em Sartre

O desejo, para Sartre, está frequentemente ligado à sua concepção de falta (manque). Ele vê o desejo como uma manifestação do vazio ou da falta que caracteriza a condição humana. Desejar algo é reconhecer uma falta desse algo na própria existência, e é essa falta que motiva o indivíduo a agir. No entanto, o desejo nunca é completamente satisfatório porque, assim que um desejo é satisfeito, outro surge, refletindo a incessante busca humana por um significado ou plenitude que é, em última análise, inatingível.

Vontade em Sartre

Em relação à vontade, Sartre enfatiza a escolha e a responsabilidade. A vontade não é apenas uma deliberação interna, mas uma ação que projeta o indivíduo para o futuro, criando sua própria essência e identidade. Sartre rejeita a ideia de que as ações humanas são determinadas por fatores externos ou pela natureza; em vez disso, ele argumenta que as pessoas têm a liberdade de escolher seus caminhos, e com essa liberdade vem a angústia da escolha.

Um olhar!

Enquanto Aristóteles vê a vontade e o desejo como partes integradas de uma natureza racional e ética que busca o florescimento e a virtude, Sartre posiciona esses conceitos dentro de um quadro de liberdade existencial, onde a escolha individual e a responsabilidade são fundamentais. A visão de Sartre é mais centrada na autonomia do indivíduo e na contingência da existência, enfatizando que somos autores de nossas vidas através de nossas escolhas e ações.

Existir?

Para Jean-Paul Sartre, o conceito de “existir” é central em sua filosofia existencialista, que é articulada em torno da ideia de que “a existência precede a essência”. Isso significa que, para os seres humanos, não há natureza inerente ou essência pré definida que determina o que eles são ou como devem agir. Em vez disso, os indivíduos primeiro existem, encontram-se lançados em um mundo sem um propósito ou significado inerente, e só então definem sua essência por meio de suas ações e escolhas.


Existência sem essência pré definida

No pensamento de Sartre, “existir” implica que a pessoa é primeiramente um ser-no-mundo, um ser consciente e ativo, sem uma essência fixa ou um destino predeterminado. Isso contrasta com objetos inanimados, cuja essência (o que eles são) precede sua existência (o fato de eles estarem lá). Por exemplo, uma cadeira é feita com um propósito específico em mente; sua essência (ser um objeto para sentar) precede sua existência. Humanos, por outro lado, simplesmente existem e devem criar sua própria essência através de suas escolhas e ações.


Liberdade e responsabilidade

“Existir” em termos sartreanos também significa confrontar a liberdade absoluta e a responsabilidade. Como seres livres, as pessoas têm a capacidade e a responsabilidade de moldar suas próprias vidas e identidades. Sartre argumenta que somos radicalmente livres, o que significa que, exceto nas circunstâncias mais extremas, sempre temos a capacidade de escolher como responder às situações. Essa liberdade é acompanhada por uma profunda responsabilidade, pois somos inteiramente responsáveis por nossas ações e por dar sentido à nossa existência.


Consciência e subjetividade

Para Sartre, existir também envolve uma consciência aguda da própria subjetividade e da relação com o mundo. Ele introduziu os conceitos de ser-para-si (être-pour-soi) e ser-em-si (être-en-soi) para diferenciar a consciência reflexiva e a existência objetiva. Seres humanos, como seres para-si, são capazes de reflexão e têm a capacidade de se perceber e perceber o mundo ao seu redor, ao contrário de objetos, que são ser-em-si e existem sem consciência.


Angústia, absurdo e má-fé

Finalmente, “existir” em Sartre está ligado à experiência da angústia, do absurdo e da má-fé. A angústia surge da liberdade e da responsabilidade de fazer escolhas significativas. O absurdo refere-se à falta de sentido inerente no mundo, à discrepância entre nossas buscas por significado e a indiferença do universo. Má-fé é o ato de negar a própria liberdade e responsabilidade, mentindo para si mesmo sobre a própria capacidade de escolher e mudar.

Em resumo, existir, para Sartre, é navegar a condição humana de liberdade, responsabilidade, consciência e escolha, em um mundo sem significado preexistente, onde cada pessoa deve criar seu próprio sentido e definir sua essência através de suas ações.

 

Danilo Suassuna - Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o Instagram (@danilosuassuna).


Ricardo Reuters - Ricardo Reuters é Estrategista de Marketing e especialista em Desenvolvimento de Mercado.


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A escrita como passaporte e sobrevivência frente ao machismo e misoginia

OPINIÃO

 

Uma vez eu disse que queria ser escritora. Isso deve ter sido por volta de 1985. Os milicos tinham saído fora e a gente sonhava com democracia. Palavra bonita: D E M O C R A C I A. 

Em casa, eu assistia às notícias da TV mas não se falava muito de política. Não se falava de cinema, nem de teatro. Dona Lívia sempre mandava ler. Eu nunca precisei obedecer a essa ordem, porque ler era fácil e um jeito bom de ter com quem conversar. Dona Lívia se orgulhava dos 100 títulos que eu li na primeira série. Os olhos dela brilhavam com isso! 

Ela me chamava de Sherazade porque eu contava um bocado de histórias quando chegava da escola. Faço isso agora: conto histórias. As minhas e a de tantas manas que passam por um bocado de coisas só por ter dois XX dos 23 pares de cromossomos. Escrevo e resisto! Escrevo e R E S I G N I F I C O! 

