Como a música pode ajudar no tratamento e qualidade da saúde mental
Quem nunca ouviu que, para começar
bem o dia, é importante ouvir uma música bem animada logo de manhã? Apesar de
ter se tornado até mesmo senso comum, a raíz desse ditado é científica. Ouvir a
sua música preferida tem grande influência sobre o seu humor e qualidade de
vida. Por isso, com inúmeros benefícios para o nosso bem-estar, a música, além
de lazer, “também pode ser utilizada como método terapêutico”, afirma o
psicólogo e musicista Alessandro Scaranto.
Depois de um dia estressante no
trabalho ou cansado no trânsito das 18h, ouvir uma música pode, sem dúvida,
mudar o nosso humor. Isso porque, “a música evoca em nós emoções e sentimentos
diferentes”, afirma o especialista em saúde mental. Com determinadas emoções
ativadas, a música consegue melhorar a nossa criatividade, humor, concentração
e bem-estar.
Fora do dia a dia comum, a arte dos
sons também pode ser usada como forma terapêutica. Isso porque, a música ajuda
a expor problemas internos de uma forma tranquila, que não se priva somente à
utilização das palavras para expressar as emoções sentidas.
De acordo com Rubem Alves,
psicanalista e educador, “há músicas que contêm memórias de momentos vividos.
Trazem-nos de volta um passado. Lembramo-nos de lugares, objetos, rostos,
gestos, sentimentos. (…) Mas há músicas que nos fazem retornar a um passado que
nunca aconteceu.” Ao complementar a citação de Alves, Scaranto afirma que há
músicas que nos direcionam a um futuro que pode acontecer.
Desse modo, por meio da musicoterapia
é possível sentir, compreender, expressar e perceber sentimentos e emoções
difíceis de expor. A raiva, o medo, a tristeza e a preocupação são sentimentos
que, através dos sons, são colocados para fora e, assim, se tornam mais fáceis
de serem tratados.
Segundo Scaranto, “cantar, ouvir ou
tocar uma música tem um grande poder sobre as emoções das pessoas”. Mesmo
quando não é você quem está cantando, a música, pela letra ou pela melodia, faz
você entrar em uma nova realidade que te tira de toda a aura em que se
encontra. Desse modo, de acordo com a sonoridade ouvida, “o paciente consegue
sentir as suas emoções representadas, mesmo que a letra não retrate exatamente
a realidade em que ele vive”, completa.
Nos consultórios, a música pode ser
ouvida, cantada ou até mesmo tocada. Sempre de acordo com a realidade do
paciente, também é possível a utilização de karaokês para a expressão das
emoções. Assim, mesmo fora da sala de consulta, o paciente consegue também
utilizar no seu dia a dia a música como uma válvula de escape. Para finalizar,
Scaranto explica que a musicoterapia ajuda na melhora do humor, da criatividade
e em questões físicas, como na regularização da frequência e respiratória
em pacientes com doenças arteriais ou coronárias.
Alessandro
Scaranto - Psicólogo - Especialista em Saúde Pública e Saúde da família
Acupunturista
@scaranto_psicologia
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