Para pesquisadores da Universidade de Harvard, big data e inteligência artificial podem tornar os atuais diferenciais competitivos das empresas obsoletos em pouco tempo; tema é debatido em livro traduzido no Brasil pela Editora AlfaCon
Em
tempos de crise e instabilidade financeira, o setor corporativo vem
experimentando um processo intenso e cada vez mais acelerado de digitalização
dos modelos de negócio. Ao redor do mundo, a procura por soluções tecnológicas
baseadas em sistemas inteligentes vem crescendo de forma exponencial dentro das
empresas.
Especialmente
durante a pandemia, muitas corporações passaram a investir em tecnologias de
análise de dados para automatizar processos e mapear novas oportunidades. Essa
tendência registrou um crescimento de quase 30% na aplicação de
ferramentas com inteligência artificial, segundo pesquisa realizada pelo
Gartner em setembro do ano passado.
Marco
Iansiti e Karim Lakhani, professores e pesquisadores da Harvard Business
School, explicam em “A Era da Inteligência
Artificial”, com tradução da Editora AlfaCon,
que os softwares baseados na análise de dados estão remodelando a dinâmica do mercado
e, com isso, as corporações tradicionais precisarão enfrentar novos desafios e
responsabilidades para vencer a concorrência, já que seus diferenciais
competitivos não se sustentarão nos médio e longo prazos.
Ambos
afirmam que as organizações centradas em Inteligência Artificial exibem uma
nova arquitetura operacional, redefinindo como criam, capturam, compartilham e
entregam valor ao consumidor. As pesquisas feitas para a produção do livro
mostram como os processos com base em IA conseguem níveis de crescimento de
negócio maiores do que os processos tradicionais, possibilitando que as
empresas ultrapassem os limites da indústria e criem oportunidades de conduzir
os negócios com maior precisão.
“As organizações centradas em softwares ficam cada vez maiores”
Conhecido
por pesquisas sobre gestão da inovação, ecossistemas de negócios e
transformação digital, Iansiti defende que, nos dias de hoje, o uso estratégico
de dados e algoritmos é o principal fator responsável pelo crescimento de uma
marca. “Ao contrário de uma organização humana que é realmente difícil de
escalar, as organizações centradas em softwares ficam cada vez maiores, já que
conseguem se conectar com um número maior de usuários em menos tempo”, explica.
Segundo
ele, a transformação digital das corporações pode oferecer experiências mais
assertivas aos consumidores, fornecendo soluções personalizadas aos clientes e
otimizando os resultados. Recursos de inteligência artificial podem melhorar
ferramentas de atendimento, interagir com os usuários, aprender suas
preferências e antecipar seu comportamento, fidelizando o consumidor à marca de
forma mais eficiente.
Através
de ferramentas baseadas na análise de dados, as corporações também podem
antecipar riscos e diminuir a chance de erros em processos. Os softwares podem
auxiliar no aprimoramento do sistema de segurança de uma empresa, identificando
tentativas de ataques digitais e protegendo as informações da organização.
Todos
esses novos processos alcançarão, de acordo com dados divulgados pela consultoria
Gartner, um ganho de produtividade de até 6,2 bilhões
em horas de trabalho a partir do próximo ano. Apesar disso, Iansit reforça que
as tecnologias não devem ser adotadas de modo isolado nos negócios, mas em
diálogo com estratégias de atuação específicas para a marca.
Ficha técnica:
Título: A era da
inteligência artificial
Autor: Marco Iansiti e Karim Lakhani
Páginas: 305
Preço: 79,90
Editora: AlfaCon
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