Compaixão transforma a compreensão da dor alheia em resultado positivo para todos os envolvidos, iniciando por nós mesmos, e, diferente da empatia promove ação.
A felicidade é a base
para a construção de "tempos melhores".
O sucesso futuro é uma
consequência do bem-estar subjetivo do presente, é o que mostra um estudo
consagrado de 200 casos que somaram mais de 275 mil participantes, realizado
pela professora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia em Riverside,
Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Laura King, da Universidade do
Missouri.
Os cientistas
concluíram que pessoas felizes apresentam mais oportunidades de ter ótimas
relações de amizade, excelentes relacionamentos conjugais, alcançam salários
maiores, performar melhor no trabalho, mais criatividade, logo solucionam
problemas com maior rapidez, mais saúde, otimismo, energia, altruísmo do que
aquelas "menos felizes". A metanálise traduziu ainda dados relevantes
para ambientes corporativos, colaboradores felizes são, em média:
* 31% mais produtivos;
* vendem 37% a mais;
* são três vezes mais
criativos;
O comportamento
compassividade é uma fonte geradora de felicidade exponencial. Alguns
cientistas se referem a essa experiência como sendo um efeito dual da
felicidade: por um lado, ser feliz é a causa, e, por outro, é o objetivo
principal da vida de todo ser humano, (segundo pesquisa da ONU de março de
2021).
Compaixão vai além da
empatia
A compaixão seria uma
resposta emocional à empatia com resultados concretos. Enquanto a compaixão nos
leva à ação, a empatia cria laços de identificação nem sempre favoráveis, que
precisam ser bem identificados para evitar emoções negativas, como a
identificação com uma dor presumida em outra pessoa, como a projeção de um
sentimento pessoal do qual não se tem consciência.
O CEO do LinkedIn,
Jeff Weiner, disse, durante seu Talk no Wisdom 2.0, que o foco de sua vida é
"expandir a sabedoria coletiva do mundo por meio da compaixão". E que
isso se tornou a estrela guia da rede social. Weiner também expressa a
importância de se entender a diferença entre compaixão e empatia. Durante um
seminário na Stanford Graduate School of Business, o CEO falou sobre
preconceitos, dizendo que "a reação natural que muitas pessoas têm quando
discordam de alguém é de espelhar cegamente as emoções, ou assumir más
intenções".
Já a compaixão é a
"bondade enraizada na apreciação de outros seres humanos como pessoas
reais, que também sofrem, independentemente de nossas afinidades e
semelhanças" é o que mostrou o professor de psicologia C. Daniel Batson.
No estudo,
participantes que se imaginaram na posição "dolorosa" do outro,
demonstraram sinais mais fortes de desconforto e angústia pessoal, levando o
observador a não prestar atenção integral à experiência do outro, ou até de
evitá-la.
Agir de forma
compassiva é uma resposta mais objetiva, que gera uma ação apropriada, que
transcende a emoção pessoal. O ato de ajudarmos ao outro gera sentimentos
positivos para nós mesmos, para quem é alvo de nossa ajuda e para quem
testemunha essa ajuda. Segundo pesquisadores da Universidade Estadual de
Oregon, quando vemos alguém ajudar outro o nosso sistema nervoso simpático
entra em ação, e ainda que provoque certo desconforto de início, no momento
seguinte nosso sistema nervoso parassimpático é ativado, aliviando esse
sentimento e nos proporcionando prazer ao observar a dor amenizada.
É preciso desconstruir
antigas máximas: compaixão é ingrediente indispensável para a satisfação
pessoal duradoura, além de criar um ambiente positivo, produtivo, e não por
acaso, feliz.
Sandra Teschner - pós-graduada em Neuropsicologia e Chief Happiness Officer certificada pela Florida International University. Fundadora do Instituto Happiness do Brasil, centro de estudos e projetos de Felicidade Intencional. É palestrante internacional, e empreendedora social.
https://sandrateschner.com.br/)
Instagram:
@sandrateschner
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