A coluna quebrada virou poema. A sentença de alienação parental virou poema. A maternidade solo virou poema. A solidão pós violência doméstica virou poema. O novo amor, que era mais do mesmo, virou poema. O reencontro com o auto amor virou poema. A passagem de minha mãe para o outro lado do caminho virou poema. 

Da infância, onde música e livros eram o tipo de arte que a gente conhecia, minha escrita foi passaporte e me levou para a FLIP, Feira do Livro, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, comunidade de Paraisópolis, Parada Poética, Casa das Rosas, praça, boteco, telão de festa da família e por aí vai…Eita que rodei! Fui a tantos lugares e fiquei neles.  E mesmo quando não consegui chegar, minha poesia foi e ficou. 

Carolina de Jesus já dizia: “Por mais que o desenho tenha sido feito a lápis e que seja de boa qualidade a borracha; o papel vai sempre guardar o relevo das letras escritas e ninguém vai apagar as palavras que eu escrevi!” Sim! Carolina tinha razão! Como também tinham razão, minha mãe e minha tia Célia quando resolveram nos apresentar ARTE além de música. 

Música era o tipo de arte que entrava e ficava no sobrado da Major Baracca, esquina com a Capitão Rubens. A música nunca faltou naquela casa, do bairro que tinha um bocado de rua com nome de patente e de onde sair era trabalhoso demais. Mas saímos. 

Uma vez, a dona Lívia e a tia Célia nos levaram para ver a exposição da Pinacoteca. Uma fila do cão! Duas mulheres e cinco crianças. Minha mãe e minha tia foram no ônibus e no metrô, dizendo coisas sobre o tanto que estavam indignadas sobre a obra que o Rodin roubou da Camille. Hoje eu entendo que aquele diálogo era uma espécie de acordo entre manas para defender a coitada da Camille Claudel. 

Sim, elas eram feministas e nem sabiam. Assim como minha avó Aldenora que ajudou a mãe solo que morava debaixo da ponte depois que o "pai de família" foi embora e largou a senhora do cabelo cacheado sozinha com quatro filhos. Ou quando se juntava com a tia Lourdes e a Dona Geralda para costurar roupas e ajudar manas sem condição porque o marido não reconhecia necessidade financeira para elas. 

Tenho as melhores ancestrais. Escrevo para louvá-las e para dizer tudo aquilo que tantas de nós mulheres tentamos dizer, mas ninguém ouve. Escrevo para sobreviver, para mudar o mundo e dar força para minhas filhas e sobrinha e para mostrar ao meu filho e sobrinho o tipo de homem que não devem ser. Já disse e vou dizer de novo: escrever é passaporte! Escrever me fez ir e ficar. 

Me fez permanecer nas amizades que eu fiz, nos olhos que vi chorar e no afeto que transbordou por todo canto quando um poema dos que pari ou daqueles outros de antes, durante e depois se conectaram com quem me leu. E foi assim que continuei: ESCREVI. 

E foi assim que SOBREVIVI! Que NÃO SUCUMBI! E foi assim que P E R M A N E C I.  

Mila Nascimento (@srta_mila_nascimento) - escritora, médica endocrinologista, sexóloga e emergencista, além de dedicar parte do seu tempo para cuidar voluntariamente de pessoas em situação de vulnerabilidade social. É autora dos livros "Poemas Paridos de Cócoras - porque assim dói menos" (Minimalismos, 2023) e o recém-lançado "Poemas para antes do banho, durante o café e depois do abandono" (Patuá, 2024).


Neurofeedback: treinar o cérebro pode ajudar a diminuir os sintomas da TPM

Técnica não invasiva ajuda a regular as funções cerebrais minimizando os efeitos físicos e psicológicos da Tensão Pré-Menstrual 


Segundo dados do Ministério da Saúde, 80% das mulheres brasileiras sofrem com a famosa Tensão Pré-Menstrual (TPM). Apesar de nem todas sentirem os mesmos sintomas durante o período, esse desequilíbrio hormonal possui mais de 150 efeitos colaterais físicos e psicológicos. O que poucos sabem é que existe uma técnica não invasiva e sem contraindicação chamada ‘Neurofeedback’ que pode ajudar a treinar o cérebro para diminuir esses sintomas, gerando inúmeros benefícios para saúde da mulher.
 

Como explica a neurocientista e diretora da BrainEstar, Drª Emily Pires, a TPM está diretamente relacionada com a queda da produção dos hormônios femininos, causando um impacto significativo no cérebro e nas funções cognitivas. “Durante a TPM, há uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona. Essas flutuações podem afetar neurotransmissores como a serotonina, dopamina e GABA, que desempenham papéis cruciais na regulação do humor, sono e apetite, resultando em sintomas de depressão, ansiedade, irritabilidade, insônia e fadiga”, comenta a neurocientista, acrescentando que nesse período três áreas do cérebro são afetadas. 

“Nessa fase do ciclo menstrual percebemos que a amígdala, que é responsável pelo processamento emocional, pode se tornar mais reativa, resultando em maior sensibilidade emocional; o hipocampo, que é envolvido na memória e aprendizado também pode sofrer alterações que afetam a capacidade cognitiva e a memória de curto prazo; e o córtex pré-frontal, que é responsável pela tomada de decisões e controle de impulsos, pode ser menos eficiente, contribuindo para problemas de concentração e tomada de decisões impulsivas”, ressalta Emily Pires. 

