Pesquisa realizada com 2
mil pessoas nas Cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e
Distrito Federal mostrou que 70% dos brasileiros acredita ser fácil diagnosticá-lo precocemente
- o que contradiz a realidade
O câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum entre homens e
mulheres, com incidência de 31 mil brasileiros em 2018 - atrás somente do
câncer de pele não melanoma. Mesmo com números tão impressionantes, a sociedade
ainda não entende, de fato, a gravidade da doença.
É o que mostra a pesquisa desenvolvida pelo Instituto
Datafolha, sob encomenda da biofarmacêutica AstraZeneca do Brasil e apoiada
pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com mais de 2 mil voluntários, entre pacientes
diagnosticados com a doença e população em geral, em São Paulo, Rio de Janeiro,
Fortaleza e Distrito Federal.
Dados da pesquisa indicam que, apesar de 97% da população
dizer que conhece a doença, 70% acredita ser fácil diagnostica-la precocemente
- o que contradiz a realidade da doença, uma vez que apenas 20% dos casos são
diagnosticados cedo. Quando perguntado aos pacientes, 62% também acham que o
rastreio é simples, mesmo que apenas um terço deles sejam diagnosticados no
estágio 1, no qual ainda há chance de cura.
A falta de conhecimento por parte dos pacientes é ainda mais
preocupante: 35% não sabe em qual estágio foi diagnosticado; e poucos conhecem
tratamentos mais inovadores e recentes, como a terapia-alvo e a imunoterapia,
com 9% e 17%, respectivamente. Este cenário agrava os impactos sociais, já que,
segundo o estudo, 32% dos pacientes entrevistados deixaram de trabalhar por
complicações da doença. Os impactos emocionais, que afetam 68% das pessoas com
câncer de pulmão, são expressados por meio da angústia, susto e medo da morte.
O cenário do tabagismo
Mesmo que a exposição à poluição do ar ou agentes químicos,
inalação de poeira e fatores genéticos sejam fatores de risco, o tabagismo é o
principal causador do câncer de pulmão. O fato é reconhecido por 72% da
população e 70% dos pacientes¹, que apontam o cigarro como principal fator de
risco. Além disso, 95% da população entendem que o fumante passivo também é
prejudicado.
Contudo, segundo a pesquisa, 29 milhões de brasileiros fumam
e menos da metade daqueles diagnosticados com a doença excluíram o tabagismo de
suas vidas, uma vez que apenas 48% informaram que pararam de fumar após o
diagnóstico. Por outro lado, 35% desses pacientes moram com alguém que é
tabagista¹, indicando que o fumante passivo também é suscetível à doença.
A importância da conscientização
No Brasil, esse câncer é o 2º mais incidente nos homens e o
4º mais incidente nas mulheres. Segundo o Dra. Ana Gelatti,
vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica, mesmo sendo uma
doença silenciosa, uma vez que os sintomas nem sempre aparecem nos primeiros
estágios da doença, a sociedade precisa se conscientizar sobre a questão. “Na
maioria dos casos, o câncer de pulmão é evitável, já que está relacionado ao
tabagismo. O importante é que as pessoas absorvam informação para se prevenirem
da condição”, avalia.
Segundo a pesquisa, hoje 26% dos pacientes se informa na
internet e, para propagar conhecimento de qualidade, o Instituto Lado a Lado e
a AstraZeneca estão juntos em mais uma edição da campanha #RespireAgosto,
campanha que reforça a relevância do diagnóstico rápido e alerta a população de
que o câncer de pulmão cresce anualmente entre indivíduos não fumantes.
Destaques:
- 40% da população se considera bem informada a
respeito do câncer de pulmão e metade deles foram diagnosticados ou
tiveram parentes diagnosticados com a doença.
- A quimioterapia é o tratamento mais conhecido
entre os pacientes com 95% de identificação, seguido pela radioterapia com
78%. Eles estão sendo ou foram utilizados por74% e 37% dos pacientes,
respectivamente.
- 19% dos brasileiros, cerca de 30 milhões de
pessoas, declaram ter ou já ter tido um parente com câncer de pulmão.
- 43% dos pacientes foram diagnosticados por
oncologistas, 20% por pneumologistas, 11% por cirurgiões torácicos e 5%
por clínicos gerais.
- Menos da metade dos pacientes (49%) obtiveram
um diagnóstico em até 3 meses. 13% dos pacientes só obtiveram o
diagnóstico depois de um ano com a doença.
- O maior índice de diagnósticos está na faixa
etária de 51 a 60 anos, que corresponde a 31%. Seguido por 61 e 70 anos,
com 26% dos diagnósticos. As duas menores taxas são antes dos 40 com 8% e
após os 81 com 3%.
- Cansaço ou fraqueza são os principais
sintomas, com 44% de identificação, seguido por respiração ofegante e
tosse persistente, ambos com 34%.
- O sintoma perda de peso foi mais citado pelos homens do que pelas mulheres.
- 11% dos diagnosticados levaram mais de meio
ano para iniciar o tratamento.
- 70% da população entrevistada acreditam que o
câncer de pulmão é fácil de ser diagnosticado precocemente. Porém, apenas
20% dos casos obtiveram diagnósticos em estágios iniciais e apenas um
terço foi diagnosticado na fase 1, enquanto 35% dos pacientes
diagnosticados sequer sabem em qual estágio a doença foi descoberta.
- Apenas 9% e 17% dos pacientes conhecem
tratamentos inovadores -- como terapia-alvo e imunoterapia,
respectivamente.
- 32% dos pacientes tiveram que abandonar o
trabalho devido às complicações causadas pela doença.
- Sentimentos de angústia, susto e medo da morte
afetam a vida de 68% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão.
- O tabagismo é o principal fator causador da
doença, e 72% da população e 70% dos pacientes estão de acordo com essa
afirmação. Além disso, 95% da população concorda que fumantes passivos
também podem ser afetados.
- O Brasil conta com 29 milhões de fumantes; 19% dos pacientes não pararam de fumar após o diagnóstico e 35% deles moram com alguém que possui hábitos tabagistas.
- Os médicos são a principal fonte de informação (59%), seguidos pela internet (26%). O INCA é a principal fonte para apenas 3%.
- 11% dos pacientes alegam não se informar a
respeito da doença.
Marlene de Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela
Vida, reforça que os resultados dessa pesquisa serão um excelente subsidio para
a Campanha #RespireAgosto, que além de alertar
que qualquer pessoa pode ser acometida pelo câncer de pulmão, independente de
ser fumante, também tem
o objetivo de acabar com o estigma de que o paciente de câncer de pulmão é
culpado de sua condição.
“Além disso, os números apresentados mostram a relevância das
nossas propostas voltadas para as políticas públicas, como por exemplo a
necessidade do rastreamento para o grupo de risco, que são aqueles entre 50 e
55 anos que tenham fumado por pelo menos 30 anos um maço de cigarros por dia
ou, na mesma proporção, que tenham fumado dois maços por dia, por 15 anos.
Outro exemplo é a necessidade da ampliação do acesso às novas tecnologias no
tratamento de diversos tipos de câncer – a chamada Medicina Personalizada”,
finaliza a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.
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