Intervenção
adequada auxilia a criança com seletividade alimentar a expandir a aceitação
dos alimentos
O autismo não é caracterizado como uma doença, mas
sim uma condição neurológica, responsável pelo desenvolvimento e comportamento
de uma pessoa e como ela percebe o mundo, portanto não há cura. Porém, muitos
avanços foram feitos nos últimos anos e a estimulação precoce multidisciplinar
tem apresentado resultados extremamente satisfatórios no tratamento de pessoas
com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Uma das características mais comuns nestes
indivíduos é a seletividade alimentar, ou seja, uma forte resistência em
ingerir determinados alimentos e texturas. Em muitos casos a criança leva esse
hábito até a fase adulta e mesmo assim não desenvolve de modo satisfatório esta
ocorrência.
A dra. Carla Deliberato, é fonoaudióloga e
dedica-se ao estudo e tratamento de bebês e crianças com seletividade e recusa
alimentar e apresenta técnicas simples capazes de reverter o quadro de
seletividade em crianças com TEA. “O primeiro passo é identificar o grau de
seletividade e onde está a maior dificuldade, se é na textura, na apresentação
do prato ou até mesmo nas cores”- comenta Carla
A profissional inicia seu atendimento entendendo as
dificuldades que os pais enfrentam durante as refeições, depois é hora de
observar a criança. Por essa razão, para os experimentos, em seu consultório
existe uma cozinha onde alguns alimentos são apresentados e preparados para a
criança. Após entender a problemática, utiliza técnicas que envolvem a criança
no processo do preparo até que chegue ao prato e ela já tenha familiaridade e
inclinação a provar o alimento.
A criança precisa participar, para conhecer e
reconhecer os sabores e cores dos alimentos, só assim é possível se
familiarizar e introduzir texturas diferentes. “A criança que é resistente a
texturas, pode desenvolver alguns problemas de deglutição, dentição e até a
fala” – afirma a fonoaudióloga. É sabido que a fala também é atingida por
crianças com TEA e o processo de atendimento de introdução alimentar e o
tratamento da seletividade contribui também para o desenvolvimento da fala, já
que o ato de mastigar também fortalece os músculos da face e da garganta.
A estimulação precoce em crianças com TEA minimiza
muitos danos e garante que seu desenvolvimento e relação com os demais seja
menos impactada e proporcione uma melhora na qualidade de vida.
Dra. Carla Deliberato (CRFa 2-13919 ) - fonoaudióloga dedicada ao estudo e tratamento de recusa e seletividade alimentar. Desde 2019 Carla lidera uma clínica especializada em São Paulo – a Care Materno Infantil conta, além da fonoaudiologia com uma equipe de nutricionista, psicologia, neurologista, gastroenterologia, endocrinologista, psiquiatra e pediatria dedicados a atender crianças de 06 meses à 12 anos. Estudou com referências mundiais no assunto como Kay A. Toomey, PhD, e Erin S. Ross, PhD, no Instituto Fleni, em Buenos Aires no curso “Assessment and Treatment Using the SOS Approach to Feeding”, e Suzanne Evans Morris, PhD, no Neurofuncional Chile, em Santiago com o curso “Feeding The Whole Child- A Mealtime Approach”.
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