Açúcar pode levar
à Compulsão Alimentar e à Síndrome de Abstinência
“Por ter me especializado em Endocrinologia, desde
o início tratar com muita frequência de Diabetes Mellitus e ter presenciado
durante toda a minha infância, a minha avó diabética que teve quase todas as
complicações do diabetes, encaro o açúcar como o maior vilão da atualidade” – desabafa
a Dra. Bruna Marisa, médica e membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia, que continua...”Depois que aderi ao estilo de
vida Paleo/ Low Carb, curei meu refluxo, perdi mais de 20 kg
adquiridos na minha primeira gestação, que foi muito complicada devido a
necessidade de altas doses de hormônios, afirmo que ninguém deveria usar
o açúcar no seu dia a dia, afinal de contas, já é da tradição do prato
brasileiro o uso de vários outros tipos de carboidratos como o pão, o arroz, a
batata e o macarrão.”
Pessoas viciadas em açúcar devem ser tratadas da
mesma maneira que qualquer dependentes de drogas. De acordo com a pesquisa
realizada por cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, os
efeitos do açúcar no cérebro são parecidos com o mecanismo responsável pelo
vício em cocaína.
Quando usamos a desculpa do "eu mereço"
para atacar um doce com a falsa ilusão de que vai se sentir melhor, isso tem
uma explicação: -Vício em açúcar.
E tem mais. Este vício é tão grave que a sensação
de arrependimento depois de ter consumido um doce, por exemplo, pode ser pior
do que como a pessoa se sentia antes do consumo. Diversos estudos constataram
que esta compulsão pode ser considerada tão séria e tão forte quanto ao do
alcoolismo e do tabagismo.
O Açúcar pode levar à Compulsão e Síndrome de
Abstinência
As vezes temos vontade de ingerir açúcar pra
aliviar as sensações de angústia, tristeza, problemas, as mulheres sentem muita
vontade de consumir açúcar no período pré-menstrual e a maioria usa a desculpa
de estar comemorando algo. Afinal, doces têm a capacidade de nos fazer
sentir mais felizes.
Estudos recentes provaram que os humanos são
programados desde a infância a desejar o sabor doce. Lembra de quando você era
pequeno e sua mãe compensava uma boa ação com um doce e até mesmo nos
consultórios médicos era comum ganhar um doce se não chorássemos depois de uma
injeção? Pois é. E, uma vez que o corpo experimenta a recompensa açucarada, não
leva muito tempo para se viciar. Na verdade, o vício surge já no nascimento,
pois o leite materno é extremamente doce, fazendo com que o recém-nascido
comece a reconhecer o prazer de ingerir alimentos adocicados.
A compulsão surge porque após ingerir uma
guloseima, por exemplo, o cérebro libera opioides, que são substâncias químicas
naturais que dão a sensação de imenso prazer. Ao reconhecer esta sensação boa,
o cérebro começa a pedir mais e mais opioides e, consequentemente, mais açúcar.
Os cientistas já até identificaram as áreas do
cérebro que são ativadas pela compulsão açucarada e descobriram que são as
mesmas áreas ativadas no vício em drogas, o que prova a real capacidade
viciante do açúcar, mas vamos ver mais a fundo.
O Processo
Quando ingerimos doces, o açúcar entra no sistema
sanguíneo, elevando os níveis de glicose e estimulando o pâncreas a produzir e
liberar um hormônio chamado insulina, que converte a glicose em energia e em
estoques de gordura. Mas além de cáries e obesidade, os doces também são
ligados a outras doenças sérias, como a depressão do sistema imunológico, a
diabetes e as alterações de humor.
No cérebro, há a liberação dos opioides e há
estudos que mostram que a compulsão açucarada produz no órgão o mesmo efeito
químico da heroína e da morfina e o corpo "aprende" a pedir mais e
mais açúcar para conseguir o efeito prazeroso que ele produz no organismo. Para
provar esta teoria, os cientistas deram remédios que bloqueavam os receptores
de opioides no cérebro e os voluntários que participavam da pesquisa sentiram
muito menos vontade e interesse em consumir doces.
Pesquisadores das universidades de Princeton e
Minnesota, nos Estados Unidos, realizaram testes com camundongos. Estes testes
mostraram que o vício em açúcar leva à compulsão e à síndrome de abstinência.
Em humanos, imagens cerebrais mostraram que a imagem de um sorvete em pacientes
normais gera a mesma sensação prazerosa no cérebro que imagens de um cachimbo
de crack para um viciado.
Carboidrato é um macronutriente formado
fundamentalmente por moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio. Este
macronutriente quando ingerido e absorvido, é responsável por liberar glicose,
fornecer energia para as células (por ser a primeira fonte de energia celular)
e fazer a manutenção metabólica glicêmica para que o corpo continue funcionando
bem.
Eliminar os carboidratos da dieta é mais
complicado, mas há como reduzir sua ingestão ao evitar alimentos
industrializados - em especial a farinha branca. Também é necessário beber mais
água, porque o cérebro confunde desidratação com fome; ingerir mais proteínas
porque elas garantem saciedade por mais tempo e ajudam a resistir à vontade de
comer um docinho. Também é fundamental abrir mão da sobremesa por três semanas
para readaptar o paladar e diminuir a compulsão; e por fim, resista ao impulso
de comer porque está nervoso, por habito ou por estar à toa, feliz ou triste.
Comida é alimento e precisamos tentar desvincula-la
da fonte de prazer para não tornar isso um habito! Só uma exceção.
Dra.
Bruna Marisa Soares - especialista em Clínica Médica, pós graduada e membro da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Pós Graduada em Medicina
Ortomolecular e possui cursos de Medicina Esportiva, onde atua. Ela também é
Médica do Complexo Hospitalar São Francisco e da Santa Casa De Misericórdia de
BH.
Instagram:
@drabrunamarisa
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http://facebook.com/drabrunamarisa
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