O projeto dará
mais visibilidade e vai expandir as possibilidades do mercado de produtores de
cafés especiais, tanto nacionalmente como internacionalmente
Com objetivo de fortalecer o mercado de produtos
com Indicação Geográfica (IG), o Sebrae, a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto CNA, estão juntos realizando o
projeto Digitalização das IGs de Café. A iniciativa, inédita no Brasil, será
implementada ainda neste com o apoio do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A proposta é desenvolver um sistema para fomentar o
controle e a rastreabilidade das regiões produtoras de café e o seu
relacionamento com o mercado nacional e internacional, além de potencializar
referências como qualidade e origem dos grãos produzidos no país. A primeira
reunião do grupo de trabalho está prevista para esta quarta-feira (1º), na
cidade de Patrocínio (MG), região que abraça os Cafés do Cerrado Mineiro, uma
das 14 IGs de cafés do país.
A analista de inovação do Sebrae Hulda Giesbrecht
explica que serão 18 meses de trabalho junto a associações, cooperativas,
produtores, poder público e demais parceiros. “Vamos desenvolver uma
ferramenta, um sistema que servirá de base para a digitalização das Indicações
Geográficas brasileiras dos demais produtos”, adianta. A partir de março, os
parceiros promotores desse projeto vão lançar chamada pública para selecionar a
startup que desenvolverá a solução.
De acordo com Hulda, a novidade também contribuirá
para impulsionar a exportação dos produtos e ampliar a conexão com o mercado
internacional. “Ao longo dos últimos anos, o país tem caminhado no sentido de
valorizar e escalar as vendas de produtos com Denominação de Origem ou
Indicação de Procedência reconhecidos. Isso fortalece nossa economia, gera
emprego, renda e valorização de nossos produtos e serviços”, esclarece.
Para Juliano Tarabal, superintendente da Federação
dos Cafeicultores do Cerrado, o programa de digitalização das IGs de Café é
preponderante no sentido de dar mais visibilidade à toda a cadeia produtiva
cafeeira. “O projeto para desenvolvimento de uma plataforma única para as
Regiões Produtoras de Café do Brasil é de uma relevância enorme para o setor,
levando em conta que vamos fornecer garantia de origem e qualidade através da
rastreabilidade, mantendo as informações alinhadas entre as regiões, aumentando
a transparência do setor, elevando o nível do serviço para todos os envolvidos:
exportadores, importadores, torrefadores e consumidores”, conclui.
O que são as Indicações
Geográficas?
As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas
coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados
territórios. Elas possuem duas funções principais: agregar valor ao produto e
proteger a região produtora.
O sistema de Indicações Geográficas promove os
produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível. Essa herança
abrange vários aspectos relevantes: área de produção definida, tipicidade,
autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao
método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma
notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.
O Brasil possui hoje 100
Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI. Conheça cada uma delas aqui
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