Uma das formas de ajudar a minimizar esses sintomas é através do Neurofeedback, uma técnica não invasiva que pode regular as funções cerebrais. 

“Primeiro nós realizamos uma avaliação inicial para identificarmos os padrões anormais de ondas cerebrais que podem estar associados aos sintomas da TPM. Após esse diagnóstico, damos início às sessões de Neurofeedback, onde sensores são colocados no couro cabeludo para monitorar em tempo real as atividades cerebrais. Com o Neurofeedback, as mulheres aprendem a regular suas atividades cerebrais para atingir um estado desejado, como maior relaxamento ou melhor concentração. Ao longo do tempo, esse treinamento pode ajudar a estabilizar a atividade cerebral, reduzindo os sintomas da TPM”, explica Emily Pires.

 

EFICÁCIA COMPROVADA 

O Neurofeedback tem comprovação científica e eficácia comprovada por pesquisadores de diversos países como Estados Unidos, Inglaterra e Canadá. Além disso, as associações de pediatria americana e britânica recomendam esta técnica como opção não medicamentosa. O Neurofeedback também é utilizado inclusive pela comunidade médica em geral como um apoio para diagnósticos e tratamentos de doenças. 

Um dos profissionais que aprovam e recomendam a técnica é a médica ginecologista de São José dos Campos, Fabiane Botelho. “Sou uma amante do Neurofeedback e parceira da BrainEstar. Encaminho muitas pacientes para realizarem as sessões, principalmente aquelas que possuem uma dificuldade nos tratamentos para Síndrome da Tensão Pré-Menstrual, Fogachos, Brain Fog, enxaquecas, entre outros sintomas. Através dessa técnica de neuromodulação nós conseguimos evitar que pacientes usem medicamentos desnecessários e até prejudiciais devido seus efeitos secundários. Através do Neurofeedback nós temos um grande sucesso para essas pacientes”, afirma a médica.

  


BrainEstar
www.brainestar.com.br


A nova era da mulher que conhece seu valor

As mulheres têm demonstrado coragem em denunciar um padrão comportamental prejudicial e ultrapassado, que já não cabe mais em pleno em 2024. Elas entenderam que os danos causados pela violência doméstica vão muito além da agressão física, pois as consequências são socialmente devastadoras.

Dados do Senado Federal, divulgados neste ano, apontam que 30% das mulheres já sofreram algum tipo de violência. As manipulações decorrentes do abuso psicológico costumam ser veladas e silenciadas. Por conta disso, muitas mulheres ainda não sabem que são vítimas das condutas que as adoecem diariamente, porque normalizam situações que não são normais.

Esses fatores subestimam os dados estatísticos e interferem na realidade, tendo em vista que a falta de conhecimento, o medo e vergonha social inibem a denúncia.

A Lei Maria da Penha, que protege mulheres e vem sendo atualizada ao longo dos anos, estabelece as formas de violência como física, psicóloga, sexual, moral e patrimonial.

Frequentemente, há denúncias de pessoas famosas que movimentam as redes sociais e a imprensa. Os noticiários publicam a triste realidade: não há classe social privilegiada quando o tema é violência. A experiência vivenciada entre quatro paredes ganha palco na sociedade quando a denúncia vem à tona e isso estimula outras mulheres a criarem coragem para buscar ajuda.

Com respaldo jurídico, através do aprimoramento das leis e medidas protetivas, esse movimento ganha força. Vale lembrar que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) estabeleceu o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, cujo objetivo é a igualdade e o combate à discriminação em todas as esferas.

Mesmo com a saúde emocional abalada decorrente de ofensas, humilhação, manipulação, controle financeiro, agressão física e sexual, as mulheres que chegam ao fundo do poço encontram a mola propulsora para voltar à superfície e podem ir muito além.

Elas compreenderam sua força e descobriram seu potencial. Quando isso acontece, nada mais as segura. Entramos em uma nova era: a que a mulher reconhece seu valor! 

 

Gabriela Saab - especialista em psicologia jurídica, graduanda em Direito, palestrante e autora do livro “Abuso Guia Prático: como identificar e se libertar de relacionamentos abusivos”.


Já ouviu falar sobre os "Snacks de Exercício"?

Estratégia visa mitigar os efeitos negativos do sedentarismo 

 

Subir e descer escadas, dar uma volta no quarteirão da casa ou escritório, pular cordas: os curtos estímulos de atividade física relativamente intensa, separados por intervalos de horas surgem como uma estratégia muito promissora para reduzir o sedentarismo e melhorar a saúde de forma integral.

 

“Os ‘snacks de exercícios’ podem ser muito benéficos para pessoas com sobrepeso, obesidade e as doenças crônicas que derivam do acúmulo de gordura, como diabetes tipo 2 e hipertensão, por exemplo, e que têm dificuldades em seguir um planejamento de exercícios físicos regulares”, comenta Dr. Ricardo Barroso, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.

