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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Planejamento urbano pode influenciar saúde física e emocional da população, segundo especialista

Desgastes gerados em razão da poluição sonora e luminosa e longos períodos de deslocamentos contribuem para doenças, como ansiedade e depressão. Projeto estimula estudantes a terem maior consciência e participação na construção do seu entorno


A organização do espaço urbano influencia diretamente a forma como nos relacionamos com as pessoas e com o ambiente ao nosso redor. Além disso, o modo como a cidade está estruturada pode favorecer ou dificultar a adoção de hábitos saudáveis e, por isso, o bem-estar dos indivíduos muitas vezes está atrelado a fatores coletivos.

“As políticas urbanísticas têm efeito direto na saúde e na qualidade de vida da população. As mudanças e intervenções que ocorrem na cidade moldam nosso estilo de vida e nossas relações sociais”, explica Paulo Saldiva, coordenador do núcleo de saúde urbana do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper.

O especialista afirma que a organização do espaço público pode contribuir, por exemplo, para a prevenção ou disseminação de doenças, já que o planejamento urbano é responsável por mediar questões relativas à habitação, mobilidade, saneamento e segurança, além de incentivar projetos para a implementação de áreas verdes, espaços culturais e de lazer.

Outros riscos à saúde física, como diabetes, obesidade e hipertensão também podem ser favorecidos pela vida urbana. O ritmo de vida acelerado na cidade pode induzir o consumo de alimentos industrializados. Além disso, o tipo de mobilidade e o perfil de trabalho predominantes nas cidades exigem um esforço cada vez menor, o que favorece doenças cardíacas e respiratórias.

E não é apenas a saúde física que é prejudicada. “Estudos recentes já mostraram que os transtornos mentais são cada vez mais comuns no ambiente das cidades. O ritmo intenso de trabalho, o longo tempo de deslocamento, o desgaste promovido pela poluição sonora e luminosa podem contribuir para sintomas de depressão e ansiedade, além de estresse e dificuldades na convivência social”, complementa o especialista.

Dependendo da maneira como a cidade e seus recursos estão disponibilizados, o indivíduo pode ser incentivado ou desmotivado a adotar determinados hábitos. Por isso, é importante que o planejamento urbano seja capaz de avaliar as demandas locais e aliá-las ao crescimento econômico da região.

Para entender mais sobre o assunto, o “Aprendendo a viver na cidade”, projeto didático formulado pela BEĨ Educação, discute conceitos de urbanismo e cidadania com o objetivo de contribuir para a formação de indivíduos mais conscientes e participativos na construção de seu entorno. O projeto parte da premissa de que os jovens brasileiros devem ser incentivados a assumir o protagonismo e intervir socialmente na cidade onde vivem, de modo a se mobilizarem na busca por solução de problemas sociais urbanos.

 

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