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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Mercado automotivo aposta na venda de usados para a retomada

Divulgação
Expectativa do setor é que semi-novos sigam tendo desempenho superior ao dos zero quilômetros em 2021


A indústria automotiva vai precisar de cinco ou seis anos para se recuperar do tombo que a pandemia causou em 2020. A constatação é da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que, apesar das perdas, prevê aumento de 16,6% nas vendas de 2021 em relação ao ano anterior. A projeção para carros e comerciais leves é de 15,8%. Para caminhões, a expansão pode ser de 21,7% e a de ônibus deve chegar a 8,2%.

No ano passado, 1,96 milhão de veículos novos e usados foram comercializados no Brasil. Para este ano, as previsões variam de 2,3 milhões a 2,5 milhões de veículos vendidos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) crava que a indústria automobilística produzirá 2,52 milhões de veículos este ano, sendo 2,38 milhões de leves e 135 mil pesados (caminhões e ônibus). É um aumento de 25% sobre o volume produzido ano passado. E, de acordo com as expectativas, quase tudo o que for fabricado deverá ser vendido: são previstos 2,37 milhão de unidades emplacadas.

Conforme pesquisa do portal Webmotors em parceria com a Anfavea, 96% dos 2.103 usuários do site que responderam ao questionário têm a intenção de adquirir um veículo em 2021, contra os 88% relatados na última checagem.

 

Financiamentos favorecidos em 2021

No acumulado do ano de 2020, até o mês de dezembro, as vendas de veículos financiados somaram 5.529 mil unidades, entre novos e usados – incluindo motos, automóveis e caminhões. Esse número apresentou uma queda de -9,6% em relação ao ano de 2019 e equivale a 585 mil unidades a menos.

Apesar disso, o setor de financiamentos está otimista e deve voltar quase ao patamar de antes da pandemia. Segundo Cristiano Dantas, diretor comercial da Tecnobank, um pilar essencial é o apoio do mercado financeiro. "Os bancos e financeiras estão e estiveram o tempo todo ao lado deste mercado. Nunca faltou crédito e as instituições dão mostras de que estão firmes em seu papel nessa retomada", comemora.

Além deste cenário, Dantas diz que o PIB deverá ser favorável este ano, já que os economistas preveem uma variação de 3% a 4%. "Os juros para o financiamento e a inadimplência também estão baixos. Já a oferta de crédito começou a aumentar no segundo semestre de 2020. Com essa combinação de fatores, os financiamentos vêm ficando mais vantajosos, já que exigem entradas menores e parcelamentos mais longos, cenário que começou a ser visto no último trimestre do ano passado", analisa.

 

Impulso dos usados

Em 2020, as vendas de veículos usados somaram 11,4 milhões de unidades, o equivalente a 83% do mercado total, um aumento em relação aos 80% de 2019. Salto semelhante foi visto nos financiamentos, com os seminovos e usados passando a responder por 67% dos contratos aprovados pelos bancos em 2020, contra 63% no ano anterior.

"A falta de peças e a consequente alta nos preços dos veículos novos acabaram impulsionando a aquisição de automóveis usados, com parte deles recorrendo à chamada 'troca com troco', em busca de algum alívio financeiro na coronacrise", justifica Dantas. Além disso, segundo ele, um ponto fundamental foi a concessão de crédito. "Em outras crises do passado, os agentes financeiros eram os primeiros a se retrair. Mas desta vez, foi diferente. Eles ficaram e apostaram nas suas posições. Os bancos e financeiras estão e estiveram o tempo todo ao lado deste mercado. Não faltou crédito e as instituições dão mostras de que estão firmes em seu papel nessa retomada”.

Para 2021, mesmo com a retomada da economia, a expectativa dos bancos é que os carros usados sigam tendo um desempenho superior ao de novos. O Itaú, por exemplo, prevê expansão de 20% para as vendas de seminovos e usados.

  


Tecnobank

 

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