Em cumprimento à nova Resolução Normativa da
Agência Nacional de Saúde Suplementar, planos de saúde passam a realizar teste
IGRA sob prescrição médica em seus beneficiários a partir de 1º de abril
Às
vésperas do mês de março, quando acontece a campanha global da Organização
Mundial da Saúde (OMS) “Unidos Para Acabar com a Tuberculose” e a Semana Nacional de Mobilização e Luta Contra a
Tuberculose, no Brasil, de 24 a 31 de março, a ANS – Agência Nacional de Saúde
Suplementar – aprovou a Resolução Normativa que atualiza o Rol de Procedimentos
e Eventos em Saúde. Entre os novos exames que passam a fazer parte da lista de
cobertura obrigatória dos planos de saúde, a partir de 1º de abril, está o
teste IGRA, ou ensaio de liberação de Interferon-gama, um dos métodos
mais precisos para identificar a tuberculose em sua fase latente, ou seja, sem
sintomas.
Números
e medidas de controle
Essa
conquista vem como reforço ao combate da tuberculose, uma doença séria e
altamente contagiosa que infectou mais de 10 milhões de pessoas e levou a óbito
mais de 1,2 milhões em todo o mundo, ao longo de 2019, segundo dados do Relatório Global da Tuberculose 2020. No Brasil,
considerado pela OMS como um dos 30 países que concentram 90% dos casos, foram
registrados 96 mil novos diagnósticos no mesmo período, sendo 6.700 fatais.
Por se tratar de uma doença tratável e curável, quanto antes
for detectada, maiores são os índices de sucesso do tratamento. Uma
das maneiras mais efetivas de prevenir a transmissão e erradicar a doença se dá
pelo diagnóstico e tratamento precoces da tuberculose ativa e da prevenção
reativa da doença, através do tratamento da infecção latente (ILTB).
“O
paciente com ILBT dificilmente saberá que está infectado e esse quadro pode
persistir por anos, até que venha a apresentar algum sintoma ou, por algum
motivo, faça um teste para detectar a doença. Embora a tuberculose seja
curável, quanto antes o tratamento for feito, menor será o sofrimento do
paciente, assim como a taxa de disseminação da doença. Para o diagnóstico da
ILTB, hoje existem testes mais precisos, que reduzem a margem de
falsos-negativos e proporcionam um diagnóstico mais assertivo”, comenta a
médica infectologista e diretora clínica do Instituto Clemente Ferreira, Dra.
Denise Silva Rodrigues.
Métodos
para diagnóstico preciso
Entre
os métodos de maior precisão para identificar a tuberculose latente, analisados
e recomendados pela OMS, está o teste IGRA (ensaio de liberação de
Interferon-gama) QuantiFERON – TB Gold Plus, considerado um exame referência, o
mais utilizado no mundo. Desenvolvido pela QIAGEN, multinacional alemã
especialista em tecnologia para diagnóstico molecular, o teste é realizado com
uma pequena amostra de sangue e requer apenas uma visita ao médico,
apresentando resultado rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais.
Grupos
de risco
Além
disso, a testagem da infecção latente por tuberculose é indicada principalmente
para pessoas que compõe o chamado grupo de risco da doença, como portadores de
HIV positivo, pessoas que recebam tratamento anti-TNF-alfa (medicamentos que
impedem a circulação do TNF-Alfa, uma proteína que quando produzida de forma
desregulada pode agravar algumas doenças auto-imunes) ou imunossupressores,
pessoas que tiveram contato com portadores da enfermidade, crianças abaixo de 5
anos, profissionais da área da saúde, imigrantes, população privada da
liberdade e que vivam em ambiente comunitário, como idosos e militares.
A
porta de entrada do bacilo da tuberculose são as vias aéreas e a transmissão se
dá através da tosse ou fala, durante o contato prolongado como uma pessoa
doente. A tuberculose é uma doença séria e requer atenção. Passada a fase
latente, assintomática, o paciente pode apresentar quadros de tosse crônica,
febre, perda inexplicada de peso e, quando grave, sudorese noturna.
QIAGEN
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