A cada novo passo que o mercado dá, podemos perceber que a relação entre empresas e consumidores vai se aprofundando e indo muito além do capital financeiro. O capital humano vem ganhando espaço e se tornando central e, com o mercado imobiliário, isso se evidencia em ritmo acelerado.
Sustentabilidade,
responsabilidade social, e inovação são exemplos de pontos cruciais na hora de
fechar negócio, já que apostando em uma empresa, as pessoas passam a se sentir
representadas por ela nos pontos altos e baixos.
Onde quero
chegar com esse pensamento? Quando se fala em cidades inteligentes, a maioria
das pessoas pensam em tecnologia, reconhecimento facial, carros elétricos e
empreendimentos com moradias que custam milhares de dólares por metro quadrado.
É inegável
que um projeto supertech tem o poder de melhorar a qualidade de vida, mas que
tipo de impacto causamos na sociedade quando escolhemos beneficiar um grupo
reduzido de pessoas baseado no seu poder de compra?
Indo na
contramão dessa realidade, nasceram as cidades inteligentes inclusivas,
empreendimentos construídos seguindo o conceito smart city, mas abraçando um
diferencial único: a inclusão social. Derrubando muros, no sentido real e literal,
já que essas cidades são abertas, com serviços e equipamentos gratuitos ou de
baixo custo não somente para moradores, mas para todas as pessoas.
Ao conhecer
esses projetos, é comum que surjam questionamentos acerca da viabilidade da
construção e da manutenção, e o segredo é: economia de escala. Executando uma
obra de grande porte, é possível economizar em insumos e reverter o capital
obtido para a construção de equipamentos como playgrounds, bibliotecas,
coworkings e até cinema.
E onde
entra a tecnologia nas cidades inteligentes inclusivas? Aplicativo, IoT,
energia solar, muitas são as maneiras de modernizar as smart cities e até mesmo
gerar renda para a manutenção dos serviços na cidade, com uma virada de chave
que considero essencial, que é considerar a tecnologia um meio, não o fim. O
fim é sempre o mesmo: as pessoas.
Sempre digo
que uma pessoa que pode comprar uma casa de milhões e ter uma BMW na garagem
pode e deve morar ao lado de uma pessoa que precisou financiar um imóvel e se
deslocar de ônibus. Uma cidade verdadeiramente inteligente acolhe pessoas de
qualquer classe e proporciona uma vida de qualidade para todos.
Acredito
que a inclusão social e o acesso às oportunidades mudam muito mais que vidas,
transformam sociedades e mudam o mundo. Por isso, aposto com convicção que as
cidades inteligentes inclusivas irão impactar muito mais do que o mercado
imobiliário e serão responsáveis por um presente e um futuro mais justo para
todos.
Susanna Marchionni - CEO da Planet
Smart City no Brasil e co-fundou a empresa em 2015, ao lado de Giovanni Savio,
CEO Global. Ela tem 25 anos de experiência no setor imobiliário e é a força
motriz da empresa no Brasil, liderando a disseminação do conceito de cidade
inteligente inclusiva no país. Susanna é responsável pela expansão da empresa
no Brasil nos próximos anos.
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