A Organização Mundial da Saúde recomenda de 150 e 300 minutos de exercício físico na semana, mas para quem não consegue alcançar esta meta, os "snacks de exercício" surgem como alternativa prática e eficiente em termos de tempo. “Tudo indica que estes exercícios, rápidos e intensos – com menos de 2 minutos de duração - podem ser mais viáveis do que os treinos mais longos”, comenta o endocrinologista.

 

Os "snacks de exercício" visam reduzir o tempo sedentário e melhorar a saúde metabólica, e devem ser personalizados de acordo com as necessidades do indivíduo. Como não requer equipamentos específicos, podem ser executados em casa ou no local de trabalho, dentro da capacidade física de cada pessoa, com sessões curtas e intensas de esforço.

 



SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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Psicanalista explica o que é normopatia: transtorno emocional de se desejar, a todo custo, ser como os outros

 

O que mais temos visto, atualmente, são pessoas que preferem viver a vida do outro, seguir as definições e regras do outro, por medo se ser isolado, cancelado socialmente, ou mesmo julgado.

 

Ter opinião própria, defender suas ideias e pensamentos, desenvolver um senso crítico, promovendo a individuação é o melhor movimento que o ser humano pode fazer rumo ao desenvolvimento saudável de seu equilíbrio e saúde mental.

 

Mas, infelizmente isso não acontece com todos. Essa prática, cada vez mais comum, tem nome e é considerada uma psicopatologia que vem tomando proporções gigantescas no âmbito comportamental e nas relações interpessoais.

 

É a normopatia, definida por um lema: “para ser normal, faça o que os outros fazem. Deseje o que os outros desejam. Persiga o que os outros perseguem e pense como os outros”.

 

A supervalorização da opinião do outro, mesmo que não concorde, mesmo que sofra, é a ação mais intensa do Normopata. A aprovação social é o seu objetivo principal, mesmo que para isso tenha que sucumbir sua própria identidade e dignidade.

 

Olhando por um outro prisma, o normopata, dependendo do grau desta patologia, pode sofrer e se sentir muito incomodado por pensar diferente das pessoas com quem convive. Mas, a fobia de imaginar que poderá ser excluído, rejeitado dos grupos ou da sociedade de uma maneira geral, é tão intensa que ele anula seus desejos, suas vontades e internaliza o infeliz desejo de ser como todo mundo.

 

Como podemos identificar um Normopata? Ele não internaliza e não prática a introspecção, isso porque não existe a intenção de se desenvolver através do autoconhecimento. Esse esforço anormal pela validação social faz com que ignore seu verdadeiro “eu”.

 

Ele está sempre considerando os outros “normais” e ele não, por isso a loucura por ser “igual”. Porém, a consequência é o padecimento, uma vez ele sente-se perdido, vazio e, sem forças para lidar com a frustração, o fracasso e suas decepções.

 

Esse tipo de comportamento é muito comum entre os jovens. O grande risco é que se não houver uma intervenção terapêutica e o desejo de mudanças, a tendência é que esse indivíduo siga com uma vida vazia, sem personalidade, já que sua identidade está sempre focado no que é externo.

 

Está sempre em busca da aprovação alheia, sentindo-se um inútil, incapaz de realizar feitos a partir de seus próprios desejos ou ideias. Ou seja, com o tempo, vai se sentindo como um “fake”, vazio e comandado.

 

A normopatia é uma doença que promove um pensamento operacional gerador de sofrimento. Mas nem tudo está perdido. Existe cura para esse problema e isso pode ser facilmente resolvido através da terapia.

 

O processo terapêutico tem como um de seus objetivos, fornecer ao indivíduo a chave da felicidade plena que é aprender a ser nós mesmos, desenvolver o senso crítico através do exercício da individualidade, elevar a autoestima e o amor próprio. 

Enfim, infelizmente, nossa sociedade está cheia de casos da doença e as pessoas não se dão conta de que sofrem deste mal. Porém, é preciso estar conscientes de que não somos obrigados a ser como os demais e não há nada mais anormal do que ser obcecado por ser normal ou igual. Nossa individualidade nos faz seres únicos, evolutivos e valiosos. 

Quando não reconhecemos isso, passamos para o campo da dor interna, por tentar se encaixar no que é normativo, no que é esperado.   

  

Dra. Andréa Ladislau – Psicanalista


Burnout materno impacta na saúde mental de mães e filhos

Crianças cujas mães estão em burnout podem apresentar mais problemas comportamentais e emocionais


O burnout materno é um fenômeno que ganha crescente atenção nas últimas décadas, à medida que mais se reconhece o impacto psicológico e emocional da maternidade na saúde mental das mulheres. Este tipo de esgotamento não é restrito às mães trabalhadoras, como é frequentemente associado ao burnout profissional, mas envolve todas as mães, incluindo aquelas que se dedicam integralmente ao cuidado dos filhos.

“A condição é caracterizada por sintomas como exaustão extrema, distanciamento emocional dos filhos, irritabilidade, insônia, falta de prazer nas atividades diárias e uma sensação de ineficácia e desespero no papel materno”, explica o neuropsicólogo Aslan Alves.

O profissional enfatiza que o burnout materno pode ser particularmente intenso para mães de filhos atípicos, ou seja, com necessidades especiais, sejam elas relacionadas ao neurodesenvolvimento ou condições neurológicas.

