A
campanha aborda não só a importância do diagnóstico precoce, como também
destaca os cuidados com a saúde mental
O câncer de mama é uma
doença que atinge as glândulas mamárias e pode afetar a saúde física e mental
das mulheres de diversas formas. O tratamento com quimioterapia, muitas vezes,
resulta em queda de cabelo, emagrecimento, fraqueza, mal-estar, preocupações,
tristeza, e, quando necessária, a cirurgia de remoção da mama atinge um ponto
que mexe com a feminilidade.
Segundo dados do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos de câncer de
mama no Brasil, em 2021, é de mais de 66 mil. O mesmo instituto aponta que a
doença é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no país, sendo a mais
frequente em quase todas as regiões brasileiras.
Para a psicóloga da
Clínica Maia, Myriam Albers, assim que recebe o diagnóstico, muitas mulheres
podem desenvolver sentimentos de medo, angústia, insegurança, e até mesmo
entrar em negação da doença, em um primeiro momento. "A descoberta mexe
com a identidade da mulher, pois a mama é um órgão que está ligado à
feminilidade, ao prazer e à maternidade, tornando uma situação difícil de
aceitar", diz a especialista.
O câncer, no geral,
ainda é tratado como tabu dentro da sociedade e receber o diagnóstico, para
muitos, acaba sendo encarado ainda como uma sentença de morte. Esse contexto
faz com que algumas mulheres, mesmo após orientação médica, demorem a fazer os
exames, com medo de possíveis resultados positivos para um tumor maligno, o que
acarreta atraso do diagnóstico e também demora para tratar o problema.
Em relação à saúde
mental, quando já existe uma doença emocional preexistente, como a depressão, é
possível observar na mulher o aumento dos sintomas de ansiedade, falta de
perspectiva de vida, apatia, sentimentos de derrota, tudo isso até antes mesmo
de iniciar o tratamento. "Com o humor deprimido, o isolamento e a
insegurança, algumas mulheres podem deixar o tratamento de lado, por isso, o
diagnóstico de câncer de mama envolve a paciente e toda a sua família, uma vez
que a mulher precisará de um forte apoio e suporte familiar nesse momento
delicado", alerta a psicóloga.
Myriam aconselha que,
para manter a qualidade de vida durante o tratamento, é necessário buscar o
máximo de informações sobre a doença, manter o autocuidado, procurar continuar
com a rotina o mais normal possível, encontrar grupos de apoio - na família ou
na sociedade - que possam dar um amparo emocional importante, e focar em viver
o momento presente.
"Além de todo o tratamento clínico do câncer, é necessário buscar ajuda psicológica profissional, para ressignificar esse momento. Trabalhar as emoções irá favorecer o prognóstico, a recuperação e a reabilitação após o tratamento, proporcionando mais qualidade de vida para a mulher", conclui a psicóloga.
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