Cada vez mais as empresas precisam repensar seu papel e a influência na sociedade da qual fazem parte.
O
termo ESG nunca esteve tão em alta. A sigla inglesa significa ambiental, social
e governança (environmental, social e governance). "São os três pilares
que toda e qualquer empresa responsável deve adotar e observar em seus negócios
,"salienta Vininha F. Carvalho, economista e editora da Revista Ecotour
News ( www.revistaecotour.news).
A letra E de ambiental significa que a empresa deve ter
responsabilidade com o meio ambiente. Deve cuidar de todo o lixo gerado, tratar
os seus esgotos para evitar a poluição de rios e mananciais, além de estar,
realmente, comprometida com o desenvolvimento de tecnologias que reduzam o
impacto de suas atividades na natureza.
A letra S de social indica que a empresa respeita todos os
direitos de seus colaboradores, não discrimina ninguém e promove uma cultura de
respeito às diferenças, minorias e á individualidade. A empresa que observa os
fatores sociais, sempre avalia, mede e busca reduzir os impactos negativos que
a sua atividade pode trazer à vida de todos que com ela se relacionam.
A letra G indica que a empresa busca incansavelmente adotar
boas práticas na gestão de seus negócios. Ela se compromete a ser transparente,
respeitando leis, normas e regulamentos. Tem uma postura que se preocupa com o
respeito às leis, bons costumes, ética e transparência.
Especialistas
apontam que, em razão da ameaça à estabilidade do clima, as condições de
desigualdade das populações vulneráveis e o anseio da sociedade por um
equilíbrio mais justo no relacionamento entre pessoas fez com que as diretrizes
ESG ganhassem grande visibilidade.
As
exigências inerentes aos princípios de ESG vêm ganhando peso até mesmo como
fator de decisão para investimentos. Globalmente, segundo dados da XP, mais de
30 trilhões de dólares em ativos sob gestão são gerenciados por fundos que
definiram estratégias sustentáveis. Somente na Europa, são 14,1 trilhões,
equivalentes a mais de 50% do total do continente. Nos Estados Unidos, 25%.
Uma
coalizão crescente de 61 líderes de empresas, como a KPMG, anunciou o
compromisso com as Métricas de Capitalismo das Partes Interessadas, um conjunto
de métricas e divulgações ambientais, sociais e de governança divulgadas pelo
Fórum Econômico Mundial e pelo Conselho Empresarial Internacional, em setembro
do ano passado, que mensura a criação de valor empresarial de longo prazo para
todas as partes interessadas.
Uma
pesquisa desenvolvida pela KPMG entrevistou líderes de oito setores da economia
brasileira apontando os efeitos do isolamento social nas estratégias das
empresas. Dos CEOs brasileiros entrevistados, 73% afirmaram que ganharam uma
importância maior os temas relacionados ao comportamento social e às questões
de meio ambiente, sustentabilidade e governança. "Entre os executivos,
apenas 20% discordam desse movimento, enquanto 7% não concordam e nem
discordam", relata Vininha F. Carvalho.
O
presidente da KPMG no Brasil, Charles Krieck, avaliou que os consumidores mais
jovens têm cobrado novos padrões de sustentabilidade das empresas.
Ao
adotar e reportar essas métricas, a comunidade empresarial continuará
catalisando uma maior cooperação e alinhamento entre as normas existentes,
estimulando o progresso no desenvolvimento de um conjunto sistêmico e
globalmente aceito de normas comuns capazes de fortalecer o desempenho da
sustentabilidade.
"Investidores que buscam maior responsabilidade e transparência em seus investimentos também devem buscar empresas que se norteiam por estes princípios para realizar os seus negócios", conclui Vininha F. Carvalho.
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