Levantamento nacional do Instituto Escolas Exponenciais com mais de 500 instituições de ensino privadas mostra ainda que 39% das escolas perderam matrículas este ano; 28% ganharam alunos e 33% mantiveram-se no mesmo patamar
A aproximação do final
de mais um ano letivo em meio à pandemia da Covid-19 e o período de decisão das
famílias em relação à matrícula para o próximo ano coloca o mercado da rede
privada de ensino em um momento de expectativas.
Segundo pesquisa
nacional do Instituto Escolas Exponenciais, realizada entre agosto e setembro
deste ano com mais de 500 escolas privadas em mais de 200 cidades de 25 estados
do Brasil, 21% dos pais ouvidos têm a intenção de trocar seu filho de escola para
o próximo ano letivo. Desse total, uma a cada 10 famílias
aponta dificuldades financeiras como a principal motivação. O estudo revela que
41% desses pais irão buscar escolas com mensalidades mais baratas e 40%
pretendem negociar o valor da mensalidade na escola atual.
De maneira geral,
embora a questão financeira seja determinante, outros fatores também são
citados como relevantes para a decisão dos pais em buscar uma nova instituição
de ensino. Entre eles estão localização entre casa, trabalho e escola, o
relacionamento com os profissionais que atuam diretamente com as crianças e o
tratamento impessoal ou falta de atenção com os filhos.
As instituições de
ensino afirmaram ainda que problemas financeiros dos pais geraram a maior parte
da perda de alunos ao longo do último ano, representando 56%, mesmo que a perda
tenha sido relativamente baixa – 39% das escolas relataram redução de matrículas.
A inadimplência foi considerada um problema significativo por 40% das escolas.
Entretanto, de acordo
com a pesquisa, a inadimplência das famílias nas escolas foi
reduzida de 22% em 2020 para 10% em 2021, revelando uma melhora
essencial para a continuidade das atividades de muitas instituições que
passaram por dificuldades desde o início da pandemia.
Famílias são favoráveis ao retorno presencial
O estudo do Instituto
Escolas Exponenciais revelou ainda que a taxa média atual de ocupação nas salas
de aula é de 63%, mostrando uma adesão da maioria dos alunos do Ensino Infantil
ao Médio quanto ao retorno das atividades presenciais. Para o próximo ano, 94%
dos pais querem que os filhos retornem às aulas presenciais. Os outros 6%
afirmam que optariam por manter os filhos em casa se o ensino híbrido ainda for
mantido.
Para as instituições
de ensino, a continuidade do ensino híbrido para o próximo ano divide opiniões.
O estudo mostra que 53% dos diretores escolares veem a possibilidade como uma
oportunidade, enquanto 47% a consideram um desafio.
Proatividade e bom desempenho na pandemia
fidelizaram famílias
No entanto,
independentemente do modelo de ensino que irá vigorar no próximo ano letivo, a
fidelização de famílias e alunos no ano de 2021 gerou impacto nas matrículas e
rematrículas para 2022. Apenas 21% dos pais têm a intenção de mudar o filho de
escola. O dado reforça o reconhecimento com relação ao trabalho desempenhado
pelas instituições no último ano, cuja pontuação de Net Promoter Score (NPS)
saltou de 59 pontos em 2020 para 74 em 2021.
As razões que mais
aparecem na decisão dos pais em manter o filho na escola atual é o cuidado,
atenção pessoal com o aluno e relacionamento próximo entre a comunidade escolar
(47%) e a qualidade na formação acadêmica dos alunos e da equipe pedagógica
(46%).
Vahid Sherafat, CEO do Instituto Escolas Exponenciais e Coordenador da
pesquisa, explica que os dados visam entender a forma em que a educação está se
adaptando às necessidades atuais da sociedade. “Acredito que as percepções
descobertas nessa pesquisa vêm num momento em que todas as atenções estão
voltadas para a área da educação. O estudo nos dá informações atuais e precisas
para dar base à novas iniciativas, projetos e investimentos. Sem dúvida, a área
da educação foi profundamente afetada nos últimos meses e é essencial
entendermos onde estamos e para onde devemos seguir a partir de agora”,
completa.
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