Segundo pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Datafolha, um em cada 10 brasileiros relatam problema psíquicos como ansiedade ou depressão em decorrência da pandemia. Psicólogos e psiquiatras apontam que esse cenário já era previsto e podem se agravar ainda mais no período pós-pandêmico. Na análise da Amil, uma das maiores operadoras de planos de saúde do país, cinco comportamentos têm sido predominantes no abalo à saúde mental nesse período: necessidade de controle, busca incessante pela perfeição, desafios da autopercepção, medo das incertezas e dificuldade de lidar com o sofrimento. Esses temas são tratados em uma série de vídeos e uma landingpage lançados pela operadora na última semana com a recomendação de especialistas sobre como lidar com cada um desses fatores.
Os avanços tecnológicos
potencializaram o senso de controle do ser humano: desde os equipamentos
eletrônicos às fotos editadas por filtros nas timeline das redes sociais, tudo
pode ser controlado. Essa autonomia leva o cérebro ao entendimento de que é
possível e imprescindível estar no controle, gerando expectativas exageradas
quanto à realidade. Essa ilusão do controle pode causar consequências
como frustração e sentimento de impotência quando se percebe que o controle
absoluto não é algo tangível. Para lidar com esse sentimento, é preciso se
adaptar à realidade se livrando da rigidez da onipotência – o desejo do
completo e do perfeito que não chega nunca e nem com a impotência, em que a
pessoa acredita ser impossível conviver com o fracasso e com o sofrimento. A
dica é trabalhar com a potência, que é a flexibilidade de viver com a condição
real de incertezas e utilizar das ferramentas disponíveis para resolver,
contornar, improvisar e criar alternativas para aliviar as angústias.
Busca
incessante pela perfeição
O que é perfeição para você? Essa
pergunta pode ser o ponta pé inicial para começar a entender de onde vem a
obsessão pela perfeição e como é possível conviver com esse sentimento imposto
muitas vezes pelo contexto em que vivemos. As redes sociais, por exemplo,
criam um padrão ilusório de beleza, resultando em comparações e conflitos.
É preciso compreender que ninguém será perfeito o suficiente e também que é
importante se conectar consigo mesmo para lidar melhor com a realidade.
O autoconhecimento é fundamental
para evitar a criação de expectativas exageradas sobre a identidade pessoal, ou
seja, sobre a imagem transmitida ao mundo externo. Mas engana-se quem acha que
o ser humano possui apenas uma identidade. Na ânsia pelo controle e pela
perfeição, é possível aderir a personagens para entregar ao mundo o que as
pessoas acreditam ser exigido delas. Psicólogos e psiquiatras indicam fazer um
mergulho interior para que as pessoas façam uma releitura mais resiliente e
flexível sobre elas próprias e sobre o mundo externo no qual elas estão
inseridas. Esse é um exercício diário de autopercepção.
A incerteza é uma condição humana.
Para resolver essa questão, a humanidade desenvolveu diversas disciplinas como
a astronomia, a filosofia, a ciência e por último a tecnologia. O problema não
está em buscar formas de aliviar as incertezas e sim na tentativa obstinada de
eliminar a incerteza, o que pode acarretar em angústia, por exemplo, pois a
incerteza é parte da vida e é preciso construir estratégias para lidar com
isso. A maioria das pessoas cria a expectativa de que a vida só será plena
quando todos os problemas estiverem resolvidos. Mas a incerteza pode ser
encarada como um convite para novas possibilidades.
Dificuldade
de lidar com o sofrimento
Nem sempre está tudo bem e isso é
normal. Na verdade, estranho mesmo seria ser feliz o tempo todo. A vida não é
uma linha reta, ou seja, sofrer faz parte dessa jornada. Buscar aprender a
suportar a dor, contornar momentos mais difíceis e encontrar caminhos para
seguir adiante, é o que faz crescer. Nesse aspecto, ter resiliência, que é a
capacidade de suportar problemas, é fundamental para retornar ao equilíbrio
extraindo aprendizado da dor.
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