“Crianças com autismo, síndrome de Down, TDAH, paralisia cerebral, entre outras condições, requerem uma atenção e cuidado contínuos e, muitas vezes, intensos. A constante demanda por cuidados especializados, a necessidade de interagir com múltiplos profissionais de saúde, a gestão de terapias e tratamentos, a preocupação constante com o bem-estar e desenvolvimento da criança podem levar a um nível de estresse crônico muito elevado”, esclarece.

Para essas mães, o suporte social pode ser insuficiente. Elas frequentemente se encontram isoladas, seja por falta de compreensão de familiares e amigos, ou pela dificuldade em participar de atividades sociais comuns devido às necessidades especiais de seus filhos. Esse isolamento social pode intensificar a sensação de sobrecarga e esgotamento. Além disso, a falta de tempo para cuidar de si mesmas e a culpa por sentir cansaço ou frustração podem agravar ainda mais o quadro de burnout.

“Mães de filhos típicos, ou seja, aquelas cujas crianças não possuem necessidades especiais específicas, também podem sofrer de burnout materno, embora os fatores desencadeantes possam ser diferentes. A pressão para equilibrar o trabalho, o cuidado com os filhos e as tarefas domésticas, além da expectativa social de serem mães perfeitas, pode ser esmagadora. A falta de políticas de apoio à maternidade, como licença maternidade adequada e flexibilidade no trabalho, contribui para esse cenário. A competição nas redes sociais, em que muitas mães se sentem compelidas a mostrar uma imagem idealizada da maternidade, também pode aumentar a sensação de inadequação e esgotamento”, lembra Aslan.

O burnout materno, seja em mães de filhos atípicos ou típicos, tem implicações profundas não apenas para a saúde mental das mães, mas também para o desenvolvimento e bem-estar dos filhos. Crianças cujas mães estão em burnout podem apresentar mais problemas comportamentais e emocionais, refletindo o impacto negativo do ambiente familiar estressante.

Para combater o burnout materno, Aslan Alves orienta: “é fundamental um apoio mais robusto e abrangente. Isso inclui políticas públicas que ofereçam suporte real às mães, programas de intervenção e prevenção, e uma rede de apoio social mais forte. A conscientização e a desestigmatização da condição também são passos importantes, permitindo que mais mães busquem ajuda sem medo de julgamento. Promover o autocuidado e a saúde mental das mães é fundamental para garantir o bem-estar de toda a família, criando um ambiente mais saudável e equilibrado para todos”.

A luta contra o burnout materno exige uma abrangência na abordagem capaz de reconhecer as diversas necessidades das mães, em diferentes contextos. É importante ter um investimento em programas de apoio psicológico, que ofereçam espaços seguros para as mães compartilharem suas experiências e desafios, sem receio de julgamentos. Grupos de apoio, terapia individual ou em grupo e workshops sobre gestão do estresse e técnicas de relaxamento também trazem resultados positivos. Além disso, é necessário que as famílias e parceiros se envolvam ativamente no apoio às mães, dividindo responsabilidades e oferecendo reconhecimento pelo trabalho diário que realizam.

“A valorização do papel materno na sociedade e a criação de uma cultura de empatia e suporte podem aliviar significativamente a pressão que muitas mães sentem. As mães devem entender a importância de buscar ajuda profissional quando necessário, colocando sua saúde mental como prioridade, pois dela depende a harmonia e a saúde da família”, completa Alves.





Aslan Alves - CPR 05/54575 - Psicólogo com pós-graduação em Neuropsicologia, especialista no atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Com mais de cinco anos de experiência, atualmente dedica-se ao atendimento com abordagem da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) e à realização de avaliações neuropsicológicas detalhadas para crianças e adultos, com desenvolvimento de protocolos personalizados para avaliação psicológica e neuropsicológica. Atuou como coordenador do setor de Neuropsicologia em clínica de saúde mental e trabalhou na linha de frente contra a COVID-19, oferecendo suporte vital aos setores clínicos, CTI e emergência durante a crise sanitária.


Trauma infantil redesenha o cérebro: estudo revolucionário revela impactos profundos

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Pesquisa inédita desvenda como abusos na infância reconfiguram redes neurais, afetando emoções e relações 

 

Um estudo pioneiro realizado pela Universidade de Essex revelou como o trauma na infância pode alterar significativamente o desenvolvimento cerebral, reconfigurando importantes vias neurais. A pesquisa, considerada a maior do mundo sobre o impacto do trauma infantil no cérebro, identificou uma perturbação nas redes neurais envolvidas no foco em si mesmo e na resolução de problemas, o que pode levar a dificuldades emocionais e de empatia em crianças que sofreram abuso.

"Os resultados desse estudo são alarmantes, pois mostram que as crianças que passaram por experiências traumáticas não apenas enfrentam dificuldades emocionais, mas também lutam para compreender e processar as sensações dentro de seus corpos. Isso afeta profundamente a forma como elas se relacionam consigo mesmas e com os outros, principalmente na vida adulta, nos ambientes familiares e corporativos”, afirma Telma Abrahão, especialista em neurociência, traumas e infância.

A pesquisa, liderada pela doutora Megan Klabunde do Departamento de Psicologia da Universidade de Essex, utilizou inteligência artificial para reexaminar centenas de exames de ressonância magnética funcional (fMRI) e identificar padrões de atividade neural. Os resultados, publicados na revista Biological Psychiatry Cognitive Neuroscience and Neuroimaging, destacam diferenças marcantes nas redes do modo padrão (DMN) e central executiva (CEN) em crianças traumatizadas.

