Hábito
comum pode provocar até intoxicação
Cortar medicamentos ou
modificar a forma do comprimido ou cápsula são práticas que podem ser
prejudiciais à saúde, interferindo no tratamento e, até mesmo, causando intoxicação
e superdosagem. Os medicamentos são produzidos com tecnologias para que tenham
o resultado esperado e com o menor efeito colateral possível. Quando o
comprimido é cortado ao meio as características de sua formulação podem ser
perdidas, alterando diretamente sua forma de ação.
“Existem outros riscos que
devem ser levados em conta. Em contato com os materiais utilizados para
repartir a dose, o medicamento pode ser contaminado. Além disso, não é possível
garantir que as duas partes terão exatamente a mesma dose. Pode haver uma
diferença de até 15% na quantidade de princípio ativo entre duas partes,
comprometendo o tratamento”, explica o farmacêutico da rede de farmácias
Extrafarma, Adriano Ribeiro.
A divisão só pode ser feita
com orientação do médico ou de um farmacêutico. Adriano Ribeiro ressalta,
ainda, que não se pode tomar medicamentos sem prescrição médica, pois a
automedicação também é muito prejudicial aos tratamentos de saúde. E o número
de pessoas que se automedicam não é pequeno. Segundo pesquisa recente realizada
pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), a automedicação é um hábito comum a
77% dos brasileiros e quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por
mês.
Para deixar o hábito de
lado, conheça seis informações importantes sobre a ingestão de comprimidos.
Comprimidos sem
revestimento e com homogeneidade podem ser cortados ao meio
Os medicamentos sulcados
(com vincos que dividem o comprimido) não possuem revestimento e podem ser
partidos quando o profissional de saúde precisa ajustar as doses dos
medicamentos para alguns pacientes. Contudo, é preciso ter muito cuidado no
momento de realizar o corte para não dividir errado. Nesses casos, o uso de
partidores é recomendado.
Comprimidos
revestidos merecem atenção redobrada
Nenhum comprimido revestido
pode ser partido ao meio, mastigado ou triturado. Isso porque o revestimento
serve justamente para fazer com que o medicamento seja resistente à forte
acidez do suco gástrico e seja liberado lentamente, proporcionando mais
comodidade para quem toma. Ao serem partidos ao meio, medicamentos
desenvolvidos para liberar a substância ativa gradualmente no organismo podem
perder o efeito ou fazer com que o corpo absorva uma dose maior que a indicada,
ampliando o risco de casos de intoxicação.
Comprimidos devem ser
ingeridos com água
Ao ingerir os comprimidos, o
ideal é engolir o medicamento com água e de pé. A prática garante que o
medicamento seja diluído e não fique preso ao esôfago. Em outras situações,
quando a recomendação médica é que um medicamento seja tomado junto a outro
líquido ou com a refeição, é provável que seu efeito seja muito forte, evitando
dores de estômago, sobretudo nas crianças.
O horário de ingestão
é um fator que deve ser considerado
O horário de tomada dos
medicamentos deve ser respeitado pois os intervalos entre uma dose e outra
devem ser cumpridos para que o tratamento funcione e não haja riscos à saúde.
Se o medicamento for ingerido em intervalos maiores do que o indicado, sua
eficácia diminui. Caso o intervalo seja menor do que o prescrito pelo médico,
também pode haver risco de intoxicação.
Medicamentos podem
causar dependência
Alguns tipos de
medicamentos, como analgésicos do tipo opióide, ansiolíticos e antidepressivos
podem causar dependência química, e a interrupção de seu uso pode provocar
sintomas característicos da abstinência. Além disso, com o passar do tempo pode
ocorrer uma maior tolerância do organismo às substâncias presentes no
medicamento, obrigando o paciente a usar doses cada vez maiores para obter o
efeito desejado. “Somente o uso com acompanhamento adequado é capaz de prevenir
esses riscos, por isso a orientação de um médico ou farmacêutico é de extrema
importância”, reforça Adriano.
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