Em
tempos de reflexões sobre o câncer de mama, Outubro Rosa, vamos buscar ter mais
empatia e tentar compreender a reviravolta, nuances e implicações internas e
externas, de uma pessoa que recebe um diagnóstico de um câncer (de qualquer
tipo).
Receber
esse diagnóstico de forma equilibrada, não é fácil. Aceitar e saber lidar com o
medo, a insegurança em relação ao tratamento, a angústia diante de um futuro
incerto, entre outras questões importantes neste momento tão delicado, sem
dúvida alguma é um grande desafio.
O
acolhimento da família, amigos, parentes, pessoas próximas, uma verdadeira rede
de apoio presente é fundamental para que o paciente não se isole e não venha a
desenvolver doenças graves como a depressão.
No
entanto, não devemos esquecer que muitos tipos de Câncer podem ser evitados,
pois em torno de 60% a 80% dos diagnósticos se devem a causas externas, como:
excesso de alimentos processados, excesso de ingestão de álcool, tabagismo,
escassez de atividades físicas que leva ao sedentarismo nocivo, entre outros.
Portanto,
deve-se estar sempre atento à prática do autocuidado, fazendo e buscando
acompanhamento médico anual para realização de exames periódicos. Afinal,
quanto mais cedo o diagnóstico for definido, mas chances de sucesso do
tratamento será evidenciado.
Porém,
se o diagnóstico de câncer chegar, podemos dar algumas dicas para que o cuidado
e o olhar para este paciente possa ser o mais humanizado possível. Um dos
pontos mais importantes é buscar ficar mais próximo desse indivíduo.
Tentar
mostrar que não precisamos de grandes momentos para estarmos juntos, temos que
aproveitar cada minuto e admirar as coisas simples da vida. Incentivar o
paciente a fazer o que gosta, buscando assim, tornar a vida mais leve.
Valorizando os pequenos e grandes prazeres.
Encontrar
um propósito de vida, um foco para canalizar suas energias e esperanças, também
é um dos motivos de sucesso aliados aos tratamentos oncológicos. Ajudar o
paciente a entender e redefinir o que realmente é fundamental e quais as
pessoas ele deseja que estejam por perto. É a nova reformulação de seus valores
e objetivos da caminhada que está se iniciando.
Faz-se
necessário que seja reavaliado o estilo de vida do paciente e que ele perceba
essa necessidade de mudança. Optando por hábitos mais saudáveis, mudando a alimentação,
na medida do possível, sempre com recomendação médica, e buscar realizar
algumas atividades físicas.
Temos
que levar em consideração que, a nova rotina de exames excessivos, as
constantes visitas médicas, já trazem a esse paciente uma atmosfera de
exaustão, cansaço e a sensação de que ele pode não dar conta, alimentando ainda
mais sua sensação de medo e insegurança com o que está por vir.
Quando
o paciente compreende que sua cura também depende muito de sua cabeça e de seu
estado de espírito, da sua resiliência e postura em relação ao enfrentamento da
doença, ele já sai na frente em ganho de melhoria de vida, qualidade e absorção
de todos os benefícios que o tratamento possa lhe oferecer, independente, do
tipo de câncer a ser enfrentado. É muito importante manter o pensamento
positivo e acreditar que a cura é possível.
Ficar
lamentando não vai mudar absolutamente nada. A situação está ali, definida.
Necessário buscar alternativas e forças para enfrentar, junto com o desejo de
viver da melhor forma: bem e agora.
Enfim,
não perca tempo e procure viver um dia de cada vez.
Os
cuidados com a saúde são essenciais. O diagnóstico não é uma sentença.
Importante seguir todas as recomendações médicas, realizar os exames indicados,
tomar as medicações e buscar hábitos de vida mais saudáveis.
O
equilíbrio mental também é fundamental, pois nossa mente é também grande
responsável pela nossa cura e pelo nosso bem-estar. Se nos mantivermos
otimistas e procurar alimentar sentimentos positivos, bem como através de
atividades prazerosas, estimular a produção de hormônios do bem, como: a
dopamina, seratonina e oxitocina, sem dúvidas as expectativas de vida serão as
melhores possíveis.
Afinal,
quanto mais equilibrados mentalmente estivermos, mas essa junção hormonal
facilitará o aumento da imunidade e, consequentemente, aumento da autoestima e
do ânimo de viver. Não se entregar a tristeza, ao isolamento e a depressão fará
com que o diagnóstico recebido seja encarado como um grande desafio de uma
guerra a ser vencida.
Dra. Andréa Ladislau - Psicanalista, graduada em Letras e Administração de
Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em
Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão
Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para
diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas para dar apoio emocional a
pessoas do Brasil inteiro.
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