Trata-se de uma doença neurológica grave que acomete cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil
Criada em 2008, no Canadá, a
campanha Março Roxo tem o objetivo de conscientizar a população sobre a
epilepsia e combater o preconceito que os pacientes da síndrome sofrem, além de
incentivar o diagnóstico precoce. O marco da campanha é o dia 26 de março,
considerado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia. O neurologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. Nardiel Alves Batista, afirma
que a doença pode afetar todas as faixas etárias, embora seja mais comum nas
crianças e idosos.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde, a epilepsia atinge 50 milhões de pessoas no mundo. A
estimativa é de que no Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas sofram com os
sintomas dessa doença. A epilepsia é uma doença neurológica grave,
caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, que são
recorrentes e geram convulsões, movimentos descontrolados do corpo e alteração
nas sensações. ‘Uma perda de consciência, por exemplo, sem motivo aparente, tem
de ser investigada. Muitas vezes pode ser decorrente de um problema cardíaco,
mas também pode ser causada pela epilepsia”, explica o especialista.
Outro sinal de alerta é a
ocorrência de crises não provocadas com intervalo entre elas de no mínimo 24
horas. “Não provocadas”, porque não deve ter havido nenhum fator precipitante,
como uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, como cocaína e ecstasy.
“As crises epiléticas duram em
média um minuto, no máximo um minuto e meio. O recomendado é apenas virar a
cabeça da pessoa para o lado, para que ela não engasgue. Mas atenção: se a
crise durar mais que cinco minutos ou a pessoa se mantiver aérea por mais de 20
minutos depois da crise, é importante chamar o SAMU, o serviço de atendimento
móvel de urgência”, orienta o neurologista.
Diagnóstico e tratamento
Dr. Nardiel explica que o
diagnóstico da epilepsia é feito mediante consulta clínica, exames
laboratoriais e eletroencefalograma. “O ideal é acrescentar a ressonância
magnética de crânio, que irá apontar as anormalidades estruturais e o local
exato do cérebro que está sendo afetado”.
O médico destaca que o
tratamento é individualizado. “No início, o recomendado é voltar ao
neurologista a cada dois ou três meses, para acompanhar a resposta do paciente
à medicação, que tem como foco deixá-lo livre de crises”.
Ele ressalta que a epilepsia
não é uma doença incapacitante para o trabalho, mas é importante que o médico
do trabalho conheça o problema e acompanhe como está a sua evolução e controle
nos exames periódicos.
“A doença é considerada
controlada, quando há ausência de crise por pelo menos um ano. Se depois de
dois anos não houver crise, é recomendado fazer um eletroencefalograma e,
dependendo do resultado, o médico pode começar a tirar a medicação. A doença
pode ser vista como curada, quando o paciente está há 10 anos sem crise e há
pelo menos 5 anos sem medicação”, informa o neurologista.
É importante lembrar que a
medicação é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nos
postos de saúde ou na rede de farmácias populares.
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