"Ao identificar essas alterações nas redes neurais, podemos direcionar melhor os tratamentos para crianças que sofreram maus-tratos. É fundamental que as terapias de trauma infantil não se concentrem apenas em evitar situações de medo e em abordar pensamentos traumáticos, mas também em tratar os impactos do trauma no corpo, na percepção de si mesmo, no processamento emocional e na empatia”, alerta Abrahão.

O estudo revisou 14 pesquisas envolvendo mais de 580 crianças, destacando como o trauma infantil pode influenciar a atividade neurológica e a saúde mental ao longo da vida. "Compreender como o trauma impacta o desenvolvimento infantil é essencial para expandir intervenções eficazes que possam ajudar essas crianças a reconstruir seu senso de identidade e melhorar suas habilidades de relacionamento que reflete até na vida adulta”, ressalta a especialista.

Segundo Abrahão, os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental na formação ou prevenção de traumas na infância. “O abuso físico e emocional, bem como a negligência, são fatores que podem causar danos duradouros no desenvolvimento cerebral das crianças. A violência e a falta de cuidados básicos criam um ambiente de medo e insegurança, prejudicando a capacidade das crianças de confiar nos outros e desenvolver um senso saudável de identidade”, explica.

De acordo com a especialista, ambientes instáveis, marcados por conflitos constantes e insegurança financeira, também geram estresse crônico nas crianças, afetando seu desenvolvimento neurológico. A ausência de amor, carinho e validação emocional pode resultar em sentimento de rejeição e solidão, fazendo com que as crianças internalizem uma visão negativa de si mesmas.

“A exposição a traumas secundários, como testemunhar violência doméstica ou abuso de substâncias, também afeta profundamente o bem-estar emocional das crianças, mesmo que não sejam vítimas diretas. Por isso, pais e cuidadores devem promover ambientes seguros, amorosos e estáveis para garantir o desenvolvimento saudável dos filhos. A conscientização sobre o impacto de suas ações é essencial para prevenir traumas e fomentar um crescimento equilibrado e positivo”, finaliza Telma.  

 

Telma Abrahão @telma.abrahao - biomédica, especialista em Neurociências e desenvolvimento infantil e uma das pioneiras no Brasil a unir ciência à educação dos filhos. Idealizadora da Educação Neuroconsciente, que ‘nasceu’ da necessidade de levar o conhecimento sobre a neurociência por trás do comportamento infantil para mães, pais e profissionais da saúde e da educação. Telma Abrahão é autora dos best-sellers “Pais que evoluem” e “Educar é um ato de amor, mas também é ciência” e lança seu terceiro livro “Revolucione a relação com seus filhos em 21 dias”. Seus livros são vendidos em mais de 15 países e ajudam milhares de pessoas ao redor do mundo a se reeducarem para melhor educar. Ela também escreveu 12 obras exclusivas para o Leituras Rápidas da Amazon com o objetivo de abordar temas que ajudam os pais a lidarem com os desafios na educação dos filhos.


Síndrome da Buscadora: o mal do século acomete profissionais de alta performance

Estudos recentes mostram que o fenômeno está se tornando um problema crescente 

 

A Síndrome da Buscadora é um fenômeno cada vez mais comum na sociedade moderna, caracterizado por uma incessante procura por realização pessoal e profissional. A psicanalista Ana Lisboa, renomada mentora que já ajudou mais de 30 mil mulheres, explica que as pessoas afetadas por essa síndrome acreditam estar sempre a um passo de alcançar algo grandioso, mas se sentem constantemente frustradas por não conseguirem atingir seus objetivos.

“Os principais sintomas da Síndrome da Buscadora - forma de compilar sintomas que eu mesma criei -, incluem uma sensação constante de urgência e insatisfação. Essas pessoas sentem que estão sempre correndo atrás do vento. Acreditam que, se pudessem apenas alcançar aquele próximo objetivo, tudo ficaria bem, mas essa meta sempre parece escapar de suas mãos", explica Lisboa.

E acordo com a psicanalista, os indivíduos afetados tendem a se tornar impacientes e irritadiços com os outros, acreditando que estão sendo impedidos de alcançar suas metas. “A raiva e frustração são sentimentos comuns, exacerbados pela crença de que as interferências externas são as principais responsáveis pelo seu fracasso. Além disso, há uma tendência a se inscrever em vários cursos e programas de aprimoramento sem completá-los, acumular livros não lidos e projetos inacabados, o que aumenta a sensação de estagnação”, alerta.

Estudos recentes, como o realizado pela American Psychological Association (APA) em 2022, indicam que a Síndrome da Buscadora está se tornando um problema significativo, especialmente entre profissionais de alta performance. “Pesquisas mostram que cerca de 70% desses indivíduos relatam sentimentos de insatisfação crônica e frustração. Essa síndrome é um reflexo das pressões e expectativas da sociedade moderna, onde o sucesso é frequentemente medido por realizações tangíveis e imediatas”, ressalta a psicanalista.

