Setembro
Amarelo: especialistas da Doctoralia analisam as principais questões envolvendo
a depressão
Entre as principais questões, o tabu e o preconceito existente em relação aos transtornos mentais ainda são as principais barreiras ao tratamento. “É possível observar uma mudança de mentalidade, mas ainda precisamos melhorar muito. Esse cenário não está tão ruim como era há 20 anos, mas na prática vemos muito preconceito, às vezes isso vem do próprio paciente”, destaca o psiquiatra e membro da Doctoralia, Rafael Dias Lopes. “Por ser uma doença de ordem mental, acontece de a pessoa ser subestimada, questionada e até ter seu problema minimizado e relativizado”, completa a psicóloga especialista em saúde mental e membro da Doctoralia, Tatiane Paula Souza.
Os profissionais são unânimes dizendo que o primeiro passo do tratamento é acolher a pessoa que se encontra em situação de risco. “Ela precisa sentir que pode falar sobre o que está sentindo, que não será julgada por isso e nem terá seu problema tratado como frescura”, pontua Dr. Rafael Dias Lopes. “A pessoa que está em sofrimento e chega a verbalizar que tem vontade de sumir ou que não aguenta mais viver, precisa se sentir acolhida, o que não acontece geralmente. É preciso entender que não se trata de uma pessoa fraca, pelo contrário, ela é corajosa e está buscando ajuda”, completa Tatiane.
Dúvidas comuns
Dentro da plataforma, a Doctoralia dispõe do serviço “Pergunte ao Especialista” - que permite tirar dúvidas sobre saúde, de forma gratuita e anônima. A maior parte das dúvidas relacionadas a esse assunto são sobre as medicações para o tratamento da depressão. Entre elas é possível observar questionamentos sobre quais são os riscos de dependência e os efeitos colaterais de medicamentos para tratamento dessa patologia.
Os especialistas esclarecem que existem diversos transtornos mentais que podem estar associados ao suicídio e a necessidade de medicação varia de acordo com o caso, portanto somente um médico pode avaliar o paciente e medicar de acordo com o quadro de cada um. “A depressão é a causa mais conhecida para o suicídio, mas não é a única. A pessoa precisa passar por uma avaliação para se estabelecer o diagnóstico, depois disso é possível discutir a medicação, dosagem e duração necessária de tratamento. Também é importante unir o acompanhamento do psiquiatra com o tratamento psicológico”, pontua Dr. Rafael.
De forma geral, todos os profissionais sinalizam que é essencial observar os sinais que podem indicar mudanças comportamentais de uma pessoa com risco de suicídio e buscar ajuda profissional é fundamental. “O isolamento, por exemplo, pode ser um forte indício. Se a pessoa muda muito o seu comportamento habitual, abandonando as coisas do dia a dia, não quer conversar, chora muito, fala sobre morte ou faz referências ao suicídio, é essencial consultar um profissional o quanto antes”, aponta Dr. Rafael. A psicóloga Tatiane sinaliza ainda que os sinais podem ser discretos e não verbais. “A pessoa pode apresentar bastante ambivalência, pois existe um conflito interno. De modo geral, o comportamento é marcado por um sofrimento intenso, com traços de desesperança e desamparo”.
Doctoralia
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