Isolamento social e maior
exposição às telas interferiu no desenvolvimento infantil
Alterações de comportamento devem ser observadas atentamente
(Freepik) |
O desenvolvimento infantil foi
diretamente afetado pela pandemia da COVID-19. A necessidade de isolamento e a
falta de interação entre crianças alterou o comportamento social dos pequenos,
seja na escola ou em casa. A avaliação é do médico e associado da Sociedade de
Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Paulo Hartmann Nader. Conforme o
pediatra, a ausência de convivência e o maior período exposto as telas,
reduzindo as atividades físicas, interferiu na evolução na infância. Agora, é o
momento de ficar alerta aos reflexos desse momento, com a retomada das
atividades.
"A pandemia provocou uma série
de consequências. Com a retomada, é preciso estar atento. Isso precisa ser
avaliado individualmente, com cada família, cada pediatra, para se for o caso
encaminhar a criança ao neurologista", explica. Caberá ao neurologista
compreender de que forma essas alterações estão afetando os pequenos. "As
principais queixas nos consultórios de pediatria na área neurológica envolvem
problemas de aprendizagem, suspeita de autismo, alteração do sono e de
alteração do comportamento", revela.
Segundo o pediatra, essas alterações
de comportamento devem ser observadas atentamente por familiares e professores,
pois o diagnóstico precoce auxilia no tratamento. "Dependendo do problema,
os primeiros sinais de alterações podem aparecer precocemente. Sempre que houver
suspeita de problemas no desenvolvimento, principalmente, ou de interação entre
os membros da família deve ser consultado o pediatra".
De acordo com o associado da SPRS,
nas consultas os médicos possuem mecanismos para antecipar a avaliação, o que é
fundamental. "Nos casos de suspeita de autismo ou outros problemas de
desenvolvimento existem ferramentas de avaliação (questionários), que podem ser
aplicados por neurologistas pediátricos . Portanto não devemos deixar de
avaliar uma criança com suspeitas de alteração comportamental. O diagnóstico
precoce auxilia muito na melhora do prognóstico", reitera.
O tema foi trabalhado durante o painel
"Neurologia", no Congresso Brasileiro de Pediatria Online, que
aconteceu no último dia 16 de outubro, e foi organizado pela Sociedade
Brasileira de Pediatria e contou com a participação de diversos médicos da
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Vítor Figueiró
Nenhum comentário:
Postar um comentário