O
tratamento contra o câncer é um momento delicado e repleto de desafios que
afetam a autoestima dos pacientes. Como uma alternativa de evitar a queda de
cabelo, a touca de crioterapia pode diminuir esse impacto em até 70% dos casos
Quando se fala em quimioterapia,
diversas situações passam pela cabeça dos pacientes. Uma delas é, de fato, a
queda dos cabelos, podendo impactar na autoestima e psicológico, principalmente
das mulheres. Esse anseio existe e não deve ser minimizado, afinal, a aparência
também é uma forma de representar identidade, além de estar diretamente
relacionada ao bem-estar.
Como uma alternativa
de evitar ou diminuir a queda capilar em até 70%, a crioterapia é um método que
contribui para reduzir os impactos causados aos pacientes durante o tratamento
de quimioterapia. Esse sistema de resfriamento, feito a partir do uso da Touca
Inglesa Paxman, reduz o fluxo sanguíneo nos folículos capilares, diminuindo a
absorção dos fármacos na região.
Desenvolvida em 1997,
a Touca Inglesa Paxman é atualmente um dos métodos mais modernos para a
preservação dos fios durante o tratamento de quimioterapia. Desde 2013, o
Brasil já realizou mais de 50 mil sessões desta tecnologia, melhorando a
autoestima de milhares de pessoas.
De acordo com o Dr.
Daniel Gimenes, oncologista do CPO Oncoclínicas, o frio reduz a atividade dos
folículos capilares, tornando-os menos atraentes para a quimio. Desta maneira,
o tratamento contra o câncer passa a ter como alvo as células que estão se
dividindo rapidamente. "Isso faz com que o efeito da quimioterapia nas
células dos folículos capilares tenha o efeito reduzido, prevenindo a queda dos
fios".
Na prática, cerca de
trinta minutos antes da sessão de quimioterapia, o couro cabeludo do paciente é
resfriado em uma temperatura de 18°C e 22°. A partir disso, os medicamentos na
região têm o risco de absorção reduzido. Vale lembrar que a Touca Inglesa
Paxman deve ser usada por uma hora e meia após o término da infusão, dependendo
assim de qual medida será adotada para o tratamento. Ela precisa também estar
bem ajustada à cabeça, ficando em contato com o couro cabeludo, para que o
procedimento seja realizado de maneira adequada.
Mesmo nas pessoas que
fazem uso de medicamentos mais fortes, os resultados são promissores e com taxas
altamente positivas - as chances de perda dos fios ficam em torno de 20 a 30%.
Um dos maiores benefícios é poder trazer de volta qualidade de vida ao
paciente, além de preservar a autoestima em um momento tão vulnerável.
Diversos estudos
independentes mostraram a segurança e eficácia da técnica de crioterapia ao
longo de 20 anos. Além disso, a pesquisa também foi chancelada pela agência
Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. Já no Brasil, o método
possui certificação da FDA1 registrado na ANVISA2.
Além da estética
Nos casos em que
existem tumores de mama, por exemplo, os medicamentos podem danificar os
folículos capilares, levando à queda de cabelo, segundo o oncologista Dr.
Daniel Gimenes. Além disso, esse cuidado vai muito além da estética, pois
auxilia em menores chances de afetar a autoestima, sendo uma das causas da
ansiedade, levando a possíveis quadros de depressão.
Pesquisas mostraram
ainda que ao menos metade das mulheres com câncer de mama em estágio inicial
que utilizaram a touca durante a quimioterapia perderam uma quantidade inferior
a 50% dos fios. Ademais, comparando aquelas que optaram pela crioterapia com as
que não realizaram o procedimento, o primeiro grupo demonstrou um crescimento
mais rápido do volume de cabelo perdido.
Geralmente, a
crioterapia não possui efeitos colaterais, mas alguns pacientes podem ter
sensibilidade no couro cabeludo, calafrios, cefaléia (dor de cabeça) e
desconforto no pescoço e ombros.
Qualquer paciente em
quimioterapia pode fazer crioterapia?
Nenhum comentário:
Postar um comentário