A violência contra a mulher é uma questão de saúde pública, como aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS), e o parceiro íntimo é o agente agressor mais comum em todo o mundo.
Este crime, que não se resume apenas à agressão
física engloba diferentes tipos de abusos, tais como violência física,
emocional, patrimonial, moral, sexual e financeira. E as consequências afetam
diretamente a saúde mental e qualidade de vida das envolvidas e, por
conseguinte, seus familiares, gerando quadros de depressão, ansiedade,
transtorno pós-traumático, transtornos alimentares e até suicídios.
O farmacêutico é o profissional de saúde mais próximo
e acessível da comunidade e sua atuação frente a esse grave problema social
tornou-se cada vez mais relevante para a sociedade. Não por acaso, durante a
pandemia, ocasião em que os índices de violência praticamente duplicaram mundo
afora, as farmácias e drogarias se tornaram importantes agentes na comunicação
contra esses crimes.
Profissionais de todo país foram mobilizados e
capacitados por seus conselhos de classe para atuarem nesta frente de trabalho
por meio da Campanha Sinal Vermelho (sinal “X” feito com batom
vermelho, ou qualquer outro material, na palma da mão ou em um pedaço de papel)
com ações emergenciais voltadas às vítimas de violência doméstica durante a
fase do isolamento.
Impossível falar sobre a importância da atuação do
farmacêutico no enfrentamento a violência doméstica sem mencionar o início
desta luta, pela também farmacêutica Maria da Penha, cuja busca por justiça
durante 19 anos resultou na aprovação de uma lei federal de proteção às
mulheres: A Lei Maria da Penha (Lei n.º 11.340),
sancionada em 7 de agosto de 2006 e considerada pela ONU como uma das três
legislações mais avançadas no mundo sobre o tema.
No entanto, a despeito dessas atuações, o número de
vítimas ainda é subnotificado e muitas vezes silenciados ou omitidos por medo,
vergonha ou vigilância do agressor.
E o farmacêutico, quer seja na drogaria ou outras
frentes de trabalho, como na farmácia estética, local onde muitas vezes a
vítima procura apoio de maneira quase inconsciente, pode e deve prestar esse
relevante serviço.
proteção, orientação e carinho.
Lembrando que a denúncia pode ser feita em qualquer
lugar do País por meio dos telefones 153 (Patrulha da Mulher) e também pelo
número 18.
Ilma Freitas – Farmacêutica
Esteta, especialista em Estética Avançada e Cosmetologia. Conselheira do
CRF-RO. Docente em pós de Estética Avançada. CEO Instituto Dra. Ilma Freitas -
Centro de Especialização em Saúde Estética. Mentora, palestrante e escritora.
Esteve em situação de violência doméstica durante 14 anos. Em 2019 após ter o
rosto fraturado em dois lugares, denunciou o agressor e fugiu com sua filha de
apenas 5 anos pondo fim a um ciclo de violência. Atualmente é coordenadora do
grupo de mulheres Farmacêuticas do CRF-RO e dedica-se à capacitação de
profissionais farmacêuticos para o enfrentamento a violência doméstica.
Instagram: @drailmafreitas
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