A psicóloga Josefa Ferreira, especialista do Núcleo de Sexualidade da Holiste Psiquiatria, explica os impactos de uma traição durante a gravidez
Nessa semana a cantora Iza compartilhou nas redes
sociais o doloroso relato de ter sido traída e o fim de seu relacionamento com
o jogador de futebol Yuri Lima. A situação enfrentada por ela é um exemplo das
complexas implicações de uma traição durante a gravidez.
A psicóloga Josefa Ferreira, especialista do Núcleo
de Sexualidade da Holiste Psiquiatria, explica
os impactos de uma traição durante a gravidez e como a mulher pode se cuidar
para minimizar as consequências. Com o apoio adequado e acompanhamento
profissional, é possível minimizar os impactos e preservar a saúde mental da
mulher, garantindo um ambiente mais saudável para o bebê que está por vir.
"Perdoar ou não perdoar uma traição é uma das
primeiras questões que surgem em situações como essa. No entanto, é crucial
considerar o impacto psicológico na pessoa traída," destaca Josefa.
"Para a maioria das pessoas, o ato de trair gera um impacto emocional
significativo, tanto pela quebra de confiança quanto pela desconstrução do
ideal de relacionamento estabelecido. Sentimentos como insegurança,
incompetência, desvalorização e perda de confiança em si são comuns. Esses
sentimentos tornam o estado emocional e psicológico da pessoa traída
extremamente vulnerável, podendo inclusive disparar traumas psicológicos."
A psicóloga ressalta que, embora não se possa
generalizar como cada pessoa lida com a traição, o período gestacional já
carrega uma carga emocional elevada. "Os hormônios oscilam constantemente
durante a gravidez, e enfrentar uma traição nesse momento pode desencadear
crises de ansiedade, problemas no sono, isolamento social, dificuldade de concentração
e hipervigilância. Tudo o que é vivido e sentido pela mãe pode ser transmitido
para o bebê, gerando complicações na gravidez. É fundamental que a mulher tenha
acompanhamento psicológico e psiquiátrico, se necessário, para evitar maiores
implicações durante e após a gestação."
Riscos de depressão pós-parto
Josefa explica que muitas mulheres traídas durante
a gestação podem ter dificuldade em estabelecer a relação mãe-bebê.
"Algumas podem ver a situação como um estímulo, mas, em casos em que a
relação não é estabelecida, isso pode ocorrer devido a um quadro de ansiedade
ou depressão desenvolvido pela mãe após a traição. Essa dificuldade pode se
manifestar na interação e cuidado com o bebê, e, em alguns casos, pode surgir
uma aversão ao filho, visto como fruto de uma relação marcada pela
traição."
Para lidar com esse momento delicado, a psicóloga
enfatiza a importância de uma rede de apoio. "A mulher precisa contar com
amigos, família e acompanhamento psicológico para elaborar a perda da relação e
lidar com os sentimentos vividos. Essa rede de apoio é crucial para ajudar a
mulher a atravessar esse período com o menor impacto possível em sua saúde
mental e na relação com o bebê."
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