Especialistas
explicam como identificar possíveis casos da doença e alertam para cuidados
especiais
Trombose: conheça os principais sintomas e dicas para sua prevenção
Divulgação
A pandemia do coronavírus, além de levar a vida
de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, trouxe um alerta
importante sobre outra doença igualmente perigosa e relacionada à infecção: a trombose. Essa é uma
obstrução causada por coágulos de sangue em
veias ou artérias, que pode resultar em quadros graves,
como AVC, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar e
até a morte.
Estima-se que de 10%
a 15% dos pacientes internados com infecção pelo coronavírus em
enfermaria tenham apresentado algum evento trombótico. Em casos de pacientes na
UTI, esse número pode chegar a 30% – taxas muito altas se
comparadas ao período pré-pandemia. A infecção
causada pelo SARS-COV-2 pode danificar a camada interna da
parede dos vasos sanguíneos chamada de endotélio, como explica o Dr.
Marcelo Melzer Teruchkin, cirurgião vascular do Hospital Moinhos de
Vento, em Porto Alegre, e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de
Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia
(SBTH). “Essa é uma parte responsável por não permitir que o sangue coagule,
então se o vírus danifica essa camada, a deixa mais propensa à formação
de trombo”.
É importante salientar
que maioria dos quadros de trombose não estão associados à
COVID. Especialistas alertam que os principais fatores de
risco para trombose são idade acima de 60 anos, tabagismo, obesidade, imobilidade, cirurgias,
infecções, gravidez e puerpério, uso de hormônios como
anticoncepcionais, acidentes, câncer e doenças da
coagulação, denominadas trombofilias. No caso das tromboses
arteriais, ainda temos o diabetes, sedentarismo e elevação das
taxas de gordura no sangue como fatores causais. Os sintomas
podem ser variados de acordo com o sistema envolvido. Por isso,
o Dr. Marcelo listou os quadros clínicos mais
comuns. Confira:
INFARTO
AGUDO DO MIOCÁRDIO
A trombose das artérias do
coração (coronárias) pode se apresentar com quadro
clínico de dor torácica, de forte intensidade e aperto no
peito que pode se irradiar para o braço esquerdo, ombro, região da
mandíbula e até abdome. Essa pode estar associada à falta de ar,
sensação de desmaio, palidez, náuseas, sudorese e palpitação.
ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL
Quadro de dor intensa na
cabeça, convulsão, perda de consciência, confusão, tonturas
associadas a náuseas e vômitos, perda de força ou formigamento em um
lado do corpo, desvio da boca e dificuldades na fala podem estar
associados ao quadro de trombose da circulação cerebral.
EMBOLIA
PULMONAR
A obstrução da circulação
pulmonar pode se apresentar com dor torácica em pontada ou aperto,
falta de ar, palpitação, tosse, febre de baixo grau e cianose (face
e extremidades do corpo arroxeadas).
TROMBOSE
VENOSA PROFUNDA
A trombose do
sistema venoso de uma das pernas ou braços pode ocasionar dor
intensa, inchaço, enrijecimento muscular e mudança de coloração
(avermelhado ou arroxeado). Geralmente acomete apenas uma das pernas ou um dos
braços.
OCLUSÃO
ARTERIAL AGUDA DE EXTREMIDADES
A obstrução aguda de uma
artéria da perna ou do braço pode levar a dor intensa, palidez,
formigamento, resfriamento, dificuldade de movimentação e ausência de
pulsação.
Como evitar?
O primeiro e mais importante
passo é se manter ativo fisicamente e conservar boas práticas de saúde. Para a
Dra. Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista e professora do departamento
de clínica médica da Unicamp, no caso de lesões em atividades físicas, é importante prestar atenção a sinais
de inchaços ou dores desproporcionais nos dias seguintes.
A especialista ainda
indica que sempre que passar por um episódio que propicie o
desenvolvimento de coágulos, procure um médico responsável.
“Cirurgias, casos onde o paciente deverá ficar imobilizado, indicações de
anticoncepcionais. Esses são alguns casos que vale levantar um questionamento
ao médico quanto a esse risco”, finaliza Dra. Joyce.
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