Falta de
conhecimentos, estresse, mudanças sociais e outros fatores estão prejudicando
as relações íntimas; Dia Mundial da Saúde Sexual, celebrado em 4 de setembro,
alerta sobre a importância de se debater o tema
O Dia Mundial da Saúde Sexual é celebrado em 4 de
setembro, mas o brasileiro não tem muito a comemorar. Segundo o médico
psiquiatra e sexólogo Arnaldo Barbieri Filho, diretor do Instituto de Estudos
da Sexualidade (IES), de Ribeirão Preto (SP), sexo ainda é um tabu. “Temos de
tratar o assunto como qualidade de vida, saúde, pois boa parte da população
possui uma visão equivocada e pouco conhecimento sobre a área”, explica.
Segundo o sexólogo, as doenças contemporâneas, como
o estresse, por exemplo, podem prejudicar o prazer. “Quando estamos em situação
de estafa, liberamos substâncias como adrenalina e corticóide, elas atrapalham
a sexualidade. A adrenalina pode ocasionar disfunção erétil ou ejaculação
precoce nos homens”, aponta.
“As transformações sociais também alteraram a
sexualidade, principalmente, a dos homens, que estão cada vez mais inseguros
com a liberação feminina. No passado, ele se casava com uma mulher virgem, que
não o comparava com ninguém. Hoje, com a mulher moderna, surge a insegurança,
pois o homem é avaliado com os outros. Em minha rotina médica, encontro muitos
jovens de vinte e poucos anos que são virgens. O que pode ser em decorrência de
medo, e isso faz com que ele deixe de ter um relacionamento íntimo”, comenta
Barbieri Filho.
De acordo com Barbieri Filho, as mulheres também
sofrem com problemas sexuais. “Segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro”
realizado pela sexóloga Carmita Abdo, cerca de 30% das mulheres de nosso país
têm dificuldades em atingir o orgasmo. As causas da falta de orgasmo podem ser
psicológicas, como repressão sexual na infância, traumas sexuais ou doenças
como a depressão. As razões podem ser físicas, como as alterações
hormonais ou o uso de certos medicamentos”, diz.
Sexo Virtual –
“Atualmente as pessoas vivem mais as suas fantasias por meio de filmes e sexo
virtual. Às vezes acontecem exageros e ocorre a substituição do relacionamento
físico pelo imaginário, o que pode se transformar em um problema, pois elas
deixam de participar da realidade”, observa Barbieri Filho
“É importante dizer que no sexo, dentro de quatro
paredes, vale tudo, desde que não seja ilegal ou que cause danos aos
envolvidos. Tem de haver acordo comum”, finaliza Barbieri Filho.
IES -
Instituto de Estudos da Sexualidade em Ribeirão Preto
(16) 3236-2308.
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