Para tratar a Síndrome da Buscadora, Ana Lisboa sugere uma abordagem multifacetada. "O primeiro passo é o autoconhecimento e a terapia. Buscar ajuda de um psicanalista ou terapeuta pode ajudar a identificar as causas subjacentes da síndrome e desenvolver estratégias para superá-la”.

Ela também recomenda a definição de metas realistas e alcançáveis, para evitar a dispersão de energia em múltiplas direções. "Estabelecer objetivos claros e específicos pode ajudar a focar a energia de maneira mais produtiva. A prática de mindfulness e meditação também é benéfica, ajudando os indivíduos a se concentrarem no presente e a reduzir a ansiedade e a impaciência”.

A priorização de tarefas é outra estratégia eficaz sugerida pela especialista. "Aprender a gerenciar o tempo de forma eficiente pode reduzir a sensação de sobrecarga e melhorar a produtividade. Também é importante praticar a aceitação e autocompaixão, pois pode aliviar a pressão interna e a frustração," acrescenta.

De acordo com Ana Lisboa a Síndrome da Buscadora é um reflexo das pressões e expectativas da sociedade moderna, mas pode ser superada com a abordagem correta. "É possível encontrar um caminho de paz e realização verdadeira, mas é necessário buscar ajuda de um especialista para que o processo seja assertivo e traga resultados positivos, conclui.

 

 

Ana Lisboa - Líder do maior movimento de Feminino e Mentalidade do Mundo, Ana Lisboa é especialista em construção de comunidades e terapias sistêmicas, sendo pioneira em grandes movimentos na história das Constelações Familiares, tanto no Brasil como na Europa. Atualmente, após impactar milhões de vidas em suas redes sociais e possuir uma comunidade de mais de 30 mil alunas em 27 países, Ana ensina mulheres a usarem sua potência máxima para conquistarem dignidade e liberdade. Professora, Palestrante, Advogada, Empresária, mestranda em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade de Lisboa, especialista em Direitos das Mulheres, com quase uma década de aprofundamento nos conhecimentos sistêmicos, é fundadora do Movimento Feminino Moderno e CEO do Instituto Conhecimentos Sistêmicos.
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“Crianças não podem de forma alguma ofender ninguém por sua condição financeira. Isso deve ser ensinado pelos pais”, fala psicóloga

Deise Moraes Saluti afirma que filha de Arthur e Maíra reproduziu palavras que escutou em casa

 

Assim como aconteceu com Sophia, de 5 anos, filha do ator Arthur Aguiar e da influenciadora Maíra Cardi, em que a pequena disse ao cozinheiro particular que o seu celular “é de pobre”, crianças tendem a reproduzir falas dos pais.

 

Segundo a psicóloga Deise Moraes Saluti, os pais são os primeiros modelos nos quais as crianças se baseiam, e levam alguns aprendizados para o resto da vida. Por isso, é certo dizer que a menina ouviu esse tipo de comentário dentro de casa. “Por muitas vezes são escutas constantes, que colaboram para uma formação de opinião para esta criança, quanto mais ela ouve esses tipos de comentários, mais ela forma pensamentos como este”, aponta.

 

A profissional reforça que é normal a criança se espelhar no que os pais dizem para achar o que é o correto. “Nós, da psicologia, acreditamos que as crianças até os seus 12 anos de idade, saindo do período da segunda infância, ou seja, atingindo seus 12 anos, deixa a fase da inocência e passa a ser formadora de conceitos, opiniões, pensamentos, atitudes e, consequentemente, formando suas personalidades”.

 

Diante da situação, os pais passaram a se alfinetar nas redes sociais, jogando a culpa do incidente um no outro. Deise lembra que a culpa inicial não é exatamente apenas do pai ou da mãe, e sim do ambiente em geral que a criança convive.  “Primeiro, que os pais devem evitar esses tipos de comentários, em segundo, crianças devem ser poupadas de aparelhos eletrônicos antes dos 12 anos, e, para isso, crianças não podem de forma alguma ofender ninguém por sua condição financeira. Isso deve ser ensinado pelos pais para todas as crianças, para evitar esse tipo de constrangimento”, lembra Saluti.

 

Ela enfatiza que um ambiente adequado é o qual a criança tem socialização com outras crianças, com os mesmos interesses e as mesmas brincadeiras, ou seja, um pai e uma mãe que conversam sem responsabilidade na frente dos filhos já cometeram um erro grave. “Nitidamente, temos uma criança que necessita de acompanhamento terapêutico para a construção de sua autonomia. Esses pais também devem rever a forma que se comunicam em frente aos filhos. E, claro, procurar imediatamente acompanhamento psicoterapêutico para desconstrução de algumas crenças limitantes”, finaliza.

 

Dia do homem: pesquisa aponta que homens representam 30% dos clientes das clínicas estética no Brasil

De acordo com a médica dermatologista Marília Acioli, o aparecimento de rugas no rosto está entre as principais queixas masculinas no consultório.

 

No dia 15 de julho é celebrado o Dia Internacional do Homem. Instituído pela Organização das Nações Unidas desde 1999, esta data destaca a conscientização da sociedade para problemas que podem atingir o gênero masculino, desde a importância do autocuidado, até a prevenção de doenças. 

De acordo com informações da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o segundo maior mercado de beleza masculino, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Eles já representam 30% da clientela das clínicas de estética no Brasil, conforme aponta a Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC-Spas). Isso deixa evidente o quanto a sociedade passou por um processo de libertação de tabus, os quais colaboraram no debate sobre o autocuidado não ser apenas tema exclusivo das mulheres. 

