Acordo de Paris é o principal tratado mundial do tema, estabelecido pela Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima
Em
dezembro de 2020, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou que o
Brasil assumiu o compromisso de zerar as emissões de gases nocivos que provocam
o efeito estufa até 2060, relata Vininha F. Carvalho, economista e editora da
Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
Um
relatório da Circle Economy, grupo apoiado pela ONU Meio Ambiente, ressaltou
diversas oportunidades para reduzir as emissões de gases do efeito estufa por
meio da aplicação de princípios circulares, sobretudo o reuso, a remanufatura e
a reciclagem.
O
fato de o Brasil ter anunciado uma meta para neutralizar suas emissões até 2060
(carboneutralidade) é positivo, mesmo sendo apenas indicativa, pois não estão
claros os parâmetros usados para tanto. Um maior engajamento com diversos influenciadores
na sociedade civil poderia apontar caminhos e meios de implementação, inclusive
com possibilidades de antecipar o prazo de cumprimento.
Deve-se
sempre lembrar que o setor de uso da terra e florestas tem papel crucial na
carboneutralidade do país, considerando não somente os desafios de se conter o
desmatamento, mas também o vasto potencial de remoções de carbono, seja por
atividades de restauração de carbono seja por atividades de restauração ou de
produção agrícola e floresta.
"A
fim de estimular o cidadão proprietário de imóveis a contribuir de forma
proativa para a manutenção e ampliação da área verde por habitante, algumas
cidades brasileiras isentam de pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial
Urbano) nas áreas de proteção ambiental", salienta Vininha F. Carvalho.
De
acordo com a advogada Renata Franco, especialista em Direito Ambiental e
Regulatório, a isenção do IPTU em Campinas é para tentar inverter a lógica de
que um terreno sem área verde vale mais que um arborizado. "A valorização
não é só no sentido ambiental, mas também no econômico. O objetivo da
administração municipal é consolidar os espaços especialmente protegidos na
cidade e ampliar a área verde por habitante", afirma.
Para
Jeremy Oppenheim, Sócio Fundador da SYSTEMIQ, o relatório The Paris Effect
mostra que o Acordo de Paris criou uma estrutura unificadora para a ação
climática. "Com o suporte político correto, as tecnologias e modelos
comerciais de carbono zero podem superar as antigas indústrias intensivas em
carbono em múltiplos setores até 2030", diz.
Países,
empresas, investidores e cidades inteligentes sabem que o equilíbrio do risco
mudou. Eles querem estar à frente da curva, beneficiando-se das novas
oportunidades de emprego, saúde e criação de valor, e não se verem deixados
para trás devido à falta de investimento na preservação do meio ambiente.
"Os líderes mundiais iniciaram uma jornada em
2015, e agora é o momento de investir cada vez nas ações em prol da
sustentabilidade. Todos reconhecem que as temperaturas e emissões globais não
estão controladas, mas existe muita esperança que com a união de esforços da
sociedade, o Acordo de Paris se tornará realidade", conclui Vininha F.
Carvalho.
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