3 dicas de como estender as emoções sem misturar as peças
Dia de lavar roupa. Dentro do cesto há variadas
peças com suas texturas, cores e tamanhos. Tudo vai para a máquina! Que
maravilha! A potente e inesgotável máquina recebe todas as peças e ao toque de
um botão, após o processo de sabão e amaciante, inicia sua operação. Mexe
daqui, dali, sacode aqui e acolá e as roupas vão se misturando, se enroscando e
nesse emaranhado de tecidos vão se limpando e continuam cada etapa até
finalizar o processo.
Segue-se então, para um novo momento, onde
retira-se peça por peça, de forma que todas caibam no varal de forma
organizada. Cheiro de roupa limpa, varal cheio e pronto para a secagem.
Nesse momento, penso...epa, essa máquina de roupas
está parecendo meus muitos momentos do dia. Confuso? Explico:
Acordei atrasada, coração batendo mais rápido do
que o normal, fiquei nervosa, pois o dia já iniciava
atrapalhado e todos iriam se atrasar. Acordei as crianças, tomamos café na
velocidade master, apressei todo mundo e a agitação
rolando solta. As crianças empolgadas com a atividade especial
da escola e eu ansiosa para chegar a tempo deles não perderem nada e
de eu não ter problemas no trabalho. No caminho, muita raiva do
trânsito, mas na verdade a minha preguiça foi a causadora de tudo
isso. Chegamos na escola, 10 minutos de atraso, mas ainda daria tempo. Agora
rumo ao trabalho, cortei caminho para sair do trânsito e me dei mal, entrei num
beco e fiquei com muito medo de me perder ali. Fiquei
enjoada e com nojo de pensar que poderia passar mal. Respirei fundo e
segui em frente, até conseguir chegar no trabalho. Envergonhada
entrei procurando demonstrar indiferença ao
que tinha acontecido, mas no fundo estava bem frustrada! O
dia seguiu, confesso que em um certo momento do dia senti um pouco de tédio,
pois as coisas estavam muito com a “mesma cara”, bateu saudade
das crianças e uma certa tristeza, por não ter tido mais
tempo para conversarmos pela manhã sobre o nosso dia e o que aconteceria. Bem,
mas toquei em frente e no final do dia ao vê-los tranquilos
e alegres me senti grata e menos frustrada,
afinal tudo tinha dado certo!
As emoções muitas vezes são esse emaranhado, assim
como as roupas que batem na máquina. O importante é que saibamos percebê-las
para colocá-las nos seus devidos lugares, assim como fazemos com nosso varal.
Aqui vão algumas dicas para você estender suas
peças no varal, de forma que as emoções fiquem organizadas.
Identifique o que você está sentindo
Esse é um bom exercício de autoconhecimento. Respire fundo e pense o que
está acontecendo com você naquele momento. Fale sobre como está se sentindo e
busque estratégias para lidar com o momento.
Permita-se sentir sem julgamento
Todos os sentimentos são importantes e demonstram que você é totalmente
normal. Não é preciso culpar-se por senti-los. O importante é o equilíbrio, ou
seja, como você os demonstra e em que intensidade. Se estoura com os outros com
facilidade ou guarda tudo demonstrando passividade.
Fale sobre o que está sentindo
Esse é um hábito que precisa ser desenvolvido pela maioria de nós, pois
não fomos ensinados a falar sobre nossos sentimentos, mas ele é fundamental
para que possamos criar diálogos e promover a empatia.
Ao praticar a identificação, se permitir sentir e
falar sobre eles, você estará organizando suas peças e ao estendê-las perceberá
o frescor e o cheirinho de roupa limpa!!!
Que tal lavar roupa mais vezes?
Adriana
Gardel - Apaixonada pela educação, caminhando pelo
universo da pedagogia e psicopedagogia há 38 anos e, sempre curiosa, buscou na
neurociência e no Kidcoach mais fundamentação para entender e atuar na formação
dos pequenos. Trajetos em escolas pela educação infantil, fundamental I, coordenação
e orientação educacional, mas acima de tudo mãe do Gui e do Fred, suas grandes
inspirações de vida! Ah, e vovó do Gabriel.
Valéria Rezende - Mãe da Carol, do Augusto
e do Vinicius, vó do Gabriel desbravadora quando o assunto é comportamento e
relacionamentos humanos. Acredita na família como base para o desenvolvimento
integral do ser humano melhor. Coach de pais, casais e adolescentes pela
Parenting Coach Brasil, Kidcoach pela ICIJ Rio de Janeiro e instrutora da
Jornada das Emoções.
Carolina Vieira - Viajante e curiosa, novos desafios e necessidades de adaptação
são o que mais a motivam. Confia que a chave para um ser humano mais preparado
para o mundo e feliz está na infância e no afeto familiar. Carol é mamãe de
primeira vigem do Gabriel. Comunicóloga formada pela UFJF, especialista em
Marketing pela Ibmec e Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Educadora
Parental com foco em Disciplina Positiva e CNV.
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