Diante desse aumento significativo masculino em se cuidar, a médica dermatologista Marília Acioli, explica que os homens buscam procedimentos que tenham resultados naturais, além disso, relata que a principal queixa masculina nos consultórios médicos está relacionada às rugas no rosto. 

‘’Então, a gente vê hoje crescendo o público masculino nos consultórios dermatológicos, lógico que ainda não é a maioria, a maioria ainda são mulheres, mas a gente vê sim crescendo esse público masculino. Dentre sua principal queixa está o aparecimento de rugas no rosto, o qual se dá por conta de uma musculatura maior, mais robusta masculina, fazendo com que as rugas apareçam já numa fase mais precoce. Bem como, é interessante também frisar que o gênero masculino procura por procedimentos que tenham resultados sutis, relata a médica. 

Ainda sobre o assunto, Marília aborda os produtos específicos e técnicas utilizadas para resolver esse problema, além de compartilhar a procura masculina por uma menor quantidade de produtos para o cuidado com o rosto, mas que sejam amplos. 

‘’Em relação às técnicas utilizadas na resolução e diminuição das rugas está MD Codes, que é uma abordagem para rejuvenescimento facial que usa preenchimentos a base de ácido hialurônico. Por outro lado, também destaco que os homens procuram produtos faciais para os cuidados com o rosto, mas, focando em uma rotina de cuidados com a pele um pouco mais simplificada, com menos produtos, e com produtos que tenham indicações mais amplas.’’ 

A especialista também compartilha o principal mito que encontra no consultório dermatológico envolvendo cuidados masculino com a pele, bem como destaca o quanto esse autocuidado é de suma necessidade para todos os setores da vida desse homem. ‘’O maior mito é que o homem não pode ou não deve querer cuidar da aparência. Porque ele não só pode, como procura a clínica interessados em estar bem e em envelhecer bem, e isso é interessante. Além disso, essas buscas nos consultórios acontecem tanto pela importância do autocuidado, tanto por passar uma imagem melhor para o mercado de trabalho, uma imagem mais positiva e cuidada, finaliza a Dra. Marília Acioli.


Traição na gravidez: o impacto psicológico e os riscos envolvidos

A psicóloga Josefa Ferreira, especialista do Núcleo de Sexualidade da Holiste Psiquiatria, explica os impactos de uma traição durante a gravidez 

 

Nessa semana a cantora Iza compartilhou nas redes sociais o doloroso relato de ter sido traída e o fim de seu relacionamento com o jogador de futebol Yuri Lima. A situação enfrentada por ela é um exemplo das complexas implicações de uma traição durante a gravidez.

A psicóloga Josefa Ferreira, especialista do Núcleo de Sexualidade da Holiste Psiquiatria, explica os impactos de uma traição durante a gravidez e como a mulher pode se cuidar para minimizar as consequências. Com o apoio adequado e acompanhamento profissional, é possível minimizar os impactos e preservar a saúde mental da mulher, garantindo um ambiente mais saudável para o bebê que está por vir.

"Perdoar ou não perdoar uma traição é uma das primeiras questões que surgem em situações como essa. No entanto, é crucial considerar o impacto psicológico na pessoa traída," destaca Josefa. "Para a maioria das pessoas, o ato de trair gera um impacto emocional significativo, tanto pela quebra de confiança quanto pela desconstrução do ideal de relacionamento estabelecido. Sentimentos como insegurança, incompetência, desvalorização e perda de confiança em si são comuns. Esses sentimentos tornam o estado emocional e psicológico da pessoa traída extremamente vulnerável, podendo inclusive disparar traumas psicológicos."

A psicóloga ressalta que, embora não se possa generalizar como cada pessoa lida com a traição, o período gestacional já carrega uma carga emocional elevada. "Os hormônios oscilam constantemente durante a gravidez, e enfrentar uma traição nesse momento pode desencadear crises de ansiedade, problemas no sono, isolamento social, dificuldade de concentração e hipervigilância. Tudo o que é vivido e sentido pela mãe pode ser transmitido para o bebê, gerando complicações na gravidez. É fundamental que a mulher tenha acompanhamento psicológico e psiquiátrico, se necessário, para evitar maiores implicações durante e após a gestação."


Riscos de depressão pós-parto

Josefa explica que muitas mulheres traídas durante a gestação podem ter dificuldade em estabelecer a relação mãe-bebê. "Algumas podem ver a situação como um estímulo, mas, em casos em que a relação não é estabelecida, isso pode ocorrer devido a um quadro de ansiedade ou depressão desenvolvido pela mãe após a traição. Essa dificuldade pode se manifestar na interação e cuidado com o bebê, e, em alguns casos, pode surgir uma aversão ao filho, visto como fruto de uma relação marcada pela traição."

Para lidar com esse momento delicado, a psicóloga enfatiza a importância de uma rede de apoio. "A mulher precisa contar com amigos, família e acompanhamento psicológico para elaborar a perda da relação e lidar com os sentimentos vividos. Essa rede de apoio é crucial para ajudar a mulher a atravessar esse período com o menor impacto possível em sua saúde mental e na relação com o bebê."


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