O que mais temos
visto, atualmente, são pessoas que preferem viver a vida do outro, seguir as
definições e regras do outro, por medo se ser isolado, cancelado socialmente,
ou mesmo julgado.
Ter opinião
própria, defender suas ideias e pensamentos, desenvolver um senso crítico,
promovendo a individuação é o melhor movimento que o ser humano pode fazer rumo
ao desenvolvimento saudável de seu equilíbrio e saúde mental.
Mas,
infelizmente isso não acontece com todos. Essa prática, cada vez mais comum,
tem nome e é considerada uma psicopatologia que vem tomando proporções
gigantescas no âmbito comportamental e nas relações interpessoais.
É a normopatia, definida por um lema: “para ser normal, faça
o que os outros fazem. Deseje o que os outros desejam. Persiga o que os outros
perseguem e pense como os outros”.
A
supervalorização da opinião do outro, mesmo que não concorde, mesmo que sofra,
é a ação mais intensa do Normopata. A aprovação social é o seu objetivo
principal, mesmo que para isso tenha que sucumbir sua própria identidade e
dignidade.
Olhando por um
outro prisma, o normopata, dependendo do grau desta patologia, pode sofrer e se
sentir muito incomodado por pensar diferente das pessoas com quem convive. Mas,
a fobia de imaginar que poderá ser excluído, rejeitado dos grupos ou da
sociedade de uma maneira geral, é tão intensa que ele anula seus desejos, suas
vontades e internaliza o infeliz desejo de ser como todo mundo.
Como podemos
identificar um Normopata? Ele não internaliza e não prática a introspecção,
isso porque não existe a intenção de se desenvolver através do
autoconhecimento. Esse esforço anormal pela validação social faz com que ignore
seu verdadeiro “eu”.
Ele está sempre
considerando os outros “normais” e ele não, por isso a loucura por ser “igual”.
Porém, a consequência é o padecimento, uma vez ele sente-se perdido, vazio e,
sem forças para lidar com a frustração, o fracasso e suas decepções.
Esse tipo de
comportamento é muito comum entre os jovens. O grande risco é que se não houver
uma intervenção terapêutica e o desejo de mudanças, a tendência é que esse
indivíduo siga com uma vida vazia, sem personalidade, já que sua identidade
está sempre focado no que é externo.
Está sempre em
busca da aprovação alheia, sentindo-se um inútil, incapaz de realizar feitos a
partir de seus próprios desejos ou ideias. Ou seja, com o tempo, vai se
sentindo como um “fake”, vazio e comandado.
A normopatia é
uma doença que promove um pensamento operacional gerador de sofrimento. Mas nem
tudo está perdido. Existe cura para esse problema e isso pode ser facilmente
resolvido através da terapia.
O processo terapêutico tem como um de seus objetivos, fornecer ao indivíduo a chave da felicidade plena que é aprender a ser nós mesmos, desenvolver o senso crítico através do exercício da individualidade, elevar a autoestima e o amor próprio.
Enfim, infelizmente, nossa sociedade está cheia de casos da doença e as pessoas não se dão conta de que sofrem deste mal. Porém, é preciso estar conscientes de que não somos obrigados a ser como os demais e não há nada mais anormal do que ser obcecado por ser normal ou igual. Nossa individualidade nos faz seres únicos, evolutivos e valiosos.
Quando não reconhecemos isso, passamos para o campo da dor
interna, por tentar se encaixar no que é normativo, no que é esperado.
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