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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

AVC se torna motivo de preocupação entre os jovens e pode aumentar risco de infarto e complicações da Covid-19

No Dia Mundial do AVC, neurologista do Hospital Santa Catarina - Paulista ressalta a importância de hábitos de vida saudáveis, atenção aos sintomas e ao início precoce do tratamento para evitar incapacidades funcionais

 

Comum especialmente entre os homens idosos, o acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como AVC ou derrame, está se tornando um ponto de atenção nas consultas médicas dos jovens. Cerca de 100 mil mortes são causadas por essa condição no Brasil todos os anos, segundo o Ministério da Saúde, sendo a segunda principal causa de morte no país.

Um quarto dos acidentes vasculares cerebrais acontecem em pessoas com menos de 65 anos. No início do século, a incidência entre os homens de 15 a 34 anos aumentou 64%, e 41% entre as mulheres nas mesmas faixas etárias.

Aproveitando a proximidade do Dia Mundial do AVC (29/10), o neurologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, Dr. Maurício Hoshino, esclarece que além da idade avançada, fatores relacionados ao estilo de vida dos jovens também podem ser fator de risco para um derrame. "Podemos citar o colesterol alto, como resultado da má alimentação, o sobrepeso, o tabagismo, o uso de entorpecentes ou de substâncias alcoólicas em excesso. Além disso, existem condições de risco que podem acometer todas as idades, como a hipertensão, o diabetes tipo 2 ou mesmo um histórico familiar de acidentes vasculares cerebrais", afirma o especialista. "Fazer atividades físicas e evitar alimentos demasiadamente gordurosos são medidas simples e essenciais para prevenir doenças neurológicas", completa.


O que é e como prevenir as sequelas

O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área que ficou sem circulação. A complicação pode se apresentar em dois tipos: o AVC hemorrágico, quando um vaso se rompe, causando sangramento que pode atingir diferentes regiões do cérebro; e o AVC isquêmico, quando uma artéria entope e a circulação de oxigênio é interrompida, levando a morte de células cerebrais. Esse último é responsável por 85% dos casos no Brasil.

Os sinais que indicam a doença podem variar de acordo com a gravidade do quadro, mas os mais frequentes são a perda súbita da força ou da sensibilidade em um dos membros do corpo e a alteração da fala ou dos movimentos da boca. Esses, aliás, são sintomas que podem se tornar permanentes mesmo para quem se recupera. Uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, o AVC gera algum prejuízo funcional em 70% dos pacientes, e 30% desenvolvem dificuldades de locomoção.

Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para dar início ao tratamento mais assertivo, que pode incluir sessões de fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional. "O processo de reabilitação física e psicológica é o que pode garantir a recuperação gradativa das funções comprometidas pelo quadro. Com as medidas restritivas adotadas durante a pandemia, associadas ao temor de exposição do próprio paciente e cuidadores, notamos uma maior dificuldade para início do tratamento do AVC, e até mesmo o retrocesso para aqueles que já estavam em curva de melhora", afirma o Dr. Hoshino.


Relação com a Covid-19 e doenças do coração

O neurologista Dr. Maurício Hoshino lembrou ainda que os pacientes que se recuperam do AVC podem apresentar um risco maior de complicações para outras duas condições que estão entre as mais letais do Brasil: a Covid-19 e o infarto. Um estudo recente da Faculdade de Medicina da Medicina da Universidade de São Paulo mostrou que o AVC isquêmico está relacionado a casos de infarto do miocárdio. Já durante uma infecção pelo coronavírus, o tratamento em hospital com uso de medicamentos imunossupressores pode levar a uma maior vulnerabilidade do sistema imunológico.

 


Hospital Santa Catarina


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