sábado, 30 de outubro de 2021

Recebi um diagnóstico de câncer e agora?


Em tempos de reflexões sobre o câncer de mama, Outubro Rosa, vamos buscar ter mais empatia e tentar compreender a reviravolta, nuances e implicações internas e externas, de uma pessoa que recebe um diagnóstico de um câncer (de qualquer tipo).

 

Receber esse diagnóstico de forma equilibrada, não é fácil. Aceitar e saber lidar com o medo, a insegurança em relação ao tratamento, a angústia diante de um futuro incerto, entre outras questões importantes neste momento tão delicado, sem dúvida alguma é um grande desafio.

 

O acolhimento da família, amigos, parentes, pessoas próximas, uma verdadeira rede de apoio presente é fundamental para que o paciente não se isole e não venha a desenvolver doenças graves como a depressão.

 

No entanto, não devemos esquecer que muitos tipos de Câncer podem ser evitados, pois em torno de 60% a 80% dos diagnósticos se devem a causas externas, como: excesso de alimentos processados, excesso de ingestão de álcool, tabagismo, escassez de atividades físicas que leva ao sedentarismo nocivo, entre outros.

 

Portanto, deve-se estar sempre atento à prática do autocuidado, fazendo e buscando acompanhamento médico anual para realização de exames periódicos. Afinal, quanto mais cedo o diagnóstico for definido, mas chances de sucesso do tratamento será evidenciado.

 

Porém, se o diagnóstico de câncer chegar, podemos dar algumas dicas para que o cuidado e o olhar para este paciente possa ser o mais humanizado possível. Um dos pontos mais importantes é buscar ficar mais próximo desse indivíduo.

 

Tentar mostrar que não precisamos de grandes momentos para estarmos juntos, temos que aproveitar cada minuto e admirar as coisas simples da vida. Incentivar o paciente a fazer o que gosta, buscando assim, tornar a vida mais leve. Valorizando os pequenos e grandes prazeres.

 

Encontrar um propósito de vida, um foco para canalizar suas energias e esperanças, também é um dos motivos de sucesso aliados aos tratamentos oncológicos. Ajudar o paciente a entender e redefinir o que realmente é fundamental e quais as pessoas ele deseja que estejam por perto. É a nova reformulação de seus valores e objetivos da caminhada que está se iniciando.

 

Faz-se necessário que seja reavaliado o estilo de vida do paciente e que ele perceba essa necessidade de mudança. Optando por hábitos mais saudáveis, mudando a alimentação, na medida do possível, sempre com recomendação médica, e buscar realizar algumas atividades físicas.

 

Temos que levar em consideração que, a nova rotina de exames excessivos, as constantes visitas médicas, já trazem a esse paciente uma atmosfera de exaustão, cansaço e a sensação de que ele pode não dar conta, alimentando ainda mais sua sensação de medo e insegurança com o que está por vir.  

 

Quando o paciente compreende que sua cura também depende muito de sua cabeça e de seu estado de espírito, da sua resiliência e postura em relação ao enfrentamento da doença, ele já sai na frente em ganho de melhoria de vida, qualidade e absorção de todos os benefícios que o tratamento possa lhe oferecer, independente, do tipo de câncer a ser enfrentado. É muito importante manter o pensamento positivo e acreditar que a cura é possível.

 

Ficar lamentando não vai mudar absolutamente nada. A situação está ali, definida. Necessário buscar alternativas e forças para enfrentar, junto com o desejo de viver da melhor forma: bem e agora.

Enfim, não perca tempo e procure viver um dia de cada vez.

 

Os cuidados com a saúde são essenciais. O diagnóstico não é uma sentença. Importante seguir todas as recomendações médicas, realizar os exames indicados, tomar as medicações e buscar hábitos de vida mais saudáveis.

 

O equilíbrio mental também é fundamental, pois nossa mente é também grande responsável pela nossa cura e pelo nosso bem-estar. Se nos mantivermos otimistas e procurar alimentar sentimentos positivos, bem como através de atividades prazerosas, estimular a produção de hormônios do bem, como: a dopamina, seratonina e oxitocina, sem dúvidas as expectativas de vida serão as melhores possíveis.

 

Afinal, quanto mais equilibrados mentalmente estivermos, mas essa junção hormonal facilitará o aumento da imunidade e, consequentemente, aumento da autoestima e do ânimo de viver. Não se entregar a tristeza, ao isolamento e a depressão fará com que o diagnóstico recebido seja encarado como um grande desafio de uma guerra a ser vencida.

 

 


Dra. Andréa Ladislau - Psicanalista, graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